Da reportagem
Neste último dia 10, A prefeitura de Tatuí, por meio do Setor de Combate à Dengue, da Secretaria de Saúde, informou que, nas cinco semanas recentes, o município não havia registrado nenhum caso confirmado de dengue.
Até o momento neste ano, foram constatados 20 tatuianos contaminados pela doença, sendo sete por ocorrências autóctones (contraídas no próprio município) e 13 importadas. Na cidade, foi registrado apenas um caso importado de chikungunya.
De janeiro a outubro do ano passado, no auge do surto, o número de casos positivos foi de 20.450, 99,90% maior em relação ao mesmo período deste ano, com os 20 casos. Já o total de positivos em 2021 foi de 20.595, de acordo com o Setor de Combate à Dengue.
No comparativo, o número de infecção da doença caiu de 335 casos em janeiro de 2021 para zero no primeiro mês deste ano; de 2.974, em 2021, para um, em fevereiro; de 8.109 para três, em março dos dois anos; de 7.746 para quatro, com relação a abril; e de 1.277 para cinco, quanto a maio de 2021 e 2022.
Em junho do ano passado, foram 134 casos e, no mesmo mês deste ano, três. Julho de 2021 teve oito casos, enquanto o sétimo mês deste ano, somente um. Em agosto de 2021, foram quatro casos e, no oitavo mês deste ano, apenas um.
Em setembro do ano passado, também foram quatro casos. Já no mesmo período deste ano, somente um. No décimo mês de 2021, apenas um caso foi registrado. Em outubro deste ano, o número caiu para zero.
O mais recente relatório técnico, que compreende o período de 12 de outubro a 10 de novembro, foi elaborado pela pasta da saúde com os resultados do trabalho de prevenção contra a dengue e as ações contínuas promovidas pela prefeitura.
O estudo foi apresentado durante a 10ª Sala de Situação da Dengue, no Paço Municipal “Prefeita Maria José Gonzaga”, na quinta-feira da semana passada, 10. A “Sala” é promovida mensalmente, sendo uma exigência da Coordenadoria de Controle de Doenças, da Secretaria de Estado da Saúde.
Estiveram na reunião a coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, os secretários municipais da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, das Obras e Infraestrutura, Marco Luiz Resende, da Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Miguel Ângelo de Campos, a representante da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Sandra Cardoso Sanches, o vereador Fábio Antonio Villa Nova (PP), funcionários públicos de outras secretarias municipais e representantes do Conselho Municipal de Saúde.
De acordo com os dados apresentados, os técnicos do Setor de Combate à Dengue realizaram, neste período, 18.954 visitas a imóveis e 77 ações que, segundo Juliana, colaboraram com que a análise de densidade larvária (ADL) do município fosse de 0,91, o que é considerado satisfatório pela Secretaria de Estado da Saúde.
“Os dados são muito positivos. De 1 a 3,9, por exemplo, é sinal de alerta. Acima disso, é risco total”, apontou a coordenadora.
“Outro ponto destacado no documento foi a ação realizada neste mês, que aconteceu após o feriado de Finados, 2, em que os agentes vistoriaram os dois cemitérios do município, o Cristo Rei e o São João Batista, em busca de possíveis criadouros do mosquito. Entretanto, nada foi encontrado”, declarou Juliana.
Segundo ela, no mês de outubro, foi intensificada a análise de densidade larvária (ADL), que tem por objetivo quantificar a infestação de mosquitos em todas as áreas da cidade, saber quais os principais tipos de criadouros, quantos estavam com água parada, quantos tinham larvas de mosquito e, destes, com larvas do Aedes aegypti.
“No caso da ADL, é uma ação estadual, que acontece nos meses de janeiro, abril, julho, outubro e dezembro, em paralelo com o cronograma da Secretaria de Saúde da cidade. O estado sorteia quarteirões do município, onde a equipe faz a coleta necessária para, depois, realizar a análise”, explicou Juliana.
“São meses de trabalho muito intenso e em que, consequentemente, os profissionais realizam mais visitas de rotina”, acrescentou.
Além disso, acontecem frequentes edições da “Operação Limpeza e Cata Treco – Tatuí, Eu Amo, Eu Cuido”, em todo o município, por meio das Secretarias do Meio Ambiente e da Zeladoria e Obras.
