
A crise econômica e as restrições ao financiamento reduziram o número de emplacamentos de veículos novos no ano passado. Segundo o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), a queda acumulada nos 12 meses de 2016 foi de 22%, em comparação com a soma de 2015.
A queda nas vendas de veículos em Tatuí superou a registrada no país. De acordo com relatório da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Brasil registrou redução de 20,1% nos emplacamentos. O país teve, em 2016, o volume mais baixo de comercialização desde 2006.
No ano passado, foram contabilizados 2.169 emplacamentos de automóveis, comerciais leves (utilitários, picapes, furgões e micro-ônibus), ônibus, caminhões e reboques. Em 2015, 2.747 veículos novos receberam placas na cidade, de acordo com o Detran-SP.
Se comparado a 2014, quando a economia começou a esfriar, as concessionárias locais viram as vendas caírem em mais de 38%. Em 2016, foram 1.345 veículos que deixaram de ser vendidos.
O impacto da crise nas vendas de veículos fica aparente na comercialização mensal. Até 2014, a média de emplacamento foi de 290 veículos. A demanda mensal atingiu o menor valor em outubro do ano passado, quando foram comercializados 147 veículos. O “pico” da procura foi em julho, quando as vendas chegaram a 249.
A maior redução nas vendas se deu no setor de automóveis. No ano passado, a demanda por veículos novos reduziu quase 27%. A queda se igualou à registrada entre 2014 e 2015, quando foram outros 27%. No acumulado entre 2014 e 2016, a cidade deixou de vender 47% de carros novos.
Em 2014, as concessionárias locais venderam 1.526 automóveis. No ano seguinte, a comercialização chegou a 1.110. Em 2016, porém, as vendas voltaram aos “três dígitos”, com 812 unidades.
O setor de duas rodas também sofreu forte retração nas vendas. O segmento formado por motocicletas, motociclos, motonetas e ciclomotores teve redução de 22% nos emplacamentos. Se comparado a 2014, foram 33%. O setor vendeu 887 veículos de duas rodas novos em 2016. Em 2015, foram 1.141 e, em 2014, 1.331.
Apesar do “tombo”, a redução nas vendas tatuianas foi menor que a registrada no país. A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) calcula redução nas vendas de 26%. A retração fez com que a produção se igualasse à de 2002.
A menor redução nas vendas de motocicletas, se comparada aos automóveis, deu-se pelo menor custo de aquisição, de acordo com entidades dos setores de distribuição de veículos.
Os consumidores, que antes teriam acesso mais fácil ao crédito para a compra de carros, passaram a migrar para as duas rodas, pelos menores custos de manutenção e nas prestações.
Entre os segmentos de “maior volume” de vendas, o dos utilitários e comerciais leves foi o que teve a menor retração na procura. Entre 2015 e 2016, as vendas caíram 17%, de 328 para 273 unidades. No comparado com 2014, quando foram comercializadas 458 unidades, a redução chega a 40%.
O único setor que teve aumento na demanda em Tatuí foi o dos caminhões. No ano passado, foram vendidos 102 veículos pesados e, em 2015, 68. Em termos percentuais, o aumento chegou a 50% em um ano.
A redução nas vendas refletiu no aumento da frota tatuiana no ano passado. Até outubro, na última atualização, o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) registrou aumento de 2,8% no número de veículos com placas de Tatuí. Ao todo, até aquele mês, a frota local era de 77.974 motocicletas, automóveis e caminhões.
O crescimento da frota local está reduzindo de ritmo desde 2013. Naquele ano, a cidade teve aumento de 7,5% dos veículos em circulação. O percentual caiu para 5,83%, em 2014, e 4,25%, em 2015.
Em dez anos, o número de veículos rodando por Tatuí dobrou. Em 2006, a cidade tinha 38.505 carros, motos, ônibus e caminhões em circulação.







