Da reportagem
A variante ômicron da Covid-19 adiou a oportunidade dos tatuianos Henrique Rodrigues Soares e Riyan Rodrigues Cabral Antunes, o Alemão (ambos de apenas nove anos), de defenderem uma equipe brasileira na 9ª Copa do Mundo de Futsal, em Blanes, na Espanha, neste fim de ano.
Conforme a programação inicial, a dupla, acompanhada dos respectivos responsáveis, embarcaria no voo de São Paulo a Barcelona neste dia 25 de dezembro e se apresentaria junto ao elenco da Sports & CIA no dia seguinte. Os jogos aconteceriam entre 27 e 30 de dezembro.
Entretanto, devido ao risco de propagação da nova variante, o governo espanhol restringiu ainda mais as regras para a entrada no país, a partir de 29 de novembro. Entre as restrições, está a obrigação de quarentena de 14 dias para pessoas com exames positivos e contatos próximos, o que impossibilitaria a participação na competição.
Diante deste cenário, os organizadores decidiram pelo adiamento do torneio mundial. Cléber Silva, pai de Alemão, informou ao jornal O Progresso de Tatuí que a competição pode ser mantida na Espanha e disputada em dezembro do próximo ano ou ser realizada no Walt Disney World Resort, em Orlando, na Flórida (EUA), em julho de 2022, mas ainda não há definição.
Além de Alemão, a treinadora Fernanda Grande (comandante das categorias juvenis do Palmeiras) também selecionou o tatuiano Soares para formar “a equipe com alguns dos melhores jogadores do estado de São Paulo” para disputar o torneio mundial.
Francismara Rodrigues Soares, mãe de Henrique, conta que soube do processo seletivo ao elenco da Sports & CIA através de uma publicação de Fernanda nas redes sociais. Após a inscrição, o tatuiano (que completou nove anos em 8 de dezembro) passou por uma avaliação em São Paulo.
“Ele foi avaliado pela equipe da competição, que também buscou informações com os técnicos dos times em que o Henrique faz parte. Após alguns dias, recebemos a notícia de que ele tinha sido convocado para disputar o mundial”, relembra Francismara.
Ela brinca que Henrique “já nasceu jogando bola”, assim como o pai, Jonas Soares, que tentou ser atleta profissional e diz não ter recebido apoio na época.
“É uma criança que nunca teve outro brinquedo que não fosse bola, até hoje. Os presentes pedidos por ele são sempre relacionados a futebol, seja um uniforme, uma caneleira ou uma chuteira”, revela a mãe.
Francismara conta que o filho começou a treinar na Associação Atlética XI de Agosto aos cinco anos e, apesar da idade, disputou o Campeonato da TVI na categoria sub-8.
Em 2018, Henrique ficou um ano sendo avaliado no Santos Futebol Clube, no entanto, no ano seguinte, foi aprovado em uma das seletivas do Magnus Futsal, de Sorocaba. “Como ele passou na seletiva do Magnus, optamos em ficar em Sorocaba, por questões financeiras e de logística”, comenta.
Atualmente, Henrique atua como fixo nos times de futsal do XI de Agosto, Caas Futmax Sorocaba e Magnus Futsal, além de ser volante do Bom de Bola no futebol de campo.
Segundo ela, o filho costuma ser o capitão dos times que defende. “Ele é um atleta de muita garra e determinação, tem um chute muito forte e é o homem da bola parada”, garante a mãe.
Por atuar nas mesmas posições que o pai, no futebol de campo, Henrique admira os volantes Arthur, da Juventus, da Itália, e o alemão Toni Kroos, do Real Madrid, da Espanha.
No futsal, o tatuiano é fã de Xuxa, do Joinville (SC), Churrasco, do Foz Cataratas (PR) e Marinho e Rodrigo, do Magnus Futsal, mantendo contato direto com os jogadores.
Em relação a ter de aguardar de seis a 12 meses para disputar o mundial, Francismara afirma que Henrique já havia tirado o passaporte e estava contando os dias para a viagem.
No entanto, ela conta que já estava em alerta quando começaram as notícias da nova onda da Covid-19 na Europa. “Entendemos que Deus está no controle de todas as coisas e que a vontade dEle é perfeita”, declarou.
Enquanto não há definição da nova data da competição, Henrique continua realizando treinamentos particulares com um profissional especializado, além de contar com apoio de uma academia local nas preparações.
“Ele não vê a hora de poder embarcar e fazer o que mais gosta. Afinal, ser jogador de futebol é o alvo dele. Nós, como pais, faremos o impossível para que esse sonho seja realizado”, finaliza a mãe do atleta.