
Da reportagem
O Condephat (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí) e o artista plástico tatuiano Jaime Pinheiro confirmaram que devem fazer parte de uma comissão para a restauração do monumento “O Condutor”, do artista plástico e professor Josué Fernandes Pires.
O monumento, que está instalado em frente à Etec (Escola Técnica) “Sales Gomes” foi destruído com a queda de uma árvore na tarde do dia 13. Segundo a diretora da unidade escolar, Rossana de Camargo Barros, o caso ocorreu durante uma poda.
A O Progresso, o presidente do Condephat, Rogério Vianna, disse estar em contato com a diretoria da escola “para auxiliar no que for preciso e no que for possível para restaurar o monumento”.
“O monumento é um patrimônio histórico de grande valor. O professor Josué Fernandes foi e ainda é um grande inspirador aqui para nossa cidade, por meio da sua arte”, sustentou Vianna.
“É um professor que merece ser salvaguardado para sempre em nossa cidade. Ele é um dos grandes nomes da arte de nossa cidade”, acrescentou o presidente.
Vianna ainda disse ter lamentado o acidente e reforçou o apoio para a restauração. “Vamos fazer tudo o que for possível para dar apoio a restauração deste monumento, para que nós possamos ver novamente esta obra, que é de grande importância para nossa cidade”, finalizou Vianna.
O tatuiano Jaime Pinheiro também disse estar à disposição da escola e da comissão para ajudar na restauração do monumento, não só por ser artista plástico, mas também por ter sido grande amigo do professor Josué Fernandes.
“Minha relação com o professor Josué era de uma amizade muito grande, tenho uma história de vida e de aprendizado muito forte com ele. Não tem como eu não ajudar em uma restauração como esta; o que for possível irei fazer”, garantiu Pinheiro.
O artista plástico revelou ainda não ter ido verificar o resultado do acidente devido ao valor emocional da obra para ele. “Não é nem uma questão pensar em possibilidade, é obrigatório restaurar o monumento”, reforçou Pinheiro.
Segundo ele, será necessário juntar conhecimento de profissionais de várias áreas para conseguir um bom resultado na restauração, assim como os alunos do professor Josué, que, na época, ajudaram na criação do monumento.
“Eles podem ajudar, falar sobre o processo de criação, os materiais utilizados etc. Também será necessário ter alguém que entenda de engenharia, outro de serralheria, um bom pedreiro, enfim, muitas pessoas colaborando e com vontade de ajudar”, argumentou.
Para Pinheiro, o acidente que derrubou o monumento foi uma tragédia histórica e cultural. “Não é nem questionar o valor da obra neste momento, mas o valor histórico dela e do criador, já que o professor Josué tem um valor inquestionável na formação de centenas de alunos de Tatuí”, acrescentou o artista plástico.
Na segunda-feira, 18, por meio de redes sociais, uma das filhas do artista plástico, Sônia Fornazari Pires, lamentou a destruição. Ela ainda apontou que o nome da obra, “O Condutor”, remete “à atuação de um professor que caminha ao lado do aluno por um tempo até que o discípulo siga o seu próprio caminho e supere seu mestre”.
A intenção de criar uma comissão para promover a restauração já havia sido anunciada pelo secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, na semana passada. Ele esteve na Etec na tarde do dia 18.
Conforme Sinisgalli, o monumento foi bastante prejudicado com a queda da árvore, contudo, a intenção é mantê-lo no lugar e usar algumas partes que restaram inteiras para reconstruí-lo.
A escultura “O Condutor” foi exposta pela primeira vez na década de 70, sendo a segunda estátua criada como parte de uma sequência de três obras de artes efetivadas pelo professor com a ajuda de alunos.
A primeira é “O Apascentador”, imagem fixada no Conservatório de Tatuí, no final da década de 60, e a terceira, “O Semeador”, que se encontra na Estação Experimental da cidade.