Da reportagem
O número de casos positivos de dengue em Tatuí apresentou aumento nos últimos seis meses em comparação ao registrado no ano passado. A Vigilância Epidemiológica do município divulgou, na sexta-feira da semana passada, 16, relatório confirmando a maior incidência.
Os dados foram informados durante a “6ª Sala de Situação da Dengue”, organizada pela prefeitura, por meio do Setor de Combate à Dengue, da Secretaria da Saúde, em parceria com a Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde.
Conforme o levantamento, neste ano, ocorreram 23 confirmações da doença entre os meses de janeiro e junho, enquanto, no ano passado, nove pacientes foram acometidos pela doença no mesmo período.
Somente de 17 de maio a 16 de junho deste ano, foram notificados cinco novos casos, sendo um autóctone e quatro importados. Apesar do aumento em comparação aos casos de 2022, o número ainda é baixo, considerando-se os anos anteriores.
Segundo os dados do órgão da Secretaria Municipal de Saúde, em 2021, a cidade viveu o pior ano em relação ao número de contaminações por dengue, com 20.521 casos. Em 2020, a cidade havia recebido 342 exames positivos e, em 2019, 54.
De acordo com a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, o departamento promove um trabalho de prevenção contínuo, o qual foi reforçado nos últimos anos, principalmente após o surto ocorrido em 2021, visando à redução dos casos positivos.
“A doença nunca vai deixar de existir, sempre vamos ter casos confirmados, mas o nosso trabalho é feito diariamente na prevenção, para que nunca mais passemos pelo problema que vivemos em 2021”, afirmou Juliana.
Conforme a coordenadora, as ações de prevenção ocorrem de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h. São feitas visitas de rotina em imóveis e retorno nos que estavam fechados durante as primeiras visitas e nos locais com demandas de reclamações, com o objetivo de detectar e eliminar os criadouros do Aedes aegypti.
Durante a visita, o agente elimina os recipientes com água parada e que possam conter larvas e adiciona o larvicida nos locais onde não se pode eliminar a água, como piscina fixa. Também orientam os munícipes e notificam em casos mais graves.
Conforme o relatório do setor, somente no mês passado, foram realizadas 14.899 visitas a imóveis, 2.152 controles de criadouros e 393 nebulizações portáteis.
Juliana ainda informa serem realizadas ações de controle em pontos estratégicos cadastrados no setor de ferros-velhos, cooperativas de reciclagem, borracharias e outros. Nesses locais, as atividades são feitas em períodos quinzenais e mensais, com aplicação de inseticida.
Além disso, trimestralmente, são realizadas avaliações de densidade larvária em imóveis especiais. As larvas são coletadas e analisadas para o setor ter um parâmetro dos bairros com maior número de criadouros.
“Nós seguimos um protocolo do estado e reestruturamos o setor para conseguir manter em atividade todas as formas de orientação passadas, como a ação pedagógica que iniciamos com a apresentação do teatro sobre a dengue”, apontou Juliana.
Desde o mês de abril, o Setor de Combate à Dengue está percorrendo as escolas do município com um espetáculo de teatro pedagógico abordando a prevenção da doença.
O objetivo da peça, conforme a Secretaria da Saúde, é conscientizar os alunos sobre os riscos da dengue, “de forma divertida e didática”, e multiplicar os agentes de combate ao mosquito Aedes aegypti.
O roteiro e as cenas da peça foram criados pela própria coordenadora, a pedido da Secretaria da Saúde, visando reforçar as ações preventivas. No espetáculo, agentes de controle de endemias são os atores e mostram aos alunos os criadouros do mosquito, as formas de combate à dengue e, também, os sintomas da doença.
O espetáculo já foi apresentado em cinco escolas do município. Juliana aponta que a intenção do setor é percorrer todas as escolas da rede de ensino municipal e, depois, seguir em unidades estaduais e particulares, até o final do ano letivo.
“O teatro também faz parte das ações de prevenção. Estamos trabalhando com a prevenção em campo, na parte pedagógica e na distribuição de panfletos nas casas e nas publicações em redes sociais”, enfatizou a coordenadora.
Para a prevenção, a coordenadora pede a colaboração de todos quanto à limpeza e à manutenção de terrenos e residências e salienta que as denúncias sobre possíveis criadouros do mosquito podem ser esclarecidas e/ou informadas para a Ouvidoria Municipal.
Ainda como ação de prevenção, Juliana aponta a importância de se propagar, entre os munícipes, informações sobre o descarte correto de entulhos e demais materiais, que devem ser feitos nos diversos ecopontos da prefeitura (confira a relação em www2.tatui.sp.gov.br/servicos/ecopontos/).
O munícipe também pode denunciar os terrenos sujos e abandonados da cidade, ou as casas recém-construídas sem moradores e com piscinas, para a Ouvidoria Municipal (tatui.sp.gov.br/ouvidoria), pelos telefones 0800-770-0665 e (15) 3251-3576 ou ainda pelo telefone da Secretaria da Saúde (15) 3305-8855.
De acordo com os especialistas em saúde, é importante o uso diário de repelentes. E, caso a pessoa apresente algum sintoma das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti (dengue, zika ou chikungunya), deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e o tratamento adequados.
“A dengue é totalmente possível de se prevenir. Agora, não é só deixar o quintal limpo. Se você faz isso, mas não usa o repelente, ainda está exposto”, apontou a coordenadora.
“A principal ação para evitar a doença é o uso do repelente. Hoje, temos no mercado diversos tipos, inclusive, junto com o protetor solar. Então, você passa um único produto e se protege dos raios solares e da dengue, não tem desculpa”, concluiu Juliana.
Já tive dengue é horrível, as pessoas têm de cuidar mais de seus lares evitando deixar água parada.