Beatriz Abreu lança o 1º livro da carreira com contos e poemas

“Cansei de ser Delegacia” é publicado por editora suíço-brasileira

A escritora tatuiana Beatriz Abreu (foto: Diléa Silva)
Da reportagem

A escritora tatuiana Beatriz Abreu lançou na quinta-feira, 22, “Cansei de ser Delegacia”, pela editora suíço-brasileira Helvetia Edition, uma coletânea de contos psicológicos e poemas de versos livres.

A obra é a primeira da escritora e foi lançada em cerimônia virtual, transmitida pelo site oficial da editora. Na mesma data, Beatriz esteve na redação de O Progresso, onde contou detalhes da criação do livro e falou da carreira na escrita.

De acordo com Beatriz, a obra é resultado da junção de textos em prosa escritos ao longo dos anos e de poemas criados em um experimento artístico envolvendo jogos e brincadeiras com palavras – criado por ela na primeira fase do isolamento social, devido à Covid-19, em 2020.

Via Instagram, pessoas anônimas e conhecidas apontavam palavras aleatórias à autora, que se desafiou a compor textos a partir delas, contudo, sem tirar a caneta do papel.

“A pessoa me dava uma palavra e eu escrevia o poema. No livro, as pessoas vão ver aquilo que vinha na minha cabeça a partir das palavras indicadas”, descreveu a autora, acentuando que não houve pausas na produção dos poemas.

“Uma das minhas grandes referencias literárias é a Clarice Lispector. Então, o livro pega um pouco da linha dela, mas também tem uma mistura de outras referências de poetas contemporâneos e clássicos”, comentou a autora.

Segundo ela, além de alcançar todo o território brasileiro, a obra será enviada pela editora e comercializada em países como Áustria, França, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suíça.

Ela contou que, como já tinha vontade de publicar um livro com textos aleatórios já escritos, acompanhava diversas editoras pelas redes sociais, e quando viu a Helvetia Edition lançar um edital de chamamento, resolveu enviar a obra, “ainda sem muita esperança”.

“No começo, pensei que estava querendo demais. Por ser uma editora da Suíça e comercialização na Europa, confesso que mandei sem muita esperança, mas, para minha surpresa, fui aprovada”, contou Beatriz.

A editora tem uma filial no Rio de Janeiro. “Eles fazem um trabalho incrível de intercambio da literatura brasileira na Suíça. Fiquei muito feliz por ter sido selecionada, é um trabalho bem legal”, destacou a autora.

A obra já está em pré-venda pelo site da editora e, além do lançamento virtual, a autora conta pretender realizar uma cerimônia presencial, assim que ela tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, no Rio de Janeiro ou na sede da editora, na Suíça.

“Por enquanto, a venda é só pelo site, mas também vou ter alguns exemplares, daqui um mês mais ou menos, para quem quiser o livro com dedicatória e autografado. E a editora também tem parcerias e deve comercializar o livro nas livrarias brasileiras”, antecipou Beatriz.

Capa do primeiro livro de Beatriz Abreu (foto: divulgação)

O livro conta com cerca de cem páginas e mais de 40 textos de contos psicológicos e poesias, “que conversam entre si. Não foram feitos para isso, mas depois que eu terminei os textos, vi que um completava o outro”, afirmou a escritora.

Beatriz Abreu nasceu no dia 18 de junho de 1993, em Tatuí. Ela viveu em Portugal até os dez anos de idade, mas voltou para a Cidade Ternura e estudou do sexto ano do ensino fundamental ao segundo ano do ensino médio na Escola Estadual “Lienette Avalone Ribeiro”, concluindo o terceiro do médio na Escola Estadual “Barão de Suruí”.

Ela lembra que, enquanto adolescente, venceu diversos concursos literários promovidos pelo Lions Clube, inclusive a nível estadual, e estudou violão erudito no Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí, mas suas paixões sempre foram a literatura, o teatro e a MPB.

No ano de 2013, contemplada com uma bolsa de estudos integral pelo Prouni (Programa Universidade para Todos), graduou-se em letras. Ministrou aulas em escolas da cidade e trabalhou como socioeducadora no Lar Donato Flores, onde desenvolveu projetos educativos e organizou o Sarau Contempoclássico.

Em 2015, através de concurso, ingressou como docente de língua portuguesa na rede Sesi-SP. Beatriz é pós-graduada em metodologia do ensino da língua portuguesa e estrangeira, e, atualmente, mestranda em artes da cena pela Escola Superior de Artes “Célia Helena”.