Deficiência no ordenamento territorial em Tatuí: impactos e apelos por mudanças

CARTA À REDAÇÃO

Felipe Seabra Mayer *

A relação entre infraestrutura urbana e ordenamento territorial é um tema crucial em qualquer comunidade. Em Tatuí, essa questão se tornou uma preocupação crescente, destacada por eventos recentes que expuseram as lacunas e os impactos negativos dessa falta de planejamento.

Nascido e criado em Tatuí, cidade que guardo com carinho, testemunhei sua evolução e desafios. No entanto, minha história pessoal ganhou contornos de urgência em 2023. Após anos de estudos e coordenação de projetos ambientais em grandes empreendimentos, me vi de repente não como um coordenador, mas como uma vítima da desorganização urbana.

O fechamento de acessos e a concentração desordenada de tráfego, especialmente de caminhões na rua 11 de Agosto, trouxeram danos tangíveis e emocionais, pela concentração destes pela praça Padre José de Anchieta, local onde é proibido seu trânsito e onde resido.

Minha casa, outrora refúgio de minha esposa e filhos, tornou-se vulnerável às vibrações e ruídos constantes, resultando em rachaduras e prejuízos financeiros. Além disso, os impactos psicológicos foram profundos, afetando não só a mim, mas também minha família e vizinhos.

Esse cenário revela não apenas uma falha na infraestrutura física, mas também na gestão e no planejamento urbano, alicerçado no Plano Diretor e Zoneamento Urbano. É inaceitável que uma cidade tão querida como Tatuí enfrente tais desafios sem uma resposta efetiva do poder público.

Nesse contexto, faço um apelo por medidas concretas: fiscalização eficaz, reparação dos danos causados e, acima de tudo, um plano consistente de ordenamento territorial. É hora de transformar a preocupação em ação, garantindo um futuro melhor para todos os que chamam Tatuí de lar.

* Biólogo, coordenador de contratos de estudos de viabilidade ambiental de empreendimentos de infraestrutura.

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