Da reportagem
Principal base de sustentação econômica do Brasil frente à crise mundial em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o agronegócio tem seu desempenho positivo graças à produção da soja. Uma planta que, até a década de 1950, não era conhecida dos produtores e explorada comercialmente.
Embora ninguém falasse ou conhecesse o grão, uma aposta em Tatuí ajudou a projetá-lo. “Pouca gente sabe, mas meu pai foi quem, através de pesquisa científica, ajudou a disseminar a cultura que hoje é o carro-chefe da exportação brasileira”, revela o engenheiro agrônomo Armando Pettinelli Júnior.
O pai dele, o também engenheiro agrônomo Armando Pettinelli, foi quem desenvolveu na então Estação Experimental os primeiros estudos que possibilitaram a diversificação do uso da soja e o desenvolvimento de linhagens produtivas.
“Há bem pouco tempo, ninguém dava valor para a soja. Ninguém falava, ou conhecia. Mas meu pai, com um médico tatuiano, contribuiu para isso. Tudo isso que estamos vendo no cenário atual é fruto do poder da pesquisa científica”, enfatiza.
O médico em questão é o tatuiano Almiro dos Reis, que atuava como pediatra e havia se juntado a Pettinelli para analisar o valor nutritivo do grão. “Eles foram os pioneiros em fazer leite de soja e levar para as escolas”, diz Júnior.
Os resultados dos estudos permitiram a disseminação do uso da soja, que passou a ser utilizada na alimentação escolar. A iniciativa é uma das centenas de trabalhos desenvolvidos pelo engenheiro agrônomo ao longo da carreira.