Da reportagem
O Departamento da Pessoa com Deficiência de Tatuí anunciou, neste mês, que está passando por reestruturação e tem diversos projetos em andamento objetivando inclusão e garantia dos diretos das pessoas com deficiência.
De acordo com o diretor do departamento, Rodnei Rocha, a principal mudança é na área administrativa. O órgão, antes pertencente à Secretaria de Educação, agora faz parte da Secretaria de Direitos Humanos, Família e Cidadania.
A pasta tem como gestora a empresária Elaine Leite de Camargo Miranda e foi criada no final de janeiro deste ano para oferecer serviços voltados à população em situação de vulnerabilidade.
Nesta reestruturação, o órgão vai contar com diretor estratégico, coordenador técnico, assistente social e novos estagiários. Além disso, a nova secretaria municipal está sendo estruturada com profissionais especializados no atendimento da pessoa com deficiência.
Uma das profissionais em atuação na pasta é a jovem Marina Magnoni Oliveira, formada em gestão empresarial e gestão de tecnologia da informação, pela Fatec de Tatuí. A contratação dela foi divulgada, no final de fevereiro, pelo prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior.
Conforme o prefeito, Marina, que tem paralisia cerebral “é um exemplo de superação”, irá integrar o quadro de servidores da prefeitura de Tatuí, em cargo comissionado, trabalhando na elaboração de projetos junto ao Departamento da Pessoa com Deficiência.
A profissional é presidente do CMDPD (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e, em 2016, inspirou e participou da criação do software de comunicação denominado “Projeto Marina”, que se tornou um dos vencedores da 10ª Feeteps (Feira Tecnológica do Estado de São Paulo) no mesmo ano.
O projeto foi desenvolvido no decorrer do segundo semestre de 2015 por três alunos da Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”. Participaram da “confecção”: José Felipe Brito de Medeiros Vieira, Tiago Antonio Rodrigues da Cruz e Tiago Aparecido de Souza.
A feira tecnológica recebeu a inscrição de 1.047 projetos, oriundos de alunos de Etecs (escolas técnicas) e Fatecs, dos quais 210 foram selecionados e apenas 15 receberam a premiação de vencedores – um em cada categoria.
Na ocasião, com projetos de diferentes áreas do conhecimento, a banca julgadora classificou o software de comunicação “Projeto Marina”, desenvolvido pelos alunos da Fatec Tatuí, como “o mais importante trabalho proposto para a área de informática e ciências da computação de 2016”.
Marina também já foi estagiária na Secretaria de Educação. O prefeito, que na época ocupava a titularidade de secretário da pasta, conta que, nos serviços diários, Marina planilhava toda a documentação referente ao convênio com o Instituto Ayrton Senna.
“Marina tem currículo para desenvolver um grande trabalho. É um exemplo de vida, e estamos muito orgulhosos de ela ter aceitado mais esse desafio”, declarou o prefeito, em nota à imprensa.
Na apresentação da Marina, esteve presente o pai dela, Volney Oliveira; a secretária dos Direitos Humanos, Família e Cidadania e o diretor do Departamento da Pessoa com Deficiência.
Rocha apontou que a prefeitura, “com a sensibilidade do prefeito”, é uma das primeiras repartições públicas a praticar a inclusão de pessoas portadoras de deficiência nos quadros administrativos e está “dando exemplo de inclusão”.
“Nós, do departamento, vivemos cobrando das empresas para que elas cumpram as leis de cotas e deem oportunidade para as pessoas com deficiência, mas, muitas vezes, não fazíamos este ‘dever de casa’. Então, agora, por meio do prefeito, estamos dando este exemplo”, ressaltou o diretor.
Rocha ainda apontou que, já no começo do ano, o prefeito assinou um termo de cooperação técnica com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), visando a promover uma “política pública de inclusão”.
De acordo com ele, o convênio é “algo inédito na região” e vai permitir que alunos da Apae possam estagiar na prefeitura em diversos setores.
O primeiro a estagiar neste modelo é Matheus Xavier de Lima. Os alunos podem estagiar de quatro a seis horas por dia (a opção é do estudante), sendo remunerados como os demais estagiários conveniados com o CIEE e a prefeitura.
Segundo Cardoso Júnior, Matheus prestará serviços no “Posso Ajudar?”, com supervisão, dentro do paço municipal. O prefeito ainda comentou que o objetivo é, dentro de alguns meses, ter cerca de dez a 15 estagiários com vínculo à Apae nos órgãos da prefeitura, cabendo à instituição indicá-los, seguindo critérios técnicos e baseados no termo de cooperação assinado.
“Promover a inclusão do meio ambiente de trabalho é um dos objetivos do departamento. Estamos muito felizes com o avanço que estamos tendo neste sentido, e vamos continuar buscando mais programas como este”, declarou o diretor.