Amor í  causa





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Cláudia Rauscher com os filhos, os adotivos e os biológicos

 

Cláudia Heloise Rauscher, além de empresária, mãe de quatro filhos, trabalha como presidente do Gaata (Grupo de Apoio à Adoção de Tatuí), uma ONG sem fins lucrativos, que apoia casais pretendentes à adoção, existente há 11 anos em Tatuí.

Claudia conta que, em 2002, foi convidada pelo médico e vereador Jorge Sidnei Rodrigues da Costa a participar da reunião de fundação do grupo.

“Em 1996, ele tinha auxiliado na minha adoção, com os meus filhos, e eu decidi lutar para que outros pais tenham esse privilégio de estar adotando também e terem uma família”, destaca.

Atualmente, são cerca de seis pessoas na diretoria, todos voluntários. “O mais enriquecedor é a troca de experiências a cada reunião, e que a nossa história sirva de exemplo para outros que virão, a minha, a da Adriana. A maioria dos membros da diretoria do Gaata tem filhos adotados”, lembra Cláudia.

“Na adoção, você tem que trabalhar, em primeiro lugar, o amor no coração. Isso vem de dentro de você, aquele amor, aquele desejo de ter um filho nos braços e aceitar as suas diferenças”, comenta a empresária.

“Tem pais que não querem a criança por algum tipo de preconceito, e o pai que adota tem que saber que ele vai ter que assumir como um filho para o resto da vida”, ressalta.

“É sempre importante lembrar que a adoção não é a última opção que se tem para ter um filho, mas, sim, mais uma opção, porque tem mães que chegam aqui e já fizeram inseminação, ou o marido ou a esposa não podem ter filhos, e eles buscam adotar. Nós trabalhamos isso, que a adoção é somente mais uma forma de se ter um filho”, argumenta a presidente.

A empresária ressalta que o Gaata trabalha a fim de sanar todas as dúvidas: os documentos necessários, como contar para a criança – se tem que contar -, a importância de sempre falar a verdade, de preparar a criança até o momento em que ela estiver se sentindo pronta para perguntar sobre ela e quiser saber a verdade, além do suporte psicológico.

Este apoio psicológico é importante porque “o casal vai entrar em uma batalha, e passa muita coisa na cabeça deles, e nós estamos aqui, para dar todo o suporte, tirar todas as dúvidas, a qualquer momento em que eles precisarem”, ressaltou Cláudia.

“Sempre estou respondendo dúvidas, dando suporte, via e-mail, aos casais que estão com a gente, para eles sentirem que têm uma pessoa junto com eles, batalhando, e que não estão sozinhos”, afirma Cláudia.

“O processo, desde a entrada da adoção até eles serem aptos, é uma ‘gestação’, chega de nove meses a um ano, mais ou menos, até o casal conseguir”.

A presidente informa que é preciso entrar numa fila de espera. Dependendo do perfil da criança, há casais que querem meninas recém-nascidas, o que demanda espera muito longa, de dois anos, em média.

Após esse prazo, se a adoção não acontecer, os candidatos devem se recadastrar e esperar mais um ou dois anos novamente. “Já cheguei a ver uma espera por mais de dois anos. Quando o casal conseguiu adotar, eles tinham acabado de se recadastrar. Então, o que sai mais rápido é a adoção tardia, de crianças maiorzinhas e grupos de irmãos.” exemplifica Cláudia.

Além das indicações de pessoas que conhecem o Gaata, a ONG mantém parceria com o Judiciário, o qual encaminha, para a instituição, os interessados em adotar. Nela, são esclarecidas eventuais dúvidas com relação à adoção, para, depois, dar-se entrada no processo.

Planos

“Nós estamos elaborando um projeto para estar viabilizando, junto à Prefeitura, uma sede. Nos espelhamos no Gaadi (Grupo de Apoio à Adoção de Itapetininga), que, ao lado da sede, tem um abrigo, aonde os casais vão para já conhecerem as crianças que estão aptas à adoção e viabilizarem melhor essa parte”, contou a presidente.

“Nossas intenções também seriam trazer profissionais tanto da área jurídica, como da área psicológica, para dar palestras. Nós pretendemos ter uma videoteca, uma biblioteca”.

“Seria importante se tivéssemos, como em outros Gaatas, apoio a pais que pretendem adotar, apoio a pais que já adotaram e que, às vezes, vão com essas crianças nas reuniões, ter uma reunião em separado com as crianças, dando todo o suporte psicológico e jurídico e enfim”, argumenta.

Encontro marcado

Por enquanto, o Gaata está com sede provisória no Buffet Cláudia Rauscher (avenida Cel. Firmo Vieira de Camargo, 171, centro). Os encontros acontecem todas as penúltimas terças-feiras do mês, às 19h.

Pode-se entrar em contato pelos telefones: 9696-3817 e 3251-8520, pelo site: www.gaata.com.br, ou pelo Facebook: Gaata de Tatuí.

“São bem-vindos casais pretendentes à adoção e pessoas que queiram nos auxiliar como voluntários. Também podem participar advogados, psicólogos e quem queira lutar pela causa”, finaliza Cláudia.