Crianças: imunidade baixa:sintomas, causas e o que fazer

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa - Cremesp 34708 *

Existem crianças que ficam doentes com muita frequência. Como um médico descobre que a imunidade está baixa e o que os pais podem fazer para que ela aumente?

A imunodeficiência primária, a criança nasce desta forma. Uma alteração grave produz quadros complexos. Para que o pediatra desconfie deste diagnóstico, existem alguns sinais.

Sugere-se que tenha imunidade baixa: se a criança tiver duas ou mais pneumonias no ano; quatro ou mais otites no ano; estomatite de repetição ou monilíase por mais de dois meses; abscessos de repetição; um episódio de infecção sistêmica: como meningite, osteoartrite etc.; infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica; asma grave, doenças autoimunes; efeito adverso a BCG/micobactérias; história familiar de imunodeficiência, resfriados de repetição.

Assim, o pediatra pode consultar e solicitar exames específicos para detectar a baixa imunidade.  Umas das causas secundárias mais comuns em crianças são a falta de vitamina D e a anemia. Outros exames, o seu pediatra deve solicitar para avaliar a criança como um todo.

A imunidade da criança e sua resistência a doenças é construída de forma contínua e cuidadosa. Para as mães, o pré-natal deve ser feito com todas as vacinas, vitaminas e alimentação correta.

Devemos lembrar que, durante a gestação e amamentação, o bebê recebe pela placenta e, após, pelo leite materno os mesmos nutrientes que a mãe ingere. Então, mães com alimentação adequada transmitem para o bebê boa informação nutricional.

Além disso, o leite materno fornece hormônios e anticorpos. A amamentação é imprescindível para o aumento da imunidade, pois a mãe transfere para o filho todos os anticorpos que ela já tem formados em seu organismo, além de nutrientes importantes para a nutrição adequada do bebê.

A amamentação deve ocorrer desde a sala de parto e em livre demanda, exclusivamente até o sexto mês. Após o sexto mês, a introdução alimentar deve ser correta e saudável, sem alimentos artificiais.

Digo a meus pacientes que o que não é necessário para o bom desenvolvimento não precisa ser oferecido na dieta dos bebês. Sal após o primeiro ano, açúcar somente após os dois anos. Então, é só isso? Não. É tudo isso. Convencer os cuidadores que a simplicidade nos cuidados resulta em crianças sadias é tarefa constante.

Outro fato que pode diminuir a resposta imune é o excesso de medicação em pronto-socorros (PS). Recomenda-se levar as crianças ao PS em situações realmente sérias. Nem sempre mais é melhor.

O trabalho de um pronto-socorro deveria ser o atendimento de doenças que podem comprometer a vida. Pesquisas mostram que, durante pico febril, as crianças produzem anticorpos. Febre não é doença, é defesa.

Durante o nascimento, o bebê é “contaminado” pelo canal de parto e, após, pelo meio ambiente em que vive. Então, seu intestino é colonizado por bactérias, uma microflora que já conta com quase 2.000 espécies. Elas são responsáveis por mandar para o cérebro informações de quais nutrientes o corpo está necessitando.

Com o uso desnecessário de antibióticos e outras medicações, esse mecanismo de troca entre intestino e cérebro é destruído temporariamente e deve ser refeito, o que resulta em uma flora intestinal diferente.

Quando a criança é invadida por vírus ou bactéria, o sistema imunitário reage produzindo substâncias que lutam contra elementos estranhos. Essa reação do corpo produz sinais e sintomas: febre, episódios de diarreia, apatia (que faz com que a criança queira ficar quieta), calafrio, choro.

Nesse momento, é importante acolher a criança, dar banho, oferecer líquidos, leite materno à vontade, observar seu filho, medicar nas temperaturas mais altas e aguardar a evolução. Por isso, a importância de manter em dia a vacinação da criança, que protege contra várias doenças perigosas e até fatais.

Ao entrar na escolinha (creche), a criança pode desenvolver dez episódios “gripais” ao ano. Após os seis meses de idade, a criança já pode receber a vacina contra a gripe, que deve ser repetida anualmente, além de todas as vacinas preconizadas no calendário oficial.

Dicas para que as crianças fiquem menos doentes: faça o pré-natal desde o início, com bom acompanhamento; tenha um parto amigo. Aguardar o início do trabalho de parto evita a prematuridade e suas consequências (uma semana faz muita diferença!); ofereça leite materno exclusivo até o sexto mês e em livre demanda até dois anos ou mais; mantenha a criança rigorosamente bem vacinada, fazendo todas as vacinas do Programa Nacional de Imunizações e fazer também as vacinas complementares (que não são fornecidas no SUS) e que você encontra nas clínicas particulares de vacinação, como é o caso das vacinas contra as meningites meningocócicas, como meningite B e as meningites A, C, W, e Y; ofereça alimentação natural, sem produtos artificiais, ultraprocessados e sem açúcar pelo menos até os dois anos; ao entrar na escolinha, acompanhe seus filhos de perto, na escola, e não terceirizar a responsabilidade da educação e dos cuidados em geral!

As decisões em relação a seu filho devem ser tomadas em consenso; aguarde e não leve ao pronto-socorro por conta de febre sem outros sintomas. Desta forma, evita-se o excesso de solicitação de exames (raios-X, hemograma, exame de urina), que traumatizam a criança. Um raio-X pode demorar até seis meses para que toda a radiação seja eliminada do corpo; ao chegar em casa à noite, pais exaustos de um dia inteiro de trabalho têm a espera um filho carente e com saudades.

Não dê a ele o celular ou a televisão. Dê muitos beijos e abraços, diga o quanto o ama. Amor libera endorfina; leia ou invente uma história para seu filho ao dormir; conte sempre com a competência e carinho de seu pediatra.

Existem vários tratamentos (medicamentos) que podem aumentar a imunidade das crianças, e também usamos a imunoterapia oral bacteriana, que são gotinhas orais, administradas diariamente, uma vez ao dia, durante seis meses seguidos para aumentar a imunidade contra doenças bacterianas.

Fontes: Internet.

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB e SBP e diretor clínico do Cevac – Centro de Vacinação de Tatuí.

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