Os motoristas de ônibus de Tatuí fizeram paralisação na manhã de quarta-feira, 16. O protesto começou à meia-noite e terminou às 9h. Os profissionais da categoria reivindicam mais segurança no transporte municipal, interurbano e rodoviário.
Eles ainda divulgaram que a manifestação aconteceu “pela defesa da democracia” e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A paralisação foi nacional e afetou 15 empresas nas regiões de Sorocaba, Itapetininga e Itapeva. Em Tatuí, 34 linhas do transporte urbano, operado pela Empresa de Ônibus Rosa, deixaram de circular. Cinquenta motoristas da empresa cruzaram os braços no período de protesto.
A empresa Rápido Luxo Campinas, que tem garagem em Tatuí, deixou de levar os passageiros às cidades de Sorocaba, Botucatu, Cesário Lange, Araçoiaba da Serra, Bofete, Porangaba e Capela do Alto.
No total, oito motoristas paralisaram as operações. Funcionários das empresas Piracema e Cometa também aderiram ao protesto. Segundo o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, 4.000 trabalhadores participaram da ação.
O protesto foi convocado pela CNTT-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes da Central Única dos Trabalhadores), Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central.
As centrais querem que os governos se mobilizem para garantir a segurança dos motoristas e passageiros. Uma das sugestões dadas pelos sindicalistas é a criação de um policiamento especializado em segurança de transporte público coletivo.
Os manifestantes também defendem a obrigatoriedade de um segundo trabalhador nos coletivos, seja ele um cobrador ou um agente de bordo.
A ideia é auxiliar os motoristas em operações como o manuseio da rampa de acessibilidade e na subida e descida de idosos, além de coibir a perda de renda.
O diretor da empresa Rosa, Carlos Eduardo de Medeiros, afirmou que, em Tatuí, as reivindicações dos profissionais “não fazem sentido”, pois o uso do transporte coletivo por cadeirantes é baixo.
“Nós temos 98% da frota com acessibilidade, mas atendemos dois cadeirantes por dia. Há pouca demanda”, explicou.
Medeiros contou que a empresa foi avisada apenas com um dia de antecedência, enquanto a legislação prevê que o sindicato avise 24 horas antes do protesto. A Prefeitura informou, por meio de nota em seu site, que não foi avisada da paralisação.