Como funcionam as vacinas? – parte 1

Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34.708 *

Observação: este texto foi retirado do site www.familia.sbim.org.br, da Sociedade Brasileira de Imunizações, direcionado especialmente para as famílias consultarem sobre qualquer assunto a respeito de vacinação, que apresenta inclusive calendários atualizados de vacinas para todas as faixas etárias, site este, que eu recomendo para todos os pais acessarem, se atualizarem e também para consultarem sobre qualquer assunto relacionado à vacinação de seus filhos.

Este artigo, por ser um pouco extenso, estou dividindo em duas partes. Na próxima edição, teremos a continuação com a parte 2.

Parte 1

Você já sabe que diversas vacinas protegem de muitas doenças causadas por vírus e bactérias, que são os agentes infecciosos.

Mas você sabe como as vacinas funcionam?

Ao invadir um organismo, bactérias e vírus se multiplicam e atingem diferentes estruturas e órgãos. Para proteger nossa saúde, as vacinas precisam estimular o sistema imunológico – também chamado de sistema imunitário ou imune – a produzir anticorpos, um tipo de proteína, agentes de defesa que atuam contra os micróbios que provocam doenças infecciosas.

Memória imunológica

O sistema imune também tem a capacidade de se lembrar das ameaças já combatidas, por isso, sempre que os mesmos agentes infecciosos entram em contato com nosso organismo, o complexo processo de proteção é reativado.

Em alguns casos, a memória imunológica é tão eficiente que não deixa uma doença ocorrer mais de uma vez na mesma pessoa. Isso acontece, por exemplo, quando contraímos sarampo ou catapora (varicela) ou quando nos vacinamos contra essas doenças.

Mas não é sempre assim. No caso da doença meningocócica, da difteria, do tétano e da coqueluche, tanto as infecções quanto as vacinas que as previnem não geram proteção para toda a vida, seja porque o estímulo do sistema imune não é suficiente a ponto de produzir uma ótima memória imunológica, seja porque ter memória imunológica, nesses casos, não basta para manter a proteção no longo prazo. É por isso que, às vezes, precisamos tomar doses de reforço de algumas vacinas.

Embora seja muito eficiente, o sistema imunológico precisa de certas condições para funcionar bem e o “tempo” é uma delas. Por exemplo: na primeira vez em que uma criança é exposta a um micróbio, seu sistema imune não consegue produzir anticorpos em um prazo inferior ao que o agente agressor leva para se instalar e provocar os sintomas.

Assim, apesar do esforço de proteção natural do organismo, a criança ficará doente. Por essa razão, as vacinas têm importância crucial: elas permitem a imunização preventiva, o que elimina o risco de adoecimento e complicações muitas vezes fatais.

Eficácia e segurança

A maioria das vacinas protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O pequeno percentual de não protegidos se deve a muitos fatores – alguns estão relacionados com o tipo da vacina; outros, com o organismo da pessoa vacinada que não produziu a resposta imunológica adequada.

Quanto à segurança, ou seja, à garantia de que não vai causar dano à saúde, é importante saber que toda vacina, para ser licenciada no Brasil, passa por um rigoroso processo de avaliação realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Esse órgão, regido pelo Ministério da Saúde (MS), analisa os dados das pesquisas, muitas vezes realizadas ao longo de mais de uma década, e que demonstram os resultados de segurança e eficácia das vacinas, obtidos em estudos com milhares de humanos voluntários de vários países do mundo.

O objetivo é se certificar de que o produto é de fato capaz de prevenir determinada doença sem oferecer risco à saúde.

Fonte: site www.familia.sbim.org.br.

* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico da Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac” Dr. Jorge Sidnei, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunizações.