Roséola infantil

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708*

A roséola infantil, também conhecida como exantema súbito, sexta doença, ou febre dos três dias é uma doença contagiosa que afeta principalmente bebês e crianças, dos três meses aos três anos de idade, e provoca sintomas como febre alta repentina, que pode chegar aos 40ºC, diminuição do apetite e irritabilidade, com dores no corpo, dor de ouvido, gânglios (ínguas) na região da nuca, que duram cerca de três a quatro dias.

Subitamente, a febre desaparece e é seguida de pequenas manchas cor de rosa na pele da criança, principalmente no tronco, pescoço e braços, que normalmente não coçam e passam depois de dois a três dias.

Esta infecção é causada por alguns tipos de vírus que são da família do herpes, como vírus herpes humano tipos 6 e 7, echovírus 16, adenovírus, dentre outros, que são transmitidos através de gotículas de saliva.

Assim, apesar de não se pegar mais de uma vez a infecção pelo mesmo vírus, é possível adquirir roséola mais de uma vez, caso a criança seja infectada por um vírus diferente das outras vezes.

Embora cause sintomas incômodos, a roséola costuma ter uma evolução benigna, sem complicações, e curando-se sozinha. Entretanto, o pediatra pode orientar um tratamento para aliviar os sintomas da criança, como pomadas, anti-histamínicos para aliviar a coceira e medicamentos como paracetamol intercalado com ibuprofeno a cada três horas, porque a febre é bem constante e,às vezes, há essa necessidade para controlar a febre.

Principais sintomas

A roséola infantil tem uma duração de cerca de sete dias, e apresenta sintomas que surgem na seguinte ordem:aparecimento repentino de febre alta, entre 38C a 40ºC, por cerca de três a quatro dias; diminuição ou desaparecimento da febre de forma repentina; dores pelo corpo e nas articulações; aparecimento de gânglios (ínguas) na região da nuca; e, depois do desaparecimento repentino da febre, surgem as manchas na pele (exantema), de cor avermelhada ou rósea, principalmente no tronco, pescoço e braços, que duram cerca de dois a quatro dias e desaparecem sem descamar ou alterar a cor.

As manchas na pele normalmente não apresentam coceira. Outros sintomas que podem aparecer na roséola incluem perda de apetite, tosse, coriza, garganta avermelhada, dor de ouvido, ínguas pelo corpo ou diarreia.

Para confirmar o diagnóstico de roséola infantil, é muito importante passar pela avaliação do pediatra, que irá avaliar os sintomas da criança e, se necessário, solicitar exames que podem confirmar a doença, pois existem diversas situações que causam febre e manchas avermelhadas no corpo da criança.

A transmissão

​A roséola infantil transmite-se pelo contato com a saliva de outra criança contaminada, através da fala, beijos, tosse, espirros ou brinquedos contaminados com saliva, e pode ser transmitida mesmo antes das manchas da pele aparecer. Os sintomas costumam surgir após cinco a 15 dias do contágio, período em que os vírus se instalam e se multiplicam.

Esta infecção viral, normalmente, não é transmitida para os adultos porque a maioria das pessoas tem defesas para a roséola, mesmo que nunca tenha tido a doença. Porém, é possível que um adulto contraia a roséola, caso tenha o sistema imune enfraquecido.

Além disso, é raro a grávida ficar contaminada com o vírus da roséola e desenvolver a doença na gestação, porém, mesmo que adquira a infecção, não existem complicações para o feto.

O tratamento

A roséola infantil tem uma evolução benigna, pois costuma evoluir para a cura naturalmente. O tratamento é orientado pelo pediatra, e consiste em controlar os sintomas da doença, podendo ser indicado o uso de paracetamol ou ibuprofeno para diminuir a febre e, assim, evitar convulsões febris.

Além dos remédios, algumas medidas que podem ajudar a controlar a febre são:

Vestir a criança com roupas leves; evitar mantas e cobertores, mesmo se for inverno; dar banhos na criança somente com água e temperatura ligeiramente morna; colocar um pano molhado em água fresca na testa da criança por alguns minutos e também nas axilas.

Ao seguir estas orientações, a febre deverá diminuir um pouco sem ter que se recorrer a medicamentos, mas é preciso verificar se a criança tem febre várias vezes ao dia. Enquanto a criança está doente, é aconselhado que não frequente a creche nem esteja em contato com outras crianças.

Além disso, outra opção para ajudar a complementar o tratamento e diminuir a febre é o chá de freixo, pois tem propriedades antipiréticas, anti-inflamatórias e cicatrizantes, ajudando a aliviar os sintomas da roséola. No entanto, é importante que o chá de freixo seja indicado pelo pediatra.

Obs.: não há vacina contra a roséola infantil. Outra coisa importante é não confundir a roséola com reação alérgica a antibióticos, principalmente à amoxicilina, pois muitas crianças que estão no período febril da doença acabam recebendo antibiótico (sem necessidade) e, após cessar a febre no terceiro ou quarto dia, aparece o exantema da própria doença (roséola), e assim, inadvertidamente, considera-se o exantema como reação alérgica à amoxicilina e a criança fica “rotulada” como alérgica ao antibiótico.

Fontes: https://www.tuasaude.com/roseola-infantil; -arquivos próprios do autor

*Médico pediatra com TEP em pediatria pela AMB e SBP. diretor clínico da Alergoclin Cevac.