Raymundo Farias de Oliveira
Na candente profissão de fé
ele cantou a solidão do planalto
como “breve centro das decisões nacionais”…
acreditou no arrojo e na coragem
na fé e na esperança
dos candangos de todos os brasís
mostrou que o poder da vontade
quando se obstina é invencível
promoveu o maior dos mutirões
ao som do violão do Dilermando
e na festiva confraternização dos homens simples
nasceu Brasília a capital da Esperança!
Concebida no amor no perdão na música
na poesia e na grandeza dos humildes
hoje com apenas dezesseis anos
tão moça tão bonita e próspera
guarda na quietude do seu campo santo
entre o farfalhar dos arbustos do cerrado
os restos mortais de seu entusiasta criador
JUSCELINO DE OLIVEIRA KUBITSCHEK
Sobre a cova rasa
vicejam rosas do planalto
beijadas pelo vento andarilho
ao lado dos versos do poeta desconhecido
como espontânea homenagem da alma brasileira
cristalizada na flor e no verso.
(Brasília, 22.10.76)