Da redação
Na manhã deste sábado, 14, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) procurou a reportagem do jornal O Progresso de Tatuí para negar a contaminação da água fornecida pela empresa na cidade.
O suposto problema havia sido divulgado pelo site Repórter Brasil e foi repercutido pela reportagem de O Progresso de Tatuí na edição deste final de semana.
O site embasa a reportagem com dados do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) e sustenta que a Sabesp teria omitido problemas encontrados na qualidade da água nos últimos anos.
As informações fazem parte do “Mapa da Água”, ferramenta de informação de dados que permite consultar substâncias acima do limite em cada cidade do país. Alguns desses elementos, químicos e radioativos, podem oferecer risco à saúde.
A reportagem do jornal buscou contato com a Sabesp local e foi orientada a encaminhar as questões por e-mail, mas, até o fechamento da edição de final de semana (sexta-feira, 17h), não havia obtido retorno.
Já na manhã deste sábado, a Sabesp, por meio de sua assessoria, entrou em contato com a reportagem e declarou que o e-mail não fora visto e, consequentemente, deixara de ser respondido em tempo porque teria permanecido como “spam” entre as mensagens enviadas à companhia.
A seguir, a resposta na íntegra:
“A Sabesp esclarece que estão incorretas as informações na reportagem ‘Sabesp omite testes que apontam contaminação de água em 132 cidades’ (9/5). A água fornecida pela Companhia não está contaminada e não é verdade que a Empresa não divulga os testes referentes ao controle realizado. Todas as informações são disponibilizadas de forma totalmente transparente no Siságua (banco de dados nacional e público), como prevê a legislação e como mostra o acesso realizado pela reportagem. A própria existência de resultados anômalos nesse banco confirma que a Sabesp não omite nenhum dado obtido. Os dados que são base dessa matéria estão publicados no site do VigiÁgua do Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/se/demas/situacao-de-saude/vigiagua.
A Companhia ratifica a informação, como já esclarecido à ONG Repórter Brasil em diversas ocasiões, que a água fornecida atende aos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde (Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5, alterado pelas Portarias GM/MS nº 888/21 e nº 2472/21). Também já foi informado anteriormente que a legislação prevê que o padrão de potabilidade deve ser analisado ‘em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água’ e não de forma pontual” (§5º do art.44 da Portaria de Potabilidade). O histórico das medições aponta a conformidade com os padrões de potabilidade e a qualidade da água fornecida pela Sabesp.
A presença de eventuais não conformidades detectadas pela Companhia é corrigida imediatamente, dada a seriedade e transparência com que trata o assunto, pois a Sabesp realiza o monitoramento permanente da qualidade da água produzida e distribuída à população. A reportagem, de forma incorreta, considera apenas os resultados pontuais, descartando o que prevê a legislação brasileira.
A conclusão de que também existem problemas de saúde na água distribuída é amplamente rebatida pelas respostas da Sabesp, do Ministério da Saúde e da Prefeitura. Apesar da publicação dessas respostas em link separada do texto principal, elas foram ignoradas pela reportagem nas suas conclusões. Por exemplo: a questão de considerar o histórico de resultados, essa uma definição do próprio Ministério da Saúde através da Portaria de Potabilidade vigente desde 2011. A reportagem, de forma incorreta, insiste em considerar resultados pontuais como evidência e ‘água contaminada’ em total desacordo com a legislação.
A Coordenadoria de Vigilância Sanitária se manifestou a respeito do tema através do COMUNICADO CVS-SAMA n° 04/2022, de 22/03/2022 (http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Comunicado%20CVS%20Sama%2004-2022_22.3.22%20A.Potavel.pdf).
Novamente, a Sabesp reafirma sua transparência e a qualidade da água fornecida. Todos os resultados são divulgados e estão disponíveis para consulta pública e para os órgãos de fiscalização, que são capacitados tecnicamente para essa função. Não existe risco à saúde na água distribuída pela Sabesp, e isso pode ser confirmado pelos órgãos de saúde que fazem a fiscalização constante da água distribuída pela Companhia”, concluiu a empresa.