Bazar do Asilo recebe doações inusitadas





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Voluntários trabalham para arrecadar fundos em prol dos internos do Lar São Vicente de Paulo

 

O “Lar São Vicente de Paulo” possui um já conhecido bazar, onde as voluntárias – ou “bazarentas”, como são chamadas – trabalham para arrecadar fundos em prol dos internos da instituição. O que poucos sabem é que nem sempre elas recebem coisas comuns.

Como diz a coordenadora, Célia Holtz: “Eu costumo falar que até lata de panetone a gente vende”. Há quem pense que é exagero, mas existem itens ainda mais inusitados, como pinico, bob de cabelo, bengala artesanal, potes de plástico, camisola de 50 anos atrás, discos (LPs), cartões postais antigos, máquina de costura de meio século, bonecas de mais de 30 anos (que são restauradas e vendidas como novas), fantasias de Carnaval, fantasias infantis, vestidos de noiva, de madrinha de casamento e daminha de honra.

Célia ainda se lembra de algumas situações pouco comuns: “Certa vez, uma das “bazarentas”, a Madalena, encontrou, no bolso de um colete de terno, R$ 500”. Ela explica que sempre costumam checar os bolsos e bolsas, mas, dessa vez, foi surpreendida por esta quantia, que ficou para o Lar, assim como todos os objetos vendidos no bazar.

“Outra vez, uma das voluntárias encontrou dentre as bijuterias, um colar de pérolas. Ela percebeu que havia algo errado e me comunicou. Então, mandei avaliar, e era realmente uma joia, no valor de dois mil dólares, que sorteamos na Festa do Asilo”, lembra Célia.

O bazar aproveita tudo, desde coisas mais curiosas, até comuns. Segundo Célia, os itens mais procurados são brinquedos, sempre vendidos. O retorno para o Lar é a recompensa do trabalho: “No ano passado, chegamos a contribuir com uma média de R$ 90 mil”, enfatiza Célia.

Triagem

Como o objetivo é arrecadar fundos para o asilo, Célia lembra que a primeira triagem é sempre para separar coisas que irão direto para cobrir as necessidades dos internos, como cobertores, utensílios domésticos em geral e rádios. “Eles adoram, e é sempre necessário repor”, observa Célia.

Esta primeira etapa ocorre às segundas-feiras, enquanto que, nas terças-feiras, as bazarentas separam o que será vendido, para colocarem nas bancas e expor os “produtos”.

As doações um pouco mais caras (como vestidos de noiva, de daminha de honra, bonecas, quadros, entre outros) são separadas para o brechó, onde são vendidos por até R$ 60.

Os demais são vendidos por preços mais reduzidos, variando de acordo com o produto. O bazar é aberto ao público, todas as quintas-feiras, da 13h30 às 17h.

Onde funcionava a Amart (Associação dos Artistas Plásticos de Tatuí e Região), existia uma parede que separava o galpão do bazar e foi derrubada. Agora, há um grande galpão, onde estão dispostos o bazar de móveis, o bazar e o brechó. Assim, “as bazarentas” passaram a ter mais espaço para expor e organizar as doações.

Solidariedade

De acordo com Célia, o bazar tem como maiores colaboradores a população tatuiana de modo geral. Além disso, há um grupo de São Paulo que sempre está ajudando. “Dia 14 de março, por exemplo, recebi uma doação de aproximadamente sete caixas”, destaca a coordenadora.

“Graças a Deus, a gente recebe muitas doações. Uma vez por mês, é necessário limpar o estoque”, destaca Célia. Para isso, são feitas algumas promoções.

Um exemplo disso são os livros: “Quando percebo que temos alguns que podem faltar na biblioteca, chamo a Maria Helena – diretora da biblioteca – para que ela possa escolher os que ela não tem e disponibilizar para a comunidade”, diz Célia.

Apesar de não ser frequente, de vez em quando, chegam outras doações, como em dezembro do ano passado, quando o bazar foi beneficiado com uma doação de 300 peças do INSS, as primeiras do bazar de móveis.

O bazar, além da colaboração da população, conta com uma equipe de aproximadamente 20 bazarentas fixas e costuma receber pessoas que cumprem pena socioeducativa de crimes leves, as quais colaboram, principalmente, com os serviços mais pesados. Ainda há outros voluntários, que permanecem por menos tempo, como lembra a mantenedora.

“Todos serão bem-vindos como voluntários para o bazar. Apenas, é feita uma experiência, para a adaptação. Mas, os interessados devem me procurar”, finaliza Célia.