Conservatório de Tatuí apresenta a ópera “O Sétimo Selo” nesta quarta

João MacDowell, diretor artístico e fundador da International Brazilian Opera Company (IBOC) (foto: AI Conservatório)

O teatro “Procópio Ferreira”, do Conservatório de Tatuí, recebe nesta quarta-feira, 14, a estreia da ópera “O Sétimo Selo”, escrita pelo compositor brasileiro João MacDowell.

A produção conta com a participação do Coro e da Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí e será reapresentada, no dia 17 de novembro, no Centro Cultural Baía dos Vermelhos, em Ilhabela (SP).

Segundo os realizadores, o projeto “Conexão Bergman” une cinema e ópera em uma coprodução cultural de “excelência internacional” e promove “expressivo intercâmbio artístico” que conta com profissionais do Brasil, Suécia e Estados Unidos para a primeira apresentação mundial da versão completa da nova ópera, com coro, solistas e orquestra.

O Coro e a Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí, sob a regência do maestro tatuiano Edson Beltrami, unem-se ao diretor de palco sueco Bengt Gomér – que dirigiu “Turandot”, de Puccini, no Dalhalla Opera, com a soprano Nina Stemme no papel principal.

Além de Gomér, sete solistas suecos estarão na montagem brasileira, ao lado dos artistas locais: a soprano dramático Pauline Pfeifer, no papel de “A Morte”; a soprano Johanna Martell, no papel de “Mia”; o tenor Michael Axelsson, como “Jof”; a mezzo-soprano Linnea Andreassen, como “Escudeiro Jons”; Bjorn Larson, “Monge Raval”; Maria Demérus, “Bruxa Tyan”; e o barítono David Wijkman, no papel do cavaleiro “Antonius Block”.

De Tatuí, o “Conexão Bergman” segue para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, no dia 16, onde haverá a exibição do filme “O Sétimo Selo”, de 1957, e uma mesa-redonda sobre o processo de transcrição do filme em ópera, com a participação de João MacDowell. No dia 17, acontece a apresentação completa da ópera, no Centro Cultural Baía dos Vermelhos.

Ópera e cinema

O compositor MacDowell desenvolveu a ideia de levar “O Sétimo Selo” para o palco a partir de residências artísticas na casa de Bergman, na Ilha de Fårö (Suécia), em 2014 e 2015.

“Estava na casa dele, podendo trabalhar na mesa do escritório dele, com acesso irrestrito ao seu estúdio de música, sua biblioteca, videoteca, sala de meditação e todos os arquivos. O natural era pensar em quais filmes dariam uma boa ópera”, relembra MacDowell. Outra obra de Bergman, “Gritos e Sussurros”, já havia sido vertida em ópera pelo compositor brasileiro, em 2014.

No verão europeu de 2018, “O Sétimo Selo” estreou na Suécia. “Trabalhamos em parceria com o Teatro Dramático Real (Dramaten) e com o Museu de Arte Moderna de Estocolmo – essas são as instituições de maior prestígio no país. Esses concertos foram parte do Festival Bergman 2018, em comemoração ao centenário do diretor”, frisa MacDowell.

A partir de 2019, “O Sétimo Selo” deverá entrar no circuito internacional da ópera, com conversas em andamento para temporadas na Suécia, Polônia e Alemanha, incluindo cidades brasileiras.

João MacDowell

O maior jornal sueco, o “Dagens Nyheter”, chamou MacDowell de “um novo pensador no gênero da ópera”. Autor de cinco óperas, o compositor constrói uma carreira que vai do punk rock à música clássica, passando pela bossa nova e música eletrônica.

Radicado em Nova York, é autor das óperas “Tamanduá” (2008), “Plastic Flowers” (2012), “Gritos e Sussurros” (2014) e “A Trilogy” (2015).

A exibição de “O Sétimo Selo”, reverberou do outro lado do Atlântico: o jornal “The New York Times” afirmou que o fenômeno da transposição da tela para o palco foi representado no Dramaten por João MacDowell e sua ópera “O Sétimo Selo”.

Sua “Sinfonia nº1” – “Um Sonho Brasileiro” – estreou em 2014 com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília. Paralelo ao trabalho com a música erudita, atua no circuito comercial, sendo responsável pela trilha sonora da Copa do Mundo Fifa 2014 do canal ESPN, transmitida para 67 países.

MacDowell é diretor artístico e fundador da International Brazilian Opera Company (IBOC), uma organização sem fins lucrativos, baseada em Nova York, “comprometida com a criação de um teatro de ópera global que interligue diferentes culturas”.

“Ao estabelecer uma relação de trabalho com o Brasil, planeja desenvolver a colaboração entre artistas de ambos os países e, também, viajar nas duas direções com produções completas, buscando a renovação do gênero operístico”, conforme divulgado pelo CDMCC.

O projeto “Conexão Bergman” é uma coprodução Brasil, Suécia e Estados Unidos, realizado pelo IBOC/NYC em parceria com a Green Point/RN, Conethics/SP, Teatro Vermelhos e Conservatório de Tatuí, com apoio da Lei Rouanet e patrocínio da Volvo Cars.