A Prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, em parceria com o Lar São Vicente de Paulo, incluiu na programação da 76ª Semana Paulo Setúbal e nas comemorações do 192º aniversário do município, um ato em memória a Francisco Evangelista Pereira de Almeida, o Chico Pereira, ilustre tatuiano que foi um dos fundadores da Sociedade São Vicente de Paulo de Tatuí e em cujo local recolheu-se em 18 de abril de 1938.
Para registar a memória de Chico Pereira, que foi imortalizado por Paulo Setúbal no capítulo VI “O Homem mais Rico de Minha Terra”, do livro “Confiteor”, uma programação especial foi programada.
Neste sábado, 4, às 17h, uma missa será celebrada na Capela do Nosso Lar São Vicente de Paulo, para lembrar o ato de caridade de Chico Pereira. A missa será, também, em homenagem aos 192 anos de Tatuí.
Já no domingo da outra semana, 12, às 10h, em frente ao monumento de Chico Pereira, instalado no Lar São Vicente de Paulo, um ato relembrará a importância desse ilustre tatuiano.
O ator e professor Pedro Couto interpretará Chico Pereira, fazendo a leitura de parte do capítulo que Setúbal lhe dedicou. O Quarteto Bravo Tatuí realizará apresentação acústica e, depois, todos serão convidados para visitar o Memorial do Lar São Vicente de Paulo.
Dia 12 de agosto é oficialmente o “Dia de Chico Pereira”. A data foi instituída pela lei municipal 3.868, de 15 de setembro de 2006. Em sua homenagem, em 2006, foi inaugurado um busto nas dependências do Lar São Vicente de Paulo, de autoria do artista plástico Cláudio Camargo.
O Lar São Vicente completou nesta quarta-feira, 1º, 113 anos de história. Sua atual sede foi fundada em 1938, sendo a sexta da entidade em Tatuí. Em 2018, portanto, completa 80 anos de história, oferecendo inclusão social, saúde e bem-estar.
Chico Pereira nasceu em Tatuí, no dia 27 de dezembro de 1857, filho de Antônio Pereira de Almeida e de Maria Francisca de Almeida.
Fez os estudos primários na cidade e, a seguir, estudou no Convento do Carmo, em Itu, onde teve a instrução normal em conjunto com ensino religioso.
Quando deixou o colégio, após perder o pai, foi morar com a irmã Aninha, em um sítio próximo à cidade de Pereiras, onde dedicou-se à lavoura.
Com apenas 14 anos, já trabalhava no comércio. Por volta de 1880, era professor particular de meninos. Verdadeiro catequista, pela bondade inata, em breve, reuniu ao redor de si todas as crianças e adultos do bairro, aos quais ensinava o catecismo.
Desde criança, Chico Pereira praticava a caridade, visitando os pobres e os enfermos e oferecendo assistência. Confortava-os espiritualmente, ao mesmo tempo em que os socorria pecuniariamente.
Na quaresma, costumava fazer, ao redor de sua casa, as estações do caminho do Calvário. Nessas ocasiões, convidava todos os empregados e família para praticarem, juntos, o piedoso exercício da Via-Sacra.
Dedicou-se, também, à profissão de tanoeiro. Foi escrivão da coletoria e escrivão de vara. Estudou e foi a São Paulo prestar exame, recebendo carta de professor de Palácio.
Durante 1dez anos, foi professor do primeiro grupo escolar de Tatuí, o “João Florêncio”. Lecionou por cinco anos no segundo Grupo Escolar de Tatuí. Encerrou a vida no magistério no Grupo Escolar do Bairro Santa Cruz, onde aposentou-se em 20 de outubro de 1921.
“Chico Pereira foi uma personalidade singular, que dedicou toda a existência à prática do bem, da caridade e da religião. Homem de presença discreta e firme, de fé, que sensibilizou a todos que o conheceram”, ressalta a assessoria de comunicação da Prefeitura.
Foi um dos fundadores da Sociedade São Vicente de Paulo, de Tatuí, em cujo asilo recolheu-se em 18 de abril 1938. “Nesse local, imediatamente conquistou os velhinhos, com sua voz baixa de quem reza, com seu jeito conciliador, de quem evita o dissabor”, segue a assessoria.
“Era líder porque transmitia a fé, a coragem, a serenidade de quem não se apressa e que não se desvia do rumo traçado”.
Faleceu em 12 de agosto de 1944. Sua vida e sua história foram consagradas nas páginas do livro “Confiteor”, de Paulo Setúbal, seu aluno. Essa obra foi o último trabalho do autor.
Em março de 1970, foi inaugurado o Grupo Escola Ginásio “Chico Pereira”, em sua homenagem. No Museu Histórico “Paulo Setúbal”, está exposta a arca de madeira que pertenceu ao professor.