A Semana Santa





“Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze discípulos e, em caminho, lhes disse: – Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. E o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará”.

A Semana Santa

A Semana Santa começa com o domingo de Ramos. Jesus havia ressuscitado Lázaro em público e desta forma mostrado que detinha o poder de ultrapassar a fronteira da morte. O conhecimento de ressuscitar os mortos era um dos segredos mais bem guardados pela religião da época. Para esse poder religioso, tal heresia significava a punição com a crucificação.

Na Galileia, onde se encontrava Jesus, tinha mais condições de se escapar da perseguição inevitável. Ele, entretanto, segue acompanhado dos doze apóstolos para Jerusalém onde teve uma recepção digna de um rei.

O povo, então, quebrou ramos de palmeiras e os colocou no caminho por onde passaria, como símbolo do reconhecimento de sua soberania. Este dia pode perceber e buscar o espiritual; algo interno em nós.

Segunda-feira: Cristo caminha com os apóstolos no campo, sente fome e vai em direção a uma figueira. A árvore não tem frutos. Ele declara que como a figueira só vale quando produz frutos, assim o ser humano deve ser julgado pela obras que produz. A partir daquela época pouco importa para a humanidade o conhecimento que carrega consigo, mas só que é capaz de realizar para os outros. É a abertura da época do amor.

Neste dia devemos olhar para dentro de nós e questionarmos se dividimos com os outros a abundância que temos ou se a mantemos estocada para alimentar a nós mesmos e a nossos familiares.

Terça-feira: Cristo vai ao templo para ser interrogado pelos sacerdotes, que decidirão se ele deve ou não ir a julgamento. As perguntas são capciosas e tentam apenas justificar um julgamento já decidido. Este dia deve ser dedicado ao autoconhecimento. Nossas perguntas para o mundo são sinceras ou só questionamos como tentativa de realização dos nossos desejos e vontades? É o dia da grande reflexão.

Quarta-feira: Neste dia, Maria Madalena ministra o sacramento da unção, preparando Cristo espiritualmente para a morte. Pelo imenso amor que sente, pode suportar e acompanhar o amado em qualquer situação. Controlando a revolta interna pelos fatos, ela pôde ajudar a superar a provação. Judas Iscariotes, ao contrário, não consegue se conformar com o rumo dos acontecimentos e tenta forçar Jesus a impedir, através de seu poder, a crucificação. Então vende a informação de onde está Jesus aos fariseus. Devemos perceber e aceitar algo além de nós, espiritualmente, dando um passo a mais.

Quinta-feira: Este dia é dedicado ao sacrifício de animais. Do animalesco em nós. É quando se celebra a Santa Ceia; a comunhão do corpo e do sangue. O ritual da Santa Ceia substitui o antigo rito do sacrifício de animais e se celebra o novo mistério. “Quem não come do meu corpo e não bebe do meu sangue não faz parte de mim”. Essa afirmação encerra três graus diferentes de comunhão: A comunhão da sabedoria, da compreensão; A comunhão do coração, dos sentimentos, da compaixão; A comunhão do alimento que se incorpora ao corpo.

Após a celebração do sacramento, Jesus segue com os apóstolos para o Horto das Oliveiras e se prepara para o grande confronto da morte e da violência. Neste dia devemos perceber e superar nossa vontade voraz; nossos instintos mais animalescos.

Sexta-feira da paixão: Neste dia ocorrem todos os eventos que envergonham a humanidade, mas que, de outra forma, servem como marcas eternas na grande caminhada até alcançar a imortalidade. A crucificação de Cristo. Neste dia devemos sentir o desconforto e realmente tentarmos mudar. É à vontade da renovação.

Sábado: Neste dia, Cristo penetra até o centro de seu novo corpo, a terra. A morte na cruz se revela como um grande nascimento. É o dia do vazio. O grande silêncio é dedicado a aguardar a vontade do Pai e mostramos a nós mesmos que a confiança não é apenas uma palavra vazia, mas nossa própria substância.

Domingo: Cristo ressuscitado. Do domingo de Páscoa até a ascensão, 40 dias depois, são muitos os encontros de Cristo com os discípulos. Eles já estão mais capazes de compreender os ensinamentos a respeito da nova era que foi inaugurada e da necessidade da crucificação e morte.

Quanto mais sabedoria for capaz de unir, maior nossa capacidade de amar a todos. Devemos exercitar nossa capacidade criativa e não mais a reflexiva e pensarmos o que queremos realizar nos outros seis dias da semana.

É a verdadeira liberdade de agir e assumir as consequências de nossos atos. Esses conteúdos ainda não são adequados para as crianças, mas pelo comportamento dos adultos e através do respeito que levamos a vida nesses dias, as crianças entendem a importância dessa semana tão especial, e vivenciam essas forças através dos símbolos próprios da época e sua preparação.

O trabalho de purificação da quaresma pode ser simbolizado pela limpeza da casa com a criança, preparando-a para receber o coelhinho. Pode-se lavar os brinquedos, arrumar os armário ou limpar os móveis. Uma feliz Páscoa com Cristo!