Os casos de alergia devem aumentar em 15%, conforme projeções divulgadas pela médica Carolina Pampolha. A projeção tem como base pesquisa realizada pela Docway, empresa pioneira em soluções de saúde digital e com números registrados na primavera de 2022. Conforme a especialista, a tendência é que haja o mesmo percentual de aumento neste ano.
A razão é que, nesta época do ano, o florescimento das plantas e o aumento das temperaturas favorecem a alta das alergias sazonais. E, com ela, o aumento de problemas respiratórios.
“O aumento nos números de problemas causados por alergias sazonais é uma preocupação comum durante essa época do ano, sendo a principal delas a alergia ao pólen, que pode desencadear a rinite alérgica”, diz a médica.
A pesquisa do ano passado demonstra aumento em comparação com o inverno de 2022. Conforme Carolina, a mesma tendência vem se apresentando para 2023. “Esse crescimento alarmante destaca a importância de compreender as causas e os sintomas das alergias sazonais, bem como a busca por maneiras eficazes de prevenção e tratamento”, explica.
A rinite alérgica sazonal se manifesta com sintomas como espirros frequentes, coriza, coceira no nariz e nos olhos, além de congestionamento nasal. “Com o aumento da concentração de pólen durante a primavera, muitas pessoas sofrem com sintomas desagradáveis”, diz.
“A exposição a essas partículas pode desencadear reações alérgicas, afetando a qualidade de vida do paciente. É importante procurar ajuda médica e estar ciente dos exames indicados para confirmar a causa das alergias sazonais”, acrescenta a diretora médica.
Para determinar a origem da alergia e seu tratamento adequado, exames como o teste cutâneo de alergia e a dosagem de IgE específica podem ser realizados. Essa investigação auxilia o médico a identificar alérgenos específicos aos quais o paciente é sensível, possibilitando um tratamento direcionado.
E para evitar que a primavera seja um pesadelo para quem sofre de alergias sazonais, a médica separou oito dicas para reduzir crises alérgicas. A primeira diz respeito ao monitoramento dos níveis de pólen.
Segundo Carolina, o pólen não é visível a olho nu, contudo em épocas de alta concentração no ar cria-se uma névoa fina e amarelada, e essa névoa é mais visível principalmente em dias ensolarados e secos, em que o pólen é transportado pelo vento em grandes quantidades.
“Em dias ventosos, é aconselhável que as pessoas com alergia ao pólen evitem atividades ao ar livre, mas caso realize, ao chegar em casa importante tomar banho e trocar as roupas”, explica.
A segunda dica é utilizar filtros de ar. A médica recomenda que as pessoas com propensão a alergia invistam em purificadores de ar equipados com filtros HEPA, que pode reduzir efetivamente a presença de alérgenos no ambiente, já que são projetados para capturar partículas muito pequenas como pólen, ácaros, pelos de animais, mofo e partículas de poeira.
Como terceira sugestão, Carolina indica a utilização de óculos de sol e/ou máscaras ao ar livre. “Para aqueles que sofrem com irritação nos olhos e garganta, a sugestão é usar óculos de sol e máscaras ao ar livre cria uma barreira protetora eficaz contra alérgenos”, aponta.
Outro ponto essencial é manter a casa limpa. A diretora médica explica que uma rotina regular de limpeza, incluindo a higienização de superfícies, cortinas e a aspiração de carpetes, pode diminuir significativamente a concentração de alérgenos no ambiente doméstico.
Em quinto lugar, os pacientes que sofram com alergias sazonais devem trocar de roupa ao chegar em casa. Também é recomendado evitar se sentar no sofá ou se deitar na cama com a mesma roupa usada fora de casa. Isso ajuda a prevenir a acumulação de partículas alergênicas em móveis e tecidos.
A sexta dica é que as pessoas devem conhecer suas próprias alergias. Carolina explica que cada tipo possui um determinado conjunto de particularidades. Por exemplo, para alergias ao pólen, é aconselhável manter as janelas fechadas para evitar a entrada de partículas em casa; já para alergias a mofo, manter uma boa ventilação com janelas abertas é fundamental.
Em sétimo lugar, a indicação é o uso de medicamentos. Conforme a diretora médica, em casos mais graves, medicamentos antialérgicos prescritos por um médico, como anti-histamínicos, corticoides e descongestionantes nasais, podem ser eficazes para bloquear crises e aliviar sintomas. Contudo, é preciso consultar sempre um profissional de saúde para orientação adequada.
A oitava e última dica é que o paciente precisa considerar a imunoterapia. Em casos de alergias persistentes, a imunoterapia, que envolve a administração controlada do alérgeno responsável pela reação alérgica, pode ajudar o corpo a desenvolver uma maior tolerância.
“Isso vai reduzir sintomas alérgicos, proporcionar um alívio mais duradouro, prevenir o agravamento de alergias ao longo do tempo, reduzir o uso rotineiro de antialérgicos, anti-histamínicos e descongestionantes nasais e melhorar a qualidade de vida”, conclui a especialista.