Condiloma acuminado (verruga genital) – II

Diagnóstico

O diagnóstico do condiloma acuminado é feito pela observação das verrugas e leva em conta fatores de risco para a doença, histórico do paciente e aspecto e localização das lesões clínicas, se existirem.

Alguns exames laboratoriais (sangue, peniscopia, colposcopia, anuscopia, captura híbrida, colonoscopia e biópsia) são importantes para esclarecer a presença e as características das lesões subclínicas, principalmente quando se trata de verrugas internas.

O teste de reação da cadeia da polimerase (PCR) pode até mesmo identificar o tipo de HPV para um tratamento mais eficaz. Do mesmo modo, estabelecer o diagnóstico diferencial entre o condiloma acuminado, o condiloma plano da sífilis e alguns tipos de carcinomas, é requisito básico para conduzir o tratamento adequado dessas enfermidades.

Nunca será demais repetir ainda que, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento e menor a probabilidade de desenvolver complicações graves.

Tratamento

A verruga genital pode regredir espontaneamente, já que, em grande parte dos casos, o sistema imunológico é capaz de destruir o HPV responsável pelo aparecimento da lesão. No entanto, há situações em que as características do condiloma exigem cuidados médicos.

O objetivo sempre é remover o tecido doente e impedir a transmissão do vírus para outras pessoas. As opções do tratamento, que variam de acordo com as necessidades de cada paciente, incluem: uso tópico ou sistêmico de medicamentos para fortalecer o sistema imune, conter o crescimento das verrugas e a proliferação do vírus HPV (antivirais); procedimentos cirúrgicos, como a crioterapia utilizando nitrogênio líquido, a cauterização e a aplicação de laser.

Vale ressaltar que, para muitas pessoas, medicamentos e procedimentos tópicos não são tão eficazes para as verrugas externas. Podem ser necessários semanas ou meses de aplicação, e tais tratamentos frequentemente causam desconforto e efeitos colaterais, como irritação, dor e queimação.

Também é importante lembrar que curar as lesões do HPV não significa que o vírus tenha sido definitivamente eliminado do organismo. Em condições especiais, a diminuição da resistência do organismo pode facilitar a multiplicação do vírus que permanecia em estado latente, e as lesões clínicas e subclínicas reaparecem.

Prevenção

Não existe um método absolutamente seguro contra a infecção pelo HPV. Nem mesmo o preservativo, que deve ser usado em todas a relações sexuais, garante proteção absoluta. Sabe por quê? Porque o HPV também pode estar alojado na pele de regiões que não são protegidas pela camisinha, masculina ou feminina, como o ânus e a região genital.

Isso está longe de dizer que seu uso é desnecessário. Ao contrário, o preservativo deve ser sempre utilizado, porque diminui o risco de contágio não só do papiloma vírus humano, mas de muitas outras IST.

Embora o exame de Papanicolau não esteja correlacionado com a prevenção do condiloma acuminado, ele costuma ser rotineiramente solicitado, porque detecta alterações celulares microscópicas sugestivas de tumores no colo do útero, principal complicação causada pelo HPV. Por isso, mulheres sexualmente ativas, mesmo sem sintomas, devem repetir esse exame com regularidade.

Vacina do HPV

Atualmente, as vacinas representam a medida mais eficaz para a prevenção contra a infecção pelos tipos mais frequentes do grupo HPV. Existem duas vacinas contra o HPV: a bivalente e a quadrivalente.

A bivalente (Cervarix) imuniza contra os tipos 16 e 18 (que protege somente contra o câncer de colo de útero; a quadrivalente (Gardasil), contra os tipos 6, 11, 16 e 18 (que protege contra o câncer de colo de útero e das verrugas genitais, da qual tratamos aqui neste artigo).

O laboratório produtor dessa vacina recomenda três doses da Gardasil, sendo uma no ato, após um mês, a segunda dose e a terceira, que age como um reforço e garante a imunidade completa, após intervalo de seis meses desde a primeira dose.

Fontes: Dráuzio Varella e arquivos próprios

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria (TEP) pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro da Sobrames (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores). Diretor clínico e proprietário da Alergoclin Cevac – Clinica de Pediatria – Tratamento de Alergia e Vacinação Humana, com posto de vacinação credenciado pela CVE desde o dia 24/02/1983.