Da reportagem
O primeiro bebê do ano nasceu em Tatuí à 0h57 do dia 1º, de parto cesariana na Maternidade “Maria Odete Azevedo”, da Santa Casa de Misericórdia. Filho de Sabrina Santos Oliveira Cardoso e Fernando Oliveira Teles, o pequeno Arthur de Oliveira Cardoso veio ao mundo “mais ou menos” na data esperada pelos pais – o parto era aguardado para o dia 7, mas ele já deixou a ala hospitalar na manhã de quarta-feira, 5.
A mãe conta a O Progresso de Tatuí que ficou apreensiva. Segundo Sabrina, Arthur nasceu saudável, mas foi diagnosticado com icterícia, o popular “amarelão”.
A icterícia é um fenômeno em que o recém-nascido apresenta coloração amarelada na pele e mucosas (a parte branca dos olhos e o céu da boca, respectivamente), daí o apelido.
Segundo o Ministério da Saúde, o quadro acontece devido à imaturidade do fígado do neonato para metabolizar a bilirrubina, um composto formado a partir da destruição dos glóbulos vermelhos velhos ou defeituosos do organismo.
A icterícia se manifesta por causa da destruição de glóbulos vermelhos no corpo, que resulta na formação da bilirrubina e porque a produção dela é de duas a três vezes maior nos neonatos do que nos adultos.
Crianças produzem mais células sanguíneas e registram, também, mais morte desse mesmo tipo de célula. O pigmento amarelado é, então, metabolizado pelo fígado do recém-nascido. A bilirrubina em excesso acumula-se nos tecidos, amarelando a pele do bebê.
Arthur recebeu acompanhamento no hospital e a indicação de permanecer internado até que os exames confirmassem a diminuição da pigmentação.
“Fiquei bastante nervosa, porque estava sozinha”, conta Sabrina. A mãe recebeu alta na segunda-feira, 3, mas permaneceu na maternidade até a liberação de Arthur. O pai não pôde acompanhar a evolução do quadro, pois precisou retornar ao trabalho. O menino nasceu pesando 3,20 quilos e medindo 49 centímetros.
Sabrina é “mãe de primeira viagem” e entrou em trabalho de parto por volta das 23h do dia 31 de dezembro de 2021. Como a bolsa havia rompido, correu para o hospital.
Lá, foi internada e encaminhada para a cesariana. “Eu queria parto normal, mas a médica falou que seria uma intervenção de risco, porque eu já havia perdido um pouco de líquido (amniótico)”, descreve.
A mãe estava prestes a dar à luz, com 40 semanas e três dias. O prazo, conforme ela, para agendamento do parto é de 41 semanas – que completariam os nove meses. “Eu já havia planejado tudo. Até o nome tinha escolhido”, conta.
Além do carinho da mãe, ao sair do hospital, Arthur ganhou dois enxovais. Um da tia, irmã do marido de Sabrina, e outro entregue pela empresária Jaqueline Miranda Silva, proprietária das lojas Tatuí Elegante.
A doação é tradição da família dela, tendo sido iniciada pelo pai, Neftali Miranda (fundador da loja), sendo continuada pelo filho, o também empresário James Bartolone Miranda, que repassou o bastão para Jaqueline no ano de 2010.
A doação aconteceu na residência da mãe, na vila Angélica, com a presença da gerente Sueli Aparecida da Silva Velozo. Ela explica que o enxoval é composto por 40 peças. “Tem conjuntinho de frio, de calor. Itens básicos para a criança”, enumera.
A Tatuí Elegante fornece as peças em tamanhos variados aos bebês. “Elas são selecionadas para proporcionar conforto e atender a todas as necessidades da criança. Por isso, nós incluímos itens que podem ser usados por muito tempo, já que os bebês crescem rápido”, completa Jaqueline. Para Arthur, ela selecionou, com ajuda das funcionárias das lojas, todos os itens na cor azul.
Na cidade, a tradição completou 34 anos em 2022, sendo 14 deles a cargo da empresária.
“A entrega é sempre motivo de muita alegria, de muita emoção, mas este ano ficou mais especial, devido a tudo o que aconteceu, às dificuldades, às perdas que nós todos enfrentamos. Então, o nascimento de uma criança tem um significado de vida, de renascimento, de esperança”, diz Jaqueline.
De acordo com ela, a mensagem da Tatuí Elegante é de que a vida precisa ser comemorada, pois está sempre em transformação. “Ao mesmo tempo em que uns partem, outros estão chegando. Então, para quem perdeu alguém, fica a reflexão de que há renovação e o futuro está na nova geração. E o nosso papel, enquanto empresa e cidadãos, é de educar e cuidar”, finaliza.