A saúde da mulher para além da ginecologia

Médica explica como a endocrinologia trata da saúde de forma integrada em todas as etapas da vida feminina

A endocrinologista Marcela Rassi (Foto: Divulgação)
Diléa Silva

A saúde da mulher não está restrita ao acompanhamento ginecológico – o corpo feminino tem particularidades que exigem um cuidado amplo, inteligente e, sobretudo, integral. No caso da diabetes, por exemplo, a proporção de mulheres que vivem com a doença é maior do que a de homens, 9,61% e 8,58%, respectivamente, segundo dados de 2021 do Ministério da Saúde.

A endocrinologia, especialidade médica que estuda os hormônios, tem um papel fundamental nas diversas fases da vida feminina, já que trata da saúde de forma integrada. Marcela Rassi, endocrinologista e diretora médica da Axenya, explica que o sistema hormonal é o “maestro” do corpo, ou seja, qualquer desequilíbrio pode desencadear doenças e acelerar o processo de envelhecimento.

Essa área médica atua em todas as etapas da vida da mulher, diz Rassi. Na infância e adolescência, o endocrinologista pode detectar e tratar problemas de crescimento, alterações do desenvolvimento precoce ou tardio da puberdade, distúrbios da tireoide e mudanças hormonais.

Ao longo da vida, o especialista pode abordar irregularidade menstrual, síndrome dos ovários policísticos, acne, pelos em excesso, além de distúrbios metabólicos como diabetes, colesterol alto, gordura no fígado, entre outras doenças – há ainda o acompanhamento de gravidez, que exige um cuidado especial com os níveis hormonais da tireoide. Na menopausa, a mulher também passa por diversas transformações, causando sintomas que impactam negativamente sua qualidade de vida.

“Em casos de mulheres que não têm sintomas nem queixas específicas, é recomendado realizar exames de check-up uma vez ao ano”, afirma a médica. “Se está na menopausa, por exemplo, e realizando tratamento para reposição hormonal, a avaliação precisará ser feita, inicialmente, a cada dois ou três meses, e depois em uma frequência semestral, geralmente. Já doenças crônicas como diabetes ou obesidade exigem uma frequência maior de acompanhamento, principalmente no início do tratamento”, diz.

Nesse sentido, Rassi destaca ainda a importância da tecnologia para garantir um monitoramento constante da saúde. “Plataformas e dispositivos digitais auxiliam o paciente a lembrar dos exames preventivos e dos check-ups. É uma forma de garantir que o acompanhamento seja mais personalizado e assertivo, de acordo com necessidades individuais”, diz.