Ambulatório de Curativos soma 400 atendidos no 1º mês e deverá dobrar





Cristiano Mota

Enfermeiro faz curativo em paciente em uma das salas de novo espaço

 

Referência para atendimentos a feridos, o Ambulatório de Curativos já apresenta “alta demanda”. Em um mês de funcionamento, o serviço contabilizou 400 atendimentos.

Os números divulgados pelo médico idealizador e responsável, Fábio Fucci, deverão dobrar em médio prazo. Dentro de seis meses, o ambulatório poderá receber, no mínimo, 800 pacientes por mês, conforme estimou.

Segundo Fucci, o ambulatório está inserido dentro do serviço da UBS (unidade básica de saúde) “Antonio Rodrigues – Toninho Enfermeiro”, da vila Esperança. Entretanto, por ser especializado, demanda mão de obra diferenciada. Já o posto oferece atendimento de saúde básica, chamado de primário.

Os atendimentos são realizados por Fucci, médico responsável, e uma equipe de enfermagem separada da unidade básica de saúde. “Já tenho uma sala de espera separada, salas separadas e deverei ter recepção separada”, antecipou.

Para ele, o ambulatório é essencial para o município. Fucci afirmou que detectou a necessidade da implantação dele quando chegou a Tatuí, há dez anos. Ele utilizou critérios estabelecidos por órgãos de saúde para elaborar o projeto de criação.

Entretanto, o médico afirmou que o serviço não pôde ser criado anteriormente, porque a “realidade da estrutura da saúde” do município não permitia. “A cidade não estava preparada para esse serviço e também não tinha uma situação econômica que permitisse sua implantação”, argumentou.

Fucci disse que só pôde começar a desenhar o projeto nos últimos dois anos. A proposta começou a ser elaborada em conjunto com o setor de planejamento da Secretaria Municipal da Saúde e teve inauguração na segunda-feira, 11.

O ambulatório, no entanto, estava sendo utilizado desde outubro por pacientes que apresentam “qualquer tipo de feridas”. Ele atende, em especial, pessoas que têm feridas crônicas, difíceis de cicatrizar. “Temos pacientes, aqui, com 70, 80 anos e que têm feridas há 30. Ele é focado, principalmente, para esses, mas atende qualquer natureza de feridos”, disse o médico.

Conforme ele, os pacientes são referenciados (encaminhados) pelas UBSs e pelo Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. No ambulatório, passam por consulta para avaliação. “Eu determino qual o melhor caminho a seguir”, disse Fucci.

Pacientes diagnosticados como casos de “maior complexidade”, permanecem recebendo atendimento no ambulatório. Os com feridas consideradas “simples” (machucados, em geral, e queimaduras leves), são reencaminhados para as UBSs. Nesses casos, Fucci envia, junto, orientação para curativos.

Segundo ele, a triagem é necessária para evitar deslocamentos desnecessários – de pacientes menos graves – e permitir que pessoas com casos mais sérios tenham atendimento adequado. Por conta disso, Fucci explicou que tem planos de realizar uma espécie de “descentralização de conhecimento”.

A ideia é oferecer capacitação para funcionários de todos os postos de saúde do município, de modo a permitir que eles possam realizar curativos “mais eficientes”. “Esta unidade foi preparada para se transformar em referência de atendimento e, também, de educação”, comentou o médico responsável.

Fucci antecipou, ainda, que o corpo de enfermagem do ambulatório deverá repassar técnicas para equipes das UBSs e do pronto-socorro. Nos postos de saúde, o objetivo é capacitar para atendimentos simples. No serviço de urgência e emergência, o enfoque serão os curativos a pessoas vítimas de queimaduras.

Em ambos os casos, Fucci afirmou que as capacitações darão aos profissionais capacidade de reconhecer – ainda que não possam oferecer o serviço especializado – que tipos de curativos são necessários, se simples ou complexos. “Eles não vão tratar, porque não vão ter os recursos alocados aqui, mas ajudarão na indicação do melhor tipo de atendimento”, comentou.

Fucci afirmou que, por conta da demanda de recurso, a secretaria centraliza os atendimentos mais especializados no ambulatório de curativos. “A realidade econômica da cidade não permite grandes gastos financeiros. Então, nós somos obrigados a centralizar, mas gostaria de descentralizar”, falou.

O médico tem à disposição equipe com dois enfermeiros e dois técnicos em enfermagem. A equipe atende de segunda a sexta-feira, acompanhando o horário de funcionamento da UBS (das 6h às 18h). Pela manhã, o atendimento é realizado por uma enfermeira e um técnico em enfermagem; à tarde, Fucci acompanha os curativos feitos nos pacientes e realiza consultas.

Nos finais de semana (sábado e domingo) e feriados, o ambulatório não funciona. “Nesses dias, a unidade está aberta como pronto atendimento e dispõe de uma enfermeira que faz soluções mais simplificadas”, comentou o médico.

Além de curativo adequado, Fucci citou que o ambulatório fornece aos pacientes tratamento para que o problema se resolva. “Esse é o detalhe: o tratamento de apoio. Esse tratamento, ofereço a partir da avaliação inicial”, detalhou.

A intenção, no entanto, é aprimorar o tratamento, com participação de nutricionistas e outros profissionais da área da saúde. O médico explicou que isso é necessário, uma vez que as feridas crônicas estão associadas a problemas como diabetes e cânceres. “Por isso, esse apoio é necessário”, argumentou.

Fucci disse que o ambulatório está, desde o início da operação, oferecendo tratamento de apoio. Afirmou, porém, que ele “precisa ser ampliado”, uma vez que a estimativa é que o número de pessoas atendidas no espaço duplique.

“Vamos aumentar. Nossos horários ainda estão disponíveis. Nós ainda temos espaço (na agenda) para crescer”, declarou o médico que coordena o ambulatório.

De acordo com ele, o crescimento no atendimento não deve gerar filas. Fucci afirmou que o ambulatório trabalha com sistema diferenciado de agendamento. “Não há por que marcar todos para o mesmo horário, por exemplo, se vai levar um tempo para atender os que estão no final”, declarou.

Entretanto, o médico disse que os pacientes precisam chegar a tempo de serem atendidos para evitar ter de aguardar tempo de espera ou aglomerações.