‘Cidade está de regular para boa’, avaliam representantes





Tatuí tem ensino considerado de regular para bom. A avaliação é de dois de três delegados que concederam entrevista a O Progresso e que representam etapas diferentes do ensino.

O diretor da Escola Estadual “Barão de Suruí”, Marcelo Miranda, e o vice-diretor da Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, Anderson Luiz de Souza, participaram da 2ª Conae (Conferência Nacional de Educação) realizada em Brasília no final do mês passado.

Eleitos representantes do Estado de São Paulo juntamente com outros dois educadores da cidade (reportagem nesta edição), os dois avaliaram a qualidade da Educação com base no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Também disseram que o município conta com “estrutura diferenciada”.

Miranda afirmou que a escola estadual recebe “boa clientela” da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo. “Eles vêm com conteúdo relativamente bom e nós damos continuidade”, destacou, referindo-se aos que deixam o ensino fundamental oferecido pela Prefeitura para ingressar no médio.

Já Souza destacou que a cidade é privilegiada por ter rede educacional que inclui ensino fundamental, médio, técnico e tecnológico (superior) gratuito. O vice-diretor citou cursos oferecidos pela Etec (Escola Técnica) “Sales Gomes” como vantagem para os estudantes que querem avançar no ensino superior.

Também afirmou que para que os alunos possam “fazer uso dessa estrutura”, é preciso criar um mecanismo de orientação. Seria uma espécie de auxílio para estudantes com objetivo de direcioná-los para uma carreira profissional.

Souza ressaltou que o município avançou no quesito qualificação, com vagas criadas em diferentes setores. Entre eles, o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) que mantém escola. “Temos um contingente de alunos que pode ter acesso ao ensino gratuito mas sem norte”, argumentou.

A proposta do vice-diretor é que as autoridades criem um modelo com perfis profissionais que possam ser seguidos pelo alunado local, aproveitando a estrutura da cidade. Desta forma, agregando as escolas municipais, as estaduais, técnicas, a Fatec e outras instituições privadas de ensino.

Para o vice-diretor, o trabalho deverá ser facilitado com a “chegada de mais recursos” via PNE. Souza declarou, ainda, que é preciso envolvimento com as famílias dos alunos para que eles possam “enxergar possibilidades de transformação”.

“Em Tatuí, nós temos de criar um fórum da educação, para que possamos, juntos, traçar planos. As oportunidades existem, o que falta é direcionar o aluno para que ele aproveite tudo que é oferecido no município”, ressaltou o vice-diretor.

A proposta do vice-diretor é aproximar o alunado das instituições e não “culpá-lo”. “Não é que o aluno não quer estudar. Acho que o nosso desafio é tornar o ensino mais atrativo e fazer o estudante acreditar em si mesmo”, comentou.

Souza citou como exemplo desse trabalho o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) a ser inaugurado em Tatuí neste mês. “Essa é uma forma de aproximação muito interessante, por meio da cultura”, opinou o vice-diretor.

Nesse mesmo sentido, ele discute com Miranda outra ação voltada ao “direcionamento” do alunado. Ambos estudam iniciar junto aos estudantes do 1º ano do ensino médio trabalho de divulgação dos cursos oferecidos pela Fatec.

Divergente

A avaliação dos educadores sobre o ensino em Tatuí é divergente da opinião dos leitores do jornal. Em outubro, o bissemanário promoveu enquete a partir da divulgação do Ideb pelo governo federal, relativo ao ano de 2013.

Das nove escolas estaduais no município, apenas três atingiram nota projetada para este ano. Entre as escolas municipais de ensino fundamental, das 25 avaliadas, 12 atingiram a meta estipulada ou ultrapassaram a nota projetada.

Na votação, a maioria dos leitores respondeu que as notas obtidas pelas unidades de ensino de Tatuí não refletiam a realidade do município. O resultado apontou que 52% dos participantes consideraram “o ensino pior que o avaliado”. Em contrapartida, quase metade, 42% dos leitores que votaram na enquete, opinaram que as notas refletiam, “sim”, a realidade do município.

Apenas 6% dos leitores disseram que as notas não condiziam com a situação local “porque consideravam o ensino melhor que o avaliado” pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) “Anísio Teixeira”.