A chuva registrada em Tatuí na madrugada de domingo, 14, e ao longo da segunda-feira, 15, fez as condições de uso dos barracos piorarem. É o que informou Rosa da Silva, uma das ocupantes de área da Prefeitura situada na vila Angélica.
A dona de casa também mencionou que o grupo fica preocupado por conta dos ricos, mas que os moradores não têm alternativa. “É perigoso, quando queimamos fogueira para nos aquecer, ou acendemos vela, mas não tem outro jeito”, disse.
Rosa explicou que como os ocupantes já se conheciam do bairro, eles tentam entrar em entendimento. Um dos casos em que isso é necessário é quando há uso de fogo.
Para evitar imprevistos, a dona de casa informou que os ocupantes percorrem os barracos recomendando que ao acender velas, as pessoas coloquem um recipiente dentro de outro, com água. Assim, se a vela cair, a chama se apagará.
A orientação é feita, principalmente, para famílias que têm crianças menores de idade e bebês. O motivo é que muitas mães precisam trocar as fraldas das crianças durante a madrugada, ou amamentá-las. Em alguns casos, as velas são substituídas por lanternas. O uso, no entanto, não é comum.
Do mesmo modo, o casal Aparecida Borges e Alberto Franco relatou que faz o que pode para se proteger. Aparecida e o marido improvisaram a moradia, substituindo a lona nas paredes por madeiras. Entretanto, os dois sofreram por conta da chuva. Como o chão do barraco não conta com nenhuma forração, fica encharcado pela água. Então, o colchão do casal também molha.
A aposentada relatou que está vivendo de colaboração. Ela afirmou que o dinheiro do benefício é aplicado para o sustento dos 12 filhos (sendo metade deles casados) e do marido, além de gastar com medicamentos. “Enquanto tiver o que comer está bom. O duro é não ter nem isso”, concluiu.
