Cidade tem mais de 300 casos de dengue 

Saúde realiza “fumacê” na região do Jardim Santa Rita (Foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

Tatuí registrou 309 casos confirmados de dengue desde o início do ano. De 1o de janeiro até quarta-feira, 4, o município havia recebido 526 notificações da doença, das quais 147 foram descartadas, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde.

Dos casos confirmados, 305 são autóctones (contraídos no município) e quatro, importados (adquiridos em outras cidades). Nos bairros onde houve registro dos autóctones, o Centro de Controle de Zoonoses realizou nebulização (aplicação de inseticida) pelas ruas.

A Vigilância Epidemiológica aguardava resultado de 70 exames suspeitos da doença. Até o fechamento do mais recente relatório emitido pelo órgão, não houve nenhum registro de morte causada por dengue em Tatuí.

O índice de casos positivos da doença, em pouco mais de um mês, representa quase a totalidade de casos registrados em 2020, quando somaram-se 344 infectados entre janeiro e dezembro.

Conforme a secretária da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, a maior parte dos pacientes confirmados com a doença, neste ano, reside no Jardim Santa Rita Cássia, “onde foram intensificados os trabalhos preventivos”.

“Em janeiro, os agentes de saúde aumentaram as ações de combate à dengue, com orientações casa a casa. Além disso, foram realizadas nebulizações, fumacê e outras atividades preventivas”, afirmou a secretaria.

Como parte da prevenção, a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) realizou a chamada “nebulização pesada” no Jardim Santa Rita de Cássia e no bairro Tanquinho, para evitar a criação do mosquito transmissor, entre os dias 26 e 28 de janeiro.

Além disso, Tirza enfatizou que a prefeitura disponibilizara uma unidade de atendimento exclusiva para a doença, na Santa Casa de Misericórdia (reportagem nesta edição).

Conforme o Setor Municipal de Combate à Dengue, a reprodução do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, intensifica-se no início do ano e, historicamente, os números da doença crescem.

Segundo o órgão da Secretaria de Saúde, a melhor forma de evitar as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti é o combate aos focos de acúmulo de água, locais propícios à criação do mosquito transmissor da doença.

A indicação é a mesma de sempre: não deixar água parada nos vasos de plantas, manter caixas d’água tampadas, lavar diariamente os bebedouros de animais, manter o quintal limpo e organizado.

A secretária da Saúde orienta que, para saber se a dengue foi contraída, é preciso consultar um médico e realizar exames, já que os sintomas da doença podem ser confundidos com outras patologias.

Segundo o Ministério da Saúde, as ocorrências mais comuns são: febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e articulares. Em casos mais graves, o paciente pode sofrer hemorragia intensa e choque hemorrágico (quando perde mais de 20% do sangue ou fluídos corporais), o que pode ser fatal.

“Se a pessoa sentir os sintomas relacionados à doença, é importante que não se automedique. Que ela procure o atendimento médico, um postinho de saúde ou a nova unidade de atendimento à dengue”, aponta Tirza.

Os doentes podem também sofrer com dores fortes nas articulações, nos músculos, atrás dos olhos, costas, abdômen e ossos. Os sintomas ainda incluem dor de cabeça, manchas avermelhadas pelo corpo e náuseas.

Histórico

Segundo levantamento divulgado na quarta-feira, 3, as primeiras notificações de suspeita de dengue, no município, ocorreram em 1992. Cinco pessoas procuraram unidades de saúde com sintomas da doença, mas nenhum caso deu positivo.

Em 1993, a cidade não recebeu notificações da doença. Já em 1994, foram registradas oito notificações, das quais duas confirmadas, apresentando os dois primeiros casos de dengue em Tatuí (ambos importados).

Desde então, a cidade registrou casos positivos da doença em 1996 (um), 1999 (três), 2001 (três), 2002 (seis), 2003 (três), 2005 (um), 2006 (um), 2007 (quatro), 2008 (um) e 2009 (um), todos importados.

No ano de 2010, a cidade teve 76 notificações da doença, das quais 27 foram confirmadas, sendo 20 casos importados e sete autóctones – os primeiros casos da doença com pacientes contaminados no município.

Em 2011, foram registradas outras 145 suspeitas da doença. Dessas, 16 acabaram confirmadas, sendo dez casos importados e seis autóctones. Em 2012, não houve infecção no município: das 66 suspeitas, sete foram positivas – todas importadas.

No ano seguinte, a cidade recebeu 179 notificações e o índice voltou a registrar casos autóctones, com sete confirmações de infecção no município e 27 casos importados. Já no ano de 2014, os casos autóctones ultrapassaram os importados, com 21 para 13 casos, respectivamente.

Em 2015, o município registrou o pior índice da séria histórica, com 1.361 notificações da doença. Desse número, 771 foram descartados e 590, confirmados, sendo 151 importados e 439 autóctones.

Em 2016, 130 casos foram confirmados por exames (35 importados e 95 autóctones). No ano seguinte, o número de casos positivos caiu para seis (três importados e três autóctones).

Já em 2018, houve confirmação de quatro casos (três importados e um autóctone) e em 2019, de 54 (16 importados e 38 autóctones).