Da reportagem
O primeiro semestre de 2020 da Coop – Cooperativa de Consumo foi superior ao mesmo período de 2019. O presidente executivo da cooperativa, Márcio Valle, fez o anúncio durante coletiva de imprensa, em plataforma on-line, na tarde de quinta-feira, 16.
Conforme Valle, apesar das particularidades e incertezas provocadas pela pandemia, o saldo entre as 92 unidades da Coop, envolvendo 32 supermercados, 57 drogarias e 3 postos de combustíveis, concluiu sendo positivo.
O gráfico apresentado pelo diretor executivo, durante a coletiva, apresenta um pico de vendas nos supermercados em março, com aumento próximo a 18% em relação ao mesmo período do ano passado.
O pico aconteceu durante o início do período de quarentena, com crescimento nas vendas de alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal, além de eletrônicos. “As pessoas se abasteceram para passar a quarentena nas casas”, afirmou Valle.
O mesmo pico, em proporções relativamente menores, ocorreu nas drogarias. Segundo Valle, em conjunto com o reabastecimento para a quarentena, no início de cada ano, mais medicamentos costumam ser comercializados antes do reajuste de preços.
No trimestre seguinte, apesar de não alcançar o pico de março, as vendas em supermercados e drogarias se mantiveram acima do registrado no período em 2019 – com exceção do mês de junho, em que a pandemia impossibilitou a realização de campanhas de selos para trocas de brindes.
De acordo com Valle, houve queda na base ativa e frequência de clientes nas cooperativas. Contudo, os gastos, assim como as vendas por delivery, aumentaram. “As pessoas estão indo menos vezes, porém, gastando mais para se manterem abastecidas por mais tempo”, indicou.
Em relação a 2019, houve queda, em março, somente nos postos de combustíveis. A redução de abastecimento nos veículos se acentuou nas primeiras semanas de quarentena, mas segue em uma crescente desde meados de abril. “A queda foi natural devido ao movimento ‘#FicaEmCasa’”, reconhece Valle.
Segundo ele, o resultado é levemente inferior à previsão para 2020, que, em contrapartida, não previa uma pandemia. As promoções foram reduzidas para não gerar aglomerações de pessoas. No entanto, com o aumento na venda, principalmente de produtos alimentícios, de limpeza e higiene, o faturamento já é superior ao mesmo período de 2019.
Ele apresentou as adaptações realizadas nas 92 unidades da Coop devido ao coronavírus. A cooperativa investiu em álcool em gel, faixas e acrílicos de distanciamento, informativos sobre a Covid-19 e, recentemente, passou a fazer aferição de temperatura nos clientes.
Valle reconhece o alto custo das adaptações à Coop, no entanto, antecipa que elas devem perdurar por pelo menos mais um ano, ou até que criação e disponibilização de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Ele destaca que, até o fim de junho, a cooperativa vendia álcool em gel a preço de custo.
A Coop possui, ao todo, 5.300 funcionários próprios. Segundo Valle, os 340 que pertencem a grupos de risco foram afastados, sendo substituídos, e 290 foram realocados para trabalhar em casa. “Não demitimos ninguém por conta da pandemia”, garantiu.
De acordo com Valle, desde o início da pandemia, 120 trabalhadores testaram positivo para a doença, sendo 55 assintomáticos. Ele informou que poucos necessitaram de internação e não houve óbitos.
Retorno
Valle informou que, no dia anterior, fora aprovado o retorno de sobras líquidas de R$ 12 milhões, a serem liberados aos cooperados no dia 3 de agosto. Ainda noticiou um valor de R$ 360 mil a serem divididos entre Fundos Sociais de Solidariedade e entidades sociais.
A partir de maio, a Coop passou a contar com um novo centro de distribuição. Segundo Valle, “a mudança triplica a capacidade de armazenamentos de produtos para comportar a expansão da Coop”.
De acordo com Valle, a cooperativa pretende inaugurar 21 novas drogarias até o fim do ano. Desta forma, a Coop, que atualmente possui drogarias em 11 municípios, passaria a atuar na venda de medicamentos em 24 cidades paulistas.