Alergia (atopia) – parte 1

Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34.708 *

A alergia é uma reação indesejável do organismo ao entrar em contato com antígenos (alérgenos), que são substâncias normalmente inofensivas encontradas em diversos ambientes. Alérgenos são as substâncias que provocam as reações alérgicas no indivíduo. Exemplos: ácaros, mofo, poeira domiciliar, pelos, escamas etc.

A incidência das doenças alérgicas tem aumentado muito ultimamente. Estudos mostram que, nas últimas três décadas, ou seja, dos anos 70 até agora, triplicou o número de pessoas com algum tipo de alergia. Atualmente, 30% a 40% das pessoas sofrem de rinite alérgica.

Alergias mais comuns

Rinite: entre as alergias, a rinite é a mais frequente, sendo que em algumas regiões do Brasil chega a acometer até 40% da população. Os sintomas da rinite surgem no período da infância ou no começo da idade adulta.

É uma inflamação na parte interna do nariz e manifesta-se com coceira nasal e no “céu” da boca, crises de espirros “em salva”, coriza, na maior parte de grande intensidade e entupimento nasal. É um quadro como se estivesse com constante “resfriado” ou “gripe”.

A rinite apresenta tendência familiar com uma maior prevalência entre os filhos de pais alérgicos. Mas mesmo pais não alérgicos têm 15% de chance de ter um filho alérgico. Por isso, é muito importante tratar a alergia com muita consciência e seriedade, por ela interferir na qualidade de vida do ser humano.

Asma: é reconhecida pela dificuldade de o indivíduo respirar, mais precisamente de eliminar o ar dos pulmões (na expiração). As crises são desencadeadas frequentemente por substâncias inalantes da poeira que se encontra em casa, contendo ácaros, mofo, escamas e pelos de animais.

Os sintomas mais comuns são tosse constante, falta de ar e chiado no peito. A maioria das pessoas portadoras de asma brônquica têm problemas alérgicos.

Nesses casos, a participação dos pais na identificação dos alérgenos é fundamental, pois, além de se evitar o contato da criança com este ou aquele elemento alérgeno, possibilita ao médico maior segurança na administração de um tratamento dessensibilizante, se for o caso.

Dermatite atópica: também conhecida como eczema atópico, é uma doença crônica. Na grande maioria das vezes, tem início precoce, geralmente no primeiro ano de vida, e surge na parte interna dos cotovelos, no pescoço, tornozelos, punhos, dorso das mãos e na parte posterior dos joelhos.

É caracterizada por apresentar pequenas lesões avermelhadas, ressecadas e com coceira intensa na pele. A causa exata da dermatite atópica ainda é desconhecida, tendo sempre associado um caráter hereditário.

Sinusite: há vários sintomas que caracterizam esta alergia. São eles: obstrução nasal, dor de cabeça, sensação de peso na face, febre, hálito e gosto ruim na boca, tosse (noturna) e coriza amarela ou esverdeada.

As 3 doenças: asma, rinite alérgica e dermatite atópica são conhecidas como as doenças atópicas ou a tríade atópica. Alergia a picadas de insetos: algumas crianças apresentam hipersensibilidade alérgica a saliva de insetos, que causam uma lesão típica na pele ao serem picadas – uma pápula avermelhada com coceira intensa, às vezes. É também chamada de estrófulo.

Deve-se tomar cuidado com picadas de Hymenopteras (abelhas e vespas), que são muito venenosas e podem provocar reação de hipersensibilidade imediata; em situações graves, comprometer as vias aéreas e levar à morte por choque anafilático (edema de glote).

Alergia alimentar: leite de vaca e as três proteínas do leite de vaca (lactoalbumina, betalactoglobulina e caseína), ovos, peixes, trigo, soja, camarão, tomate, amendoim, glúten, trigo, cacau e algumas frutas cítricas são os alimentos mais comuns que podem provocar alergia nas crianças. Os sintomas mais comuns são vômitos, dores de estômago, diarréia e urticária. Urticária: causa uma reação na pele que é vista pelo aparecimento de “placas” proeminentes na pele. Intensa coceira na maioria das vezes, com períodos de exacerbação ou desaparecimento em poucas horas ou dias.

Continua na próxima semana. Fonte: arquivos do autor e sites na Internet.

* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico da Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac – “Dr. Jorge Sidnei” e médico vacinador desde 1982.