Da reportagem
Sete em cada dez pessoas que residem em Tatuí é branca, de acordo com o Panorama IBGE, ferramenta do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que apresenta o perfil de cidades brasileiras através de infográficos e mapas.
O estudo, que está sendo divulgado em parciais, aponta desta vez o quadro da população da cidade por cor e raça. Os dados são do censo realizado entre os anos de 2021 e 2022, em função da pandemia de Covid-19.
A tabela divulgada relativa à cor e raça soma cinco categorias: branca, preta, amarela, parda e indígena, representando uma parte do estudo.
O Censo Demográfico 2022 tem como objetivo fornecer informações detalhadas sobre a população brasileira, incluindo a distribuição por idade, sexo, grau de escolaridade, tipo de moradia, trabalho e rendimento e meio ambiente, entre outras características.
Os primeiros resultados foram divulgados em meados do ano passado, revelando o aumento da população com 65 anos de idade ou mais.
Em Tatuí, o levantamento domiciliar aponta que, dos 123.942 habitantes, 87.508 se autodeclararam brancos, respondendo por 70,6% da população. As pessoas de cor ou raça parda representam 24,69% do total, correspondendo a 30.597 pessoas.
A população declaradamente preta soma 5.122 pessoas, 4,13% do total de residentes, enquanto a cor ou raça amarela representa 0,47%, com 582 autodeclarações. Os que se declaram indígenas totalizam 133 pessoas, ou 0,11% da população local.
A raça é, normalmente, definida por autoatribuição nos cadastros, em que o próprio interessado é o responsável pelo fornecimento da informação, caso do Censo 2022.
De acordo com o IBGE, o sistema classificatório de cor e raça é considerado “adequado para fins de pesquisas, em particular pela caracterização das desigualdades raciais existentes no Brasil”.
Apesar de sucintos, esses indicadores possibilitam uma série de comparações em relação à população de Tatuí. A começar pela queda na autodeclarada amarela.
No contexto do censo demográfico do IBGE, essa categoria se refere às pessoas que se autodeclaram de origem oriental, como japoneses e chineses, coreanos, entre outros grupos.
No município, houve redução no número de orientais em comparação com o levantamento anterior, de mais de uma década atrás. A população nessa categoria passou de 703, em 2010, para 582, em 2022, o que significa 17,21% a menos no período compreendido pelos estudos.
Quando os percentuais correspondentes da população de cada censo são comparados, a retração persiste. De acordo com os dados preliminares, os orientais passaram de 0,66% da população, em 2010, para 0,47, conforme os dados coletados no período dos anos de 2021 e 2022.
A população de cor ou raça preta totaliza 5.122 habitantes na cidade, de acordo com os dados compilados pelo instituto. A categoria é utilizada para identificar descendentes de diversos grupos étnicos, como africanos e indígenas, com base na autodeclaração, sendo essa uma das classificações étnico-raciais utilizadas no Brasil.
Sua adoção está ligada ao processo de reconhecimento e visibilidade das diferentes origens e identidades presentes na sociedade brasileira, refletindo a complexidade e a riqueza da herança cultural do país.
Entre os pardos, houve salto na população em comparação aos censos de 2010 e 2022. O número de pessoas nessa categoria passou de 17.414 para 30.597, em crescimento de 75,7%. Para se ter ideia, as pessoas pardas representavam 16,23% da população local e, atualmente, passaram a 24,69%.
Historicamente, o termo pardo começou a ser utilizado no Brasil durante o período colonial para classificar os nascidos da mistura entre brancos e negros, ou entre brancos e indígenas.
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