Cidade já tem ações contra o coronavírus

(foto: Anna Shvets/Pexels)
Da reportagem

Com a chegada de casos confirmados de coronavírus no Brasil, todo o país ficou em alerta e diversos municípios estão preparando equipes de saúde para o acolhimento dos possíveis casos que podem surgir.

Em Tatuí, a Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, promoveu na quarta-feira, 4, treinamento para assistência em casos suspeitos da doença. Cerca de 50 profissionais de saúde participaram da capacitação.

Na ocasião, o médico infectologista da Santa Casa de Misericórdia, Marcus Vinícius Landim Stori Milani, orientou os profissionais de saúde da rede sobre as instruções contidas no plano de contingência do estado, alinhado com o Ministério da Saúde.

Os participantes receberam instruções sobre como identificar casos suspeitos que cheguem às unidades de saúde, bem como sobre os protocolos de acolhimento, isolamento e coleta de material para análise em laboratório.

Também foram abordados estatísticas mundiais, definição de casos suspeitos, orientações para o preenchimento da ficha de notificação, procedimento de coleta para exames laboratoriais e fluxograma de atendimento.

A O Progresso, a coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, informou que a intenção do encontro foi preparar os profissionais que trabalham em unidades consideradas portas de entrada de notificações, como o Pronto-Socorro e as unidades básicas de saúde.

Ela divulgou que, até sexta-feira, 6, nenhum caso de suspeita da doença havia sido notificado no município. Segundo ela, as ações realizadas até o momento são no sentido de prevenção da doença.

Rosana salientou que a palestra foi “de grande importância” para integrar toda a rede, padronizar o atendimento das unidades de saúde e dar mais rapidez ao processo de comunicação dos casos.

“Lá, definimos um protocolo, e o profissional de saúde deve comunicar a VE imediatamente em caso de suspeita. Por enquanto, estamos focando nos profissionais de saúde para que, caso recebam um paciente com suspeita, saibam o que fazer”, mencionou.

Rosana apontou que todos os passos informados na capacitação estão embasados nos protocolos de atendimento estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que atualiza diariamente os órgãos municipais sobre as ações de prevenção da doença.

Também reforçou que a conscientização da população é importante para que o vírus não chegue a Tatuí, acentuando que o único meio de prevenção da doença é evitar o contato com o vírus.

“A orientação geral é para que a população siga pequenas regras de etiqueta. Os cuidados, diante de casos suspeitos, são semelhantes aos adotados para evitar gripe: evite ficar em contato próximo a pessoas com febre e tosse e procurar um serviço médico se apresentar sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar”, orientou.

Ela acrescentou que não existe medicamento para evitar a doença. “Se houver suspeita, é necessário fazer repouso, manter a hidratação e o isolamento social. Apenas se tiver algum tipo de complicação é que o paciente vai precisar de medicação; caso contrário, é repouso e isolamento. É isso que precisa ser feito”, asseverou a coordenadora.

O estado de São Paulo criou um centro de contingência para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus e, também nesta semana, divulgou algumas ações de prevenção.

Conforme material do governo do estado, a doença provocada pelo novo coronavírus é denominada oficialmente como Covid-19, sigla em inglês para “coronavirus disease 2019” (doença por coronavírus 2019).

O vírus causa doença respiratória pelo agente coronavírus. Alguns casos podem ser mais graves, por exemplo, em pessoas que já possuem outras doenças. Nessas situações, podem ocorrer síndrome respiratória aguda grave e complicações. Em casos extremos, pode levar a óbito.

Além disso, outros sintomas, como cansaço, dores, corrimento e congestão nasal, dor de garganta e diarreia, podem ocorrer.

As orientações incluem: lavar as mãos frequentemente com água e sabão e usar antisséptico de mãos à base de álcool gel 70%, principalmente, após tossir ou espirrar, depois de cuidar de pessoas doentes, após ir ao banheiro, antes e depois de comer.

Para se prevenir, o MS indica evitar contato próximo a pessoas com febre e tosse, procurar um serviço médico se apresentar sintomas como febre, tosse e dificuldade de respirar.

Outros cuidados devem ser tomados ao tossir e espirrar, como cobrir a boca e o nariz, usar os braços ou lenço descartável e evitar usar as mãos. Caso a pessoa esqueça, é necessário lavar bem as mãos com água e sabão. Se usar um lenço, é preciso jogá-lo fora imediatamente e usar, preferencialmente, lenços descartáveis.

No momento, não há recomendação para uso de máscaras para a população. Mas, todos devem sempre fazer a higienização das mãos e evitar contato com mucosas de nariz, boca e olhos.

“São cuidados simples, importantes e que devem ser frequentes para prevenir doenças contagiosas, não só o coronavírus como outras doenças, como, por exemplo, a gripe”, comentou Rosana.

Vigilância Epidemiológica promoveu na quarta, 4, treinamento para assistência a casos suspeitos da doença (foto: AI Prefeitura)

A Secretaria Estadual de Saúde alerta que quem esteve em países com casos confirmados da doença e apresentar sintomas suspeitos deve evitar o contato com outras pessoas, procurar um serviço médico imediatamente e seguir os cuidados recomendados.

A notificação deve ser feita pelo serviço de saúde que atender o paciente, em até 24 horas. A comunicação é feita pelas prefeituras ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde. Para casos graves, a rede estadual de saúde preparou hospitais de referência na capital, interior e litoral.

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira, 5, mais quatro novos casos de coronavírus, um no Rio de Janeiro, no município de Barra Mansa, um no Espírito Santo e dois em São Paulo. Com a confirmação desses casos, o Brasil possuía até essa data oito casos de coronavírus.

A pasta analisava mais um provável caso no Distrito Federal, que aguardava a contraprova de laboratório público de referência nacional. O país monitorava até então 636 casos suspeitos. Outros 378 haviam sido descartados.

Os dois casos de São Paulo têm relação com o primeiro caso no país, chamado de “paciente 1”. Contudo, isso não significa que há transmissão comunitária, ou seja, que o vírus esteja circulando na sociedade sem conhecimento da origem. Por enquanto, é considerado transmissão local, pois está restrito e circulando em um grupo de pessoas.

Em nota à imprensa, o secretário da Vigilância em Saúde do MS, Wanderson de Oliveira, explica que os dois casos estão relacionados entre si.

“Sabemos a origem da transmissão. Por isso, são considerados transmissão local. Quando não conseguimos relacionar a transmissão com o caso já confirmado, ela é considerada transmissão comunitária. É o que ocorre em países como a China, Itália e Estados Unidos”, informa.

Conforme o MS, o caso do Rio de Janeiro, também confirmado na tarde de quinta-feira, trata-se de uma mulher de 27 anos com histórico de viagem pela Itália e Alemanha, em fevereiro. A paciente apresentou sintomas de febre, coriza e falta de ar, ainda durante a viagem.

No Espírito Santo, o caso confirmado é também de uma mulher, de 37 anos, e histórico de viagem pela Itália. Ela apresentou sintomas e foi atendida na rede de saúde privada e a testagem, realizada pela Fiocruz.