Da Agência Temma
Diferente da primeira onda do coronavírus, o Brasil está vivendo o pior cenário da pandemia nesta segunda onda. A princípio, os idosos e pessoas com comorbidade eram os que mereciam mais atenção justamente pelas circunstâncias que envolvem idade e problemas de saúde como baixa imunidade, doenças respiratórias e obesidade.
Hoje, passado um ano de pandemia, o vírus tem atacado, na mesma velocidade, crianças e adolescentes com idade até 15 anos. “A incidência de Covid-19 entre menores de 15 anos tem aumentado drasticamente”, adverte Lothar Wieler, presidente do Instituto Robert Koch (RKI).
De acordo com o instituto, há indícios de que a variante B117 do coronavírus, originária do Reino Unido, é mais transmissível e desempenha um papel importante no aumento de surtos entre as crianças.
No Brasil, desde o início da pandemia até o dia 8 de março deste ano, cerca de 780 crianças com idade até 12 anos morreram da doença no país. De acordo com o DataSUS, nesse mesmo período, aproximadamente 11.630 pacientes, da mesma faixa etária, precisaram se internar para tratar a doença.Deste número, uma a cada quatro crianças precisou ir para UTI (unidade de terapia intensiva).
A necessidade de uma atenção maior para este cenário se intensifica quando vimos que, deste total, 24% das mortes e 22% das internações aconteceram apenas no primeiro trimestre de 2021. Apenas nos últimos três meses, foram 166 mortes de crianças em todo o país.
Imagine! Se esses números têm aumentado em um momento que o país ainda mantém isolamento social, o que esperar quando ocorrer a reabertura das escolas e creches?
Preocupada desde o início da pandemia, Fernanda Checchinato, CEO da AYA Tech, que é mãe de uma menina de oito anos, passou