Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34.708 *
A anemia mais comum em nosso meio é a anemia ferropriva, ou seja, anemia causada por carência do elemento ferro (Fe) na dieta, por falta de ingesta ou de absorção do mesmo pelo organismo.
A criança “gasta” todo ferro que recebeu durante a gravidez até os seis meses de idade. A anemia pode ser uma consequência de uma doença que consome esse mineral ou de uma alimentação que o fornece em quantidade insuficiente.
Os sintomas e sinais de anemia são: sonolência, palidez da pele e das mucosas, fraqueza, diminuição do apetite (anorexia) e perversão do apetite (picomalácea), onde a criança, por vezes, come terra, cal, “farelo de tijolo”, papel, espuma de sabão e outras coisas.
Uma das consequências mais importantes da anemia é a falta de apetite, que, por sua vez, acarreta uma menor ingestão de ferro, criando um círculo vicioso: anemia => falta de apetite => mais anemia => mais falta de apetite.
A anemia favorece a instalação de processos infecciosos e virais no organismo e, ainda, pode prejudicar o ganho de peso, que afeta posteriormente o crescimento. E ainda reduz a capacidade de aprendizado e prejudica o desenvolvimento neuropsicomotor da criança.
A suspeita da anemia é clínica, através da história clínica e do exame físico, porém, a confirmação do diagnóstico é feita pelos exames laboratoriais. Uma vez confirmada a anemia da criança, ela deve ser corrigida com a ajuda de um pediatra ou de um hematologista.
A administração de medicamentos é quase sempre necessária, pois, no caso da anemia ferropriva, só o ferro oriundo da alimentação não é suficiente para repor as reservas que estão baixas.
A alimentação adequada, rica em Fe (ferro) previne a anemia e mantém os níveis de ferro no organismo, porém, em curto prazo, não a corrige. Por isso, é essencial que a alimentação infantil tenha normalmente boas fontes de ferro (ver tabela abaixo), mesmo que a criança esteja recebendo suplemento devido à anemia.
O tratamento da anemia com medicamentos à base de sais de ferro costuma provocar um pouco de diarreia e as fezes ficam escuras como “borra de café”. Uma dieta um pouco obstipante pode melhorar a diarréia.
Gema de ovo
Pode ser introduzida após os seis meses de idade. Deve ser oferecida bem cozida (dez minutos de fervura) com um pouco de sal. Dar uma vez ao dia, três vezes por semana, no início. Iniciar com ¼ de gema por dia e ir aumentando ¼ a cada três dias. Pode ser misturada com a sopinha de sal. Nunca dar ovo crú. Usar sempre ovos frescos.
Depois de bem acostumado ao alimento, pode ser dada uma gema ao dia, e a crianças maiores de oito meses pode também dar a clara. Cuidado: se o ovo estiver vencido, com a casca rachada ou com mau cheiro, não use. Verifique sempre a data de validade impressa na embalagem de ovos.
Fontes: arquivos do autor e Internet.
* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatra), membro a Asbai (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia) e diretor clínico da Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac Dr. Jorge Sidnei”, desde 1982.
Tabela de alimentos ricos em ferro
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Fígado de frango ou de boi. Carnes de boi, porco, coelho, frango.
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Vísceras (rim, coração, moela, miolo).
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Peixe (atum, salmão, sardinha, pescada, merluza, mapará, abadejo, dourada…).
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Alimentos enriquecidos com ferro (escritos no rótulo dos alimentos).
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Folhas verdes escuras (couve, rúcula, escarola, agrião, espinafre, brócolis…).
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Gema de ovo (deve ser dado um ovo ao dia).
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Feijão, lentilha, soja, grão de bico.