“Sempre com orientação da população, por meio de panfletagem, a fim de se detectar e eliminar os criadouros do Aedes aegypti”, apontou a coordenadora. “Com as ‘operações cata-treco’, por exemplo, foram retiradas toneladas de lixo dos lugares visitados durante o surto no ano passado”, contou Juliana.
“Já em parceria com a fiscalização da prefeitura e através do cadastro municipal, notificamos os proprietários de terrenos baldios, com ou sem muro, de casas não terminadas e abandonadas, para que fosse realizada a limpeza”, informou Juliana.
“A nebulização portátil, feita por uma equipe terceirizada, também foi uma ação que contribuiu para a diminuição acentuada dos casos na cidade, e é realizada no bairro de cada caso confirmado”, enfatizou a coordenadora.
“Quando há um caso confirmado de dengue, a equipe vai até o bairro, em prazo rápido, e realiza o trabalho no entorno do quarteirão onde a pessoa reside. Desta forma, há o bloqueio necessário para que o mosquito não se prolifere”, explicou.
Juliana lembrou que, com o surto de dengue em 2021, a equipe ganhou reforços. Agora, são 34 profissionais, atuando nas vistorias em imóveis e no combate aos criadouros.
“Este ano, Tatuí tonou-se um exemplo no combate à dengue e o trabalho tem que continuar assim. A prevenção é a melhor arma de combate”, reforçou.
Outro fato destacado na recente edição da “Sala” foi o início dos testes da vacina do Instituto Butantan contra os quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), que possibilitará, caso aprovada nos testes, a aplicação na população em meados de 2024.
Mesmo com os registros positivos, a profissional, juntamente com Sandra, da Sucen, salientou ser importante a participação ativa da população nas ações de controle à doença e no atendimento dos profissionais de saúde nas casas para fazerem o trabalho preventivo.
“Em vista da chegada dos meses mais chuvosos do ano, é importante intensificar o trabalho educativo com a população, como a realização de palestras preventivas no setor público, que já vem sendo programado por cada secretaria municipal para ocorrer em breve”, complementou a representante da Sucen.
Segundo Juliana, ainda há resistência por parte da população em receber os profissionais na maioria dos bairros. “Felizmente, são menos pessoas, mas é essencial que os munícipes façam a sua parte e respeitem o trabalho dos profissionais de saúde. A facilidade em adentrar aos imóveis é o que garante a excelência do nosso trabalho”, enfatizou.
“Os agentes de saúde usam uniforme e crachá, e seus supervisores estão juntos durante a visita aos bairros. O trabalho continua. A prevenção é a melhor arma de combate”, sustentou a coordenadora.
Mesmo com a queda do número de casos de dengue, outro ponto que continua preocupando Juliana é o descarte de lixo, o qual, segunda ela, continua sendo feito de forma irregular.
“É preciso que haja cidadania entre as pessoas. Em breve, viveremos o período de chuvas, fator que ajuda a disseminar o vírus, e parte da população continua sujando as ruas, que antes foram limpas. Novamente, vemos que estão cheias de lixos, como sofás, armários, recipientes cheios de água, dentre outros. Isso dificulta o nosso trabalho”, pontuou.
Mais uma vez, ela destacou o papel dos ecopontos: “Trata-se de uma alternativa excelente ao morador para que descarte de forma correta seus lixos sem prejudicar o meio ambiente e as pessoas da cidade”.
A coordenadora lembrou, também, que o descarte irregular de resíduos é considerado infração, de acordo com o decreto municipal 12.083, de 18 de outubro de 2011, e com a lei municipal 1.278, de 12 de julho de 1976. O valor da multa varia de R$ 639,40 a R$ 1.278,80.
“Para que os números de infectados permaneçam em queda, a população precisa manter os cuidados com a limpeza dos quintais, não deixando as larvas do mosquito Aedes aegypti se proliferarem. O verão será chuvoso. Não é hora de relaxar”, finalizou Juliana.
Outras medidas importantes e que podem ajudar são usar repelente diariamente e instalar inseticidas domésticos e mosquiteiros nas janelas.
As denúncias podem ser esclarecidas e/ou informadas à Ouvidoria Municipal. O atendimento pode ser presencial (à rua João Ortiz de Camargo, 594, centro, antiga sede da Secretaria de Saúde), de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h; pelos telefones (15) 3251-3576 e 0800-770-0665; ou ainda pelo www.tatui.eouve.com.br.