Na sessão ordinária ocorrida na noite de terça-feira, 14, na Câmara Municipal, o vereador Luís Donizetti Vaz Júnior (Podemos) leu a reposta a um requerimento sobre um suposto falso médico.
Ao subir na tribuna para comentar uma solicitação de Nilto José Alves (PMDB), que requeria certidão com a relação dos médicos contratados pelo município, Júnior Vaz comunicou ter tido retorno sobre o médico.
Durante a sessão realizada no dia 17 de julho, o requerimento 1.491/18 cobrava que a Prefeitura respondesse se eram verídicas as informações veiculadas em redes sociais sobre a presença de um “falso” médico trabalhando na saúde pública municipal.
Com assinatura de todos os vereadores, o requerimento 1.496 havia determinado que fossem encaminhados ofícios ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e ao CFM (Conselho Federal de Medicina).
Os ofícios pediam o fornecimento de informações sobre o profissional Liszt Jonney Silva dos Santos, pessoa que estaria utilizando a identificação de outro médico para atuar na Santa Casa de Misericórdia.
“Precisamos trazer clareza e transparência às informações, para podermos passar à população e, se houver culpados, que eles sejam punidos no rigor da lei”, manifestou-se, na época, Júnior Vaz.
De acordo com o presidente da Câmara, a resposta do Cremesp informa que Santos obtivera inscrição secundária no órgão regional, provindo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia, pelo qual teria exercido a função durante o período de 23 de outubro de 2012 a 26 de julho 2018.
O documento afirma que, ao tomar conhecimento dos fatos e, depois, de diligências junto ao Conselho de Medicina de origem, havia sido constatado que a inscrição do médico não fora realizada pelo próprio solicitante, que possuiria a inscrição CRM-RO: 3.307.
Desta forma, após orientação do departamento jurídico, o Cremesp teria providenciado a anulação do registro de inscrição do médico, inscrito CRM-SP: 155.520.
Conforme Júnior Vaz, a resposta ainda confirma que os fatos foram encaminhados à Polícia Federal, para demais providências e investigação. Júnior Vaz afirmou “louvar” a ação do Cremesp, após a denúncia encaminhada. Segundo ele, “isso mostra que estão trabalhando corretamente”.
“Hoje, podemos dar uma resposta à população, que providências estão sendo tomadas. Devemos ver, um a um, de onde veio o médico e qual é a origem, para que a nossa população tenha um atendimento de saúde digno e honrado”, completou Júnior Vaz.
Segundo a Prefeitura, o suposto médico falso foi contratado pela Santa Casa e atendeu no Pronto-Socorro entre fevereiro de 2017 a maio deste ano.
A Prefeitura ainda informa que repassa recursos, mas que a gestão é da própria Santa Casa, a qual, inclusive, na ocasião da contratação de Santos, não estava sob intervenção municipal.
Para ser empregado, Santos teria apresentado todos os documentos necessários, contando com certidão do Conselho Regional de Medicina, que comprovaria que ele era médico.
Quando soube das informações veiculadas em redes sociais, em junho, a Secretaria Municipal de Saúde informou o caso às polícias Federal e Civil, e dois inquéritos foram abertos. Na época, a Santa Casa foi notificada e acionou o Cremesp.
Procurada pela reportagem, a administração da Santa Casa afirmou preferir não se manifestar.