Luiz Eduardo Filizzola D’Urso *
A cada dia que assistimos e participamos da luta pela mitigação das mudanças climáticas no Brasil, infelizmente só aumentam as dificuldades. Isto pode ser constatado por todos os brasileiros que testemunharam as consequências destas mudanças, diante das chuvas torrenciais que devastaram parte do estado de Pernambuco, causando desabamentos, mortes, desaparecimentos e muitos deslocamentos de terra, obrigando os moradores a se mudarem às pressas, pois suas habitações foram comprometidas, trazendo riscos às pessoas em suas residências. Preocupante também é o risco de rompimento das barragens, que atingiram sua capacidade máxima.
Segundo um dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), isto que aconteceu em Pernambuco, e se repete em diversos lugares do mundo, é somente uma pequena amostra do que ainda está por vir, pois as temperaturas da terra só tendem a aumentar e, em decorrência deste aumento, tais desastres se tornarão cada vez mais comuns e recorrentes.
O quadro geral é preocupante e representa um gigantesco desafio para a humanidade, mas existem soluções, inclusive uma delas considerada barata, é bastante conhecida e com grande escalabilidade pela sua condição natural, trata-se do plantio de árvores.
A árvore detém uma complexidade e uma estrutura, incluindo a fotossíntese, que não foi desenvolvida pelo ser humano. Ela é resultado da própria natureza, feita do material mais sustentável e com 100% de suas peças reutilizáveis.
A árvore não utiliza baterias e já foi testada e aprovada por todos os seres vivos. A boa notícia é que esta estrutura está pronta para uso, não precisa ser atualizada e tampouco necessita de conserto, realiza tudo sozinha, o que é extraordinário.
Enquanto muitos procuram inventar soluções inovadoras e mirabolantes para resolver o problema das mudanças climáticas, alguns, mais atentos e conectados à natureza, olham para os pés e observam que o planeta terra nos entregou de presente e percebem que algumas soluções, como a árvore, são simples, carecendo apenas, certas vezes, de cuidados humanos.
Plantar uma semente é rápido, fácil e sem nenhuma contraindicação. Importante destacar que a árvore, então, por si mesma se reproduz e se prolifera no meio ambiente, facilitando ainda mais a ação humana.
Os benefícios da árvore são incontáveis e vão muito além de exclusivamente capturar dióxido de carbono (CO²), principal componente na atmosfera que agrava o aquecimento global.
A árvore diminui a temperatura da terra, oportuniza novos habitats para os seres vivos em geral, aumenta a absorção da água da chuva, entre outras infindáveis qualidades.
A situação das mudanças climáticas é tão crítica para os seres humanos, que já resultou na origem de Refugiados Climáticos, iniciou-se pelo famoso caso de Ioane Teitiota, que foi reconhecido, em 2020, como o primeiro Refugiado Climático pela Organização das Nações Unidas (ONU), trazendo um alerta a todos os países, inclusive que se prepararem para receber, nos próximos anos, um grande número destes refugiados.
Por fim, é sempre bom lembrar que a solução trazida pelo plantio das árvores é somente uma dentre muitas, pois, além desta ação, são necessárias diversas outras iniciativas para combater o terrível aquecimento global e as suas consequências devastadoras para a humanidade. Como podemos ver de perto, mais uma vez, no caso de Pernambuco, a natureza deixa um importante alerta não só para o Brasil, mas para todo o mundo.
*Luiz Eduardo Filizzola D’Urso – Acadêmico de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Conselheiro Titular do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura da Paz da Subprefeitura da Sé na cidade de São Paulo (CADES Sé/SP)