Centro Integrado de Reabilitação pode iniciar ações em novembro

Antigo “Postão” irá abrigar novo prédio do CIR; obra deverá ficar pronta em quatro meses (Foto: Altair V Camargo)
Da reportagem

As obras de revitalização da unidade básica de saúde da área central (antigo Postão) serão iniciadas ainda neste mês. Projeta-se que o prédio passe a abrigar o CIR (Centro Integrado de Reabilitação) a partir de novembro.

A diretora do Departamento Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, da Secretaria Municipal de Saúde, Rita de Cássia Leme Ramos, adiantou que a reforma começa nesta próxima semana. “No mais tardar, dia 29”, garantiu.

A estimativa é de quatro meses de execução da obra. Seguindo esse cronograma, a unidade estará pronta para ser ocupada no final de outubro. Conforme Rita, a implementação do CIR acontecerá em novembro.

Os recursos para a reforma do Postão e para a construção da Ceat (Clínica Escola para Autistas de Tatuí) – que deverá atender pessoas com TEA (transtorno do espectro autista) e outras síndromes – são oriundos do Ministério Público.

Os parlamentares tatuianos aprovaram, no dia 1o deste mês, o projeto de lei 8/20, do Poder Executivo, para abertura de crédito adicional especial, disponibilizando R$ 570 mil para a implantação do CIR.

Posteriormente à aprovação unânime da Câmara Municipal, a prefeita Maria José Vieira de Camargo sancionou a lei municipal 5.455, de 4 de junho de 2020.

O objetivo da administração municipal, por meio do projeto do CIR, é unificar a equipe multidisciplinar de atendimento para prestar serviço voltado a PCDs (pessoas com deficiência).

No início da noite de quarta-feira, 17, a terapeuta ocupacional do Departamento Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Talita de Campos Urso, apresentou o projeto ao Conselho Municipal de Saúde, em reunião por videoconferência, realizada pela plataforma online “Zoom”.

A profissional explicou aos conselheiros que o CIR concentrará os atendimentos neurológicos, serviço de tecnologia assistiva, oficina de cadeira de rodas e governança, apresentando a infraestrutura, a metodologia de trabalho, os protocolos de atendimento e a duração dos procedimentos.

Conforme Talita, os acompanhamentos terapêuticos deverão ter duração e frequência determinadas, sendo um processo intensivo, porém, temporário, tendo como público-alvo os recém-nascidos de risco ou com deficiência estabelecida e PCDs (físicos, intelectuais, auditivos, visual, múltipla e TEA), sem restrição de faixa etária e residentes do município.

A O Progresso, Talita afirmou que o projeto do CIR havia sido apresentado ao Conselho Municipal de Saúde em março e já foi analisado. A exibição desta semana foi para que o conselho pudesse emitir parecer sobre o projeto.

Os conselheiros optaram por uma nova reunião, através da mesma plataforma, na próxima quarta-feira, 24, às 18h, para dar o parecer. Talita justifica a necessidade da avaliação positiva do Conselho Municipal de Saúde para caminhar com a validação do documento norteador, elaborado pela comissão estratégica do CIR.

“Queremos fazer tudo da maneira correta. A intenção é que o novo dispositivo de saúde do município já inicie as atividades da melhor forma possível, estruturado e bem fomentado, diante das diretrizes políticas públicas relacionadas à saúde das PCDs”, declarou.

A terapeuta ocupacional reforça que o diferencial do projeto é a construção do fluxo de trabalho de uma maneira que potencialize a atuação dos profissionais na atenção ao usuário. Ela sustenta que a implementação do CIR será inédita no município e na região.

“Em Tatuí, assim como na região, não há um centro de reabilitação que atenda na totalidade às demandas das PCDs, principalmente que ofereça o serviço de tecnologia assistiva”, assegurou Talita.

Ainda segundo ela, a futura unidade impactará positivamente a demanda reprimida de atendimentos, “alterando todo o panorama de atenção à saúde das PCDs do município”. “Poderemos oferecer acompanhamento terapêutico e médico o mais precoce possível aos casos agudos neurológicos, reduzindo as limitações funcionais que podem ser geradas pelos adoecimentos e aumentando a qualidade de vida dos usuários”, completou Talita.

Rita reforça que a implementação do CIR representa avanço no atendimento em reabilitação na área de saúde para PCD. “Com o CIR, o município poderá oferecer um serviço especializado e qualificado, dentro de uma estrutura ampla e acessível”, sustentou.

“É importante considerarmos que o CIR ainda irá ampliar os serviços através da oficina de manutenção e no mapeamento de dados da população PCD. Isso permite formularmos, de maneira mais assertiva, as propostas de políticas públicas do Departamento da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida”, concluiu a diretora.