No sábado, 4, a Secretaria Municipal de Saúde e a Vigilância Epidemiológica deram início à campanha de vacinação contra a paralisia infantil (poliomielite) e sarampo com um ‘Dia D’ extra. No calendário nacional, a imunização deve ocorrer entre os dias 6 e 31 de agosto.
A campanha deste ano tem como público-alvo as crianças de um ano a cinco anos incompletos (4 anos. 11 meses e 29 dias). A meta é vacinar pelo menos 95% desse público. Não poderão ser vacinadas crianças imunodeprimidas, como aquelas submetidas a tratamento para leucemia e pacientes oncológicos.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica (VE), enfermeira Rosana Oliveira 5.991 crianças devem ser vacinadas até o encerramento da campanha. Somente no sábado, em que foi realizado o primeiro Dia D, 1.530 foram imunizadas, o equivalente a 25,5% da cobertura.
Os números são fechados diariamente e enviados ao Ministério da Saúde. Até segunda-feira, 8, a imunização havia atingido mais de 28% do público-alvo.
A imunização acontece de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h, em todas as unidades básicas de saúde (UBS), com exceção das unidades Congonhal e Mirandas, que funcionam das 8h às 13h. Para receber a dose, é necessário apresentar a carteira de vacinação.
“Começamos a campanha com este ‘Dia D’ extra para facilitar que os pais e responsáveis levem as crianças aos postos de saúde para serem imunizados, mas a vacinação continua em todos os postos de saúde”, explicou Rosana.
O próximo Dia D de mobilização nacional acontece no sábado da outra semana, 18, das 8h às 17h, em todas as UBSs, exceto as unidades rurais, que atenderão das 8h às 16h.
“Queremos elevar a cobertura vacinal contra poliomielite e sarampo entre as crianças e é importante que os responsáveis venham trazer as crianças para serem imunizadas. As vacinas são seguras e fundamentais para a proteção delas”, acentuou.
O esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, sendo necessários dois reforços com a vacina oral poliomielite (VOP), aos 15 meses e aos 4 anos.
A imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O esquema vacinal é de uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15 meses por meio da aplicação da tetraviral, que inclui a imunização contra a varicela.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a poliomielite está eliminada no Estado de São Paulo desde 1988, quando houve o último caso, no município de Teodoro Sampaio.
Trata-se de uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por quadro de paralisia flácida, de início súbito, atingindo geralmente membros inferiores.
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (como saliva, tosse, espirro, mais frequentemente), ou objetos, alimentos e água contaminados com resíduos de doentes.
Ainda conforme o MS, a circulação endêmica de sarampo foi interrompida no Estado no ano 2000 e não há casos autóctones. Esporádicos ocorreram eventualmente desde então, relacionados à importação do vírus de várias regiões do mundo onde ainda o controle da doença não foi atingido.
Em 2018, por exemplo, São Paulo registrou dois casos confirmados, importados da Ásia Ocidental e do Rio de Janeiro. Ambas são doenças de notificação compulsória, conforme diretriz do Ministério da Saúde.
Atualmente, a cobertura vacinal de poliomielite no Estado de São Paulo é de 70% e de sarampo, de 74,3%, conforme dados preliminares do PNI (Programa Nacional de Imunizações).
“A vacinação é fundamental para eliminarmos os riscos da circulação destas doenças, por isso é importante tomar a dose disponibilizada”, reforçou.
Fora da campanha, também acontece a vacinação de rotina de tríplice viral, que estará disponível para as pessoas que não apresentarem as seguintes condições em suas carteiras de vacinação: até 29 anos de idade, é preciso ter tomado duas doses; com mais de 30 anos e nascidos a partir de 1960, é preciso ter tomado uma dose.
“As campanhas de final de semana são focadas mais nas crianças; os adultos podem procurar qualquer uma das unidades básicas e atualizar a vacina. Quem não tiver carteirinha também pode tomar, mas é importante que a pessoa a leve – caso tenha -, para que nenhuma dose seja aplicada equivocadamente”, concluiu Rosana.
Em São Paulo, o público-alvo da campanha é de aproximadamente 2,2 milhões de pessoas. Em todo o país, 11,2 milhões de crianças devem ser vacinadas. Todas as crianças de um ano a menores de cinco devem ser vacinadas contra a pólio e sarampo, independentemente da situação vacinal.
No mundo, há registros de casos de sarampo em alguns países da Europa e das Américas. Em 2017, foram 173.330 casos. Em 2018 (até maio), 81.635 casos confirmados, a maioria em países do sudeste asiático e Europa.
Atualmente, o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos Estados de Rio de Janeiro (14); Rio Grande do Sul (13); Pará (2), Rondônia (1) e São Paulo (1).