Atleta transplantado tatuiano busca apoio para a Copa do Brasil

Corredor tatuiano destaque nacional em categoria (Foto: Arquivo pessoal)
Da redação

Pedro Roque Della Vecchia, atleta transplantado tatuiano que corre pela categoria “TX”, divulgou nesta semana estar promovendo uma “vaquinha virtual” para poder participar da Copa do Brasil.

A competição, que terá pela primeira vez uma categoria especialmente reservada a corredores transplantados, será promovida entre os dias 19 e 21 de maio, no estado da Paraíba.

Aos 77 anos, Della Vecchia, que tem um rim transplantado, participou da Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo, no final do ano passado, na qual terminou entre os 70 primeiros de categoria dele.

No final de semana passado, domingo, 26 de março, o tatuiano concluiu a corrida em celebração ao aniversário de Iperó na vice-colocação. Atualmente, ele é um dos principais nomes da Liga Brasileira de Transplantados – Atletas TX, formalizada há pouco mais de um ano.

A luta do idoso que escolheu Tatuí para viver (ele veio de São Roque para trabalhar na Alpargatas nos anos 1970) é longa. Com problemas na bexiga e em um dos rins, percorreu seis hospitais até conseguir o transplante no “Albert Einstein”, na capital paulista, pelo SUS, em 2015.

Antes, foram sete anos de hemodiálise. Depois da operação, ficou 120 dias internado, isolado. “Fui ver uma prova de atletismo antes do transplante e achei que poderíamos divulgar a necessidade de doação de órgãos nas corridas”, conta.

“Já corria antigamente, até os 20 anos – parei para cuidar dos meus cinco irmãos, pois meu pai ficou doente. Na primeira visita dos médicos depois do transplante, fiz duas perguntas: primeiro, se minha esposa, que havia sofrido um AVC, estava bem; em segundo lugar, quando eu poderia voltar a correr”, rememora.

O médico respondeu que dentro de nove meses. E assim foi. Passado o período, com treinamentos sob supervisão, Della Vecchia participava de uma prova em Laranjal Paulista. “Meu primeiro pódio foi na cidade de Tietê, na categoria 70 anos”, lembra.

Já integrado a uma equipe, do treinador Diogo Gil à época, correu em Boituva. “Foi quando tive a ideia de fazer uma placa com os dizeres ‘doe órgãos e salve vidas’, e a partir daí passei a utilizá-la em todas as provas que corri. Virou o lema da liga”.

Atualmente, o tatuiano por adoção soma mais de cem corridas e cerca de 50 pódios em sua categoria.

A cada 90 dias, ele passa por avaliação e exames de rotina no “Albert Einstein”. “Sem o aval e orientação da equipe médica, não seria possível montar um trabalho personalizado para ele”, diz o atual treinador, Eronides dos Santos, o Nide.

O atleta máster treina três vezes por semana e se alimenta cuidadosamente, já que, como imunodeprimido devido ao transplante, tem de tomar cerca de 20 comprimidos por dia.

“Duvidavam no começo que transplantados poderiam correr. Ainda mais idosos. Estamos provando o contrário”, diz.

“Não corremos para chegar em primeiro lugar, corremos para participar e divulgar nossa causa. Tenho muito orgulho de representar Tatuí nas provas que eu vou”, acentua.

No momento, Della Vecchia se propõe ao novo desafio, de correr na Copa do Brasil. “Meu sonho como atleta é participar da competição, porém, o custo total será de R$ 3.000, e gostaria de contar com a ajuda de cada um que poder doar”, publicou ele, em rede social.

“Essa ajuda não é apenas para mim, e sim para divulgar a doação de órgãos para todos aqueles que esperam por um transplante. Desde já, agradeço de todo o meu coração a cada um que puder estar ajudando”, conclui o atleta.

A colaboração pode ser feita por Pix, a partir do CPF 26568004804. Della Vecchia ainda divulga suas corridas e a busca por colaboração por meio da rede social: https://www.instagram.com/p/CqYytTmubeT/?igshid=MDJmNzVkMjY=.