No dia 19 de junho comemoramos o Dia do Cinema Brasileiro. As produções nacionais começaram lá em 1896 e atualmente as produtoras brasileiras lançam mais de cem projetos cinematográficos por ano, porém nem todos alcançam divulgações e salas comerciais.
Não se sabe a verdade, mas dizem que o primeiro filme brasileiro foi o “Vista da Baía da Guanabara”, que teria sido filmado pelo cinegrafista italiano Affonso Segretto. Se esse longa foi gravado, não sabemos, mas nunca chegou a ser exibido.
Atualmente, são consideradas as primeiras produções brasileiras: “Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara”, “Chegada do Trem em Petrópolis”, “Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí” e “Uma Artista Trabalhando no Trapézio do Politeama”.
Temos muitos motivos para comemorar esse dia. Conto um pouquinho abaixo sobre as muitas conquistas do cinema brasileiro.
“Central do Brasil” recebeu dezenas de prêmios, como o Urso de Ouro de melhor filme e o Urso de Prata de melhor atriz (Fernanda Montenegro) no Festival de Berlim, além do Bafta (prêmio da Academia Britânica de Cinema) e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e duas indicações ao Oscar (filme estrangeiro e atriz).
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964) entrou na Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos, concorreu ao prêmio Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes.
E “Cidade de Deus” (2002)? Foram mais de 52 prêmios pelo mundo e quatro, sim quatro, indicações ao Oscar de 2004. Já o “O Que é Isso, Companheiro?” (1997) foi indicado ao Oscar em 1998.
O brasileiro Flávio Migliaccio interpretou oito personagens em uma única produção brasileira.
“O Palhaço” (2011), “O Auto da Compadecida” (2000), “Que Horas Ela Volta?” (2015), “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006) são longas que cativaram a opinião pública. Utilizaram as marcas mais fortes do brasileiro, a latinidade, o amor e a empatia.
Para dar mais valor ainda para o nosso cinema, os filmes “Os Infiltrados” (2006), “A Ilha do Medo” (2010), “Cabo do Medo” (1991) e “Touro Indomável” (1980), dirigidos por Scorsese foram influenciados por Glauber Rocha, cineasta brasileiro.
Sonia Braga, Alice Braga e Rodrigo Santoro são três dos nomes que andam pelo cinema internacional e fazem filmes de sucesso. Mas o pioneiro foi Synésio Mariano de Aguiar, cognominado Syn de Conde, o primeiro brasileiro a atuar em Hollywood.
O primeiro filme de bilheterias é o “Nada a Perder” (2018) com mais de 11.226.127 de expectadores, seguido de “Os Dez Mandamentos” (2016) com mais de 11.183.219, e, para completar o top 3, vem o “Tropa de Elite – Agora o Inimigo é Outro” (2010), com 11.146.723 de bilhetes vendidos.
As animações tomam conta de grande parte da indústria cinematográfica. “Rio” (2012) foi indicado à estatueta na categoria de melhor canção. “Ferdinando” (2018), aquele tourinho simpático, foi indicado para melhor filme de animação, feita por um brasileiro.
Agora para o segundo semestre já esperamos algumas produções aguardadas pelo público e pelos críticos. O filme “Hebe” será uma gracinha! Com certeza, será um marco na categoria biografia e estreia em 15 de agosto.
O pessoal dos anos 90 vai curtir muito assistir “Eduardo e Mônica”, a música do Legião Urbana, que irá para as telonas no dia 10 de outubro. “Simonal”, que dispensa qualquer apresentação, vai ganhar sua biografia também em 19 de setembro.
Para os pequenos, a “live action” de “A Turma da Mônica” chega nos cinemas em 27 de julho. Aposto que essa produção será assistida do vovô até às crianças.
O cinema brasileiro é cheio de talentos, emoções, tecnologia e histórias profundas com muita brasilidade.
* Cineasta, membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual.