Prestes a completar um ano de atividades, o CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires” registra movimento de, aproximadamente, 12 mil participantes por mês. A avaliação foi feita pela coordenadora do espaço, Priscila Simões.
Em todos os dias, o CEU tem atividades esportivas, como aulas de zumba, ginástica, boxe, e basquete, além de teatro e desenho.
O bairro com maior presença no local é o Jardim Santa Rita de Cássia, que fica a três quilômetros de distância. A coordenadora calcula que 40% do público são da região. O CEU abrange 14 bairros da cidade.
“O pessoal do bairro Santa Rita vem em peso, eles vêm a pé, de bicicleta. Você percebe que o CEU fica lotado e 40% são de lá”, apontou.
O horário de maior movimento na “Praça do CEU”, como é chamado o local pelos populares, é a partir das 18h. O equipamento cultural e esportivo é um dos prédios municipais que permanecem maior tempo aberto diariamente, das 7h às 22h.
O CEU dispõe de biblioteca, teatro, quadra poliesportiva, pista de skate, salas multiuso, pista de caminhada e atendimento do Cras (Centro de Referência de Assistência Social).
Em um ano de atividades, a coordenadora afirmou que o espaço começa a dar os primeiros frutos de mudança social.
“Eles (o público) sentem a presença da cultura, ganham conhecimentos diferentes, o cinema, o teatro, o jazz, temos uma roda de choro no domingo. Eles vislumbram um mundo diferente”, declarou Priscila.
O CEU serve como local de reunião e ensaio de dois grupos teatrais: Sete Chaves e Os Horrorosos. Além dos grupos que usam o espaço para ensaiar, dois professores dão aulas da arte: Pedro Couto e Paulinha Flash. A última tem grupos para três faixas etárias: crianças, jovens e adultos.
O grupo de Paulinha montou a peça teatral com maior número de expectadores do CEU. O musical infantil “Quem Casa Quer Casa” atraiu cerca de 1.300 pessoas em 13 apresentações.
A última apresentação, realizada na semana passada, lotou o auditório do centro. O grupo teatral já recebeu convites para se apresentar em outras cidades, como Quadra, Piracicaba e Sertãozinho, no nordeste paulista.
“A professora Paulinha empresta o nosso espaço e pegou o pessoal da comunidade para dar aulas. Com 15 adolescentes, montaram a peça, que foi um sucesso. Cada apresentação que tem é mais de cem pessoas dentro do teatro”, afirmou.
A coordenadora argumentou que as apresentações e as aulas de teatro abrem “um mundo novo” às crianças, adolescentes e adultos que frequentam o espaço.
“Com a cultura, a gente consegue englobar todos, mostrar as diferenças. A diferença é na cabeça de cada um, e o teatro, por exemplo, ajuda eles a entenderem isso, amplia a visão deles de mundo”, declarou.
As atividades esportivas, além de saudáveis para a saúde de modo geral, funcionam como catalisadoras das energias dos jovens.
“Eles precisam extravasar essa energia acumulada. O esporte, ou qualquer outro meio que faça essa energia ser gasta de outra forma, faz com que ele não coloque essa força em brigas”, explicou.
Segundo Priscila, o envolvimento da comunidade com o CEU está estimulando maior proximidade junto aos núcleos familiares. Nos finais de semana, é frequente ver famílias fazendo piquenique no gramado.
“Estão usando o CEU para fazer a união familiar. Como sempre temos atividades, eles acabam vindo mais cedo e aproveitando o tempo no gramado”.
Para o novo ano do CEU, a coordenadora afirmou que pretende buscar experiências de outras cidades para implantar localmente.
Uma delas é a sessão de filmes, que acontece atualmente no CEU das Artes de Sorocaba. “Penso em trazer, mas não sei como funciona a autorização dos filmes. Preciso estudar para implantar”.
O público que utiliza e participa das atividades é eclético, informou Priscila. É formado pelas crianças, que participam de atividades esportivas e culturais, e até pelos idosos, que caminham e emprestam livros da biblioteca.
A biblioteca tem cerca de 3.000 exemplares e empresta 40 livros por semana. “As pessoas devolvem um livro e já pegam outro. Não temos casos de não devolução, pois são pessoas que frequentam sempre o CEU e moram próximo”.
Para a dirigente, a cidade poderia ter outros centros e ampliar a oferta de cultura e esporte à comunidade. “Acho que, se tivesse mais CEUs pelos bairros, seria maravilhoso. Diminuiria a dificuldade dos adolescentes não terem onde conhecerem coisas novas”, finalizou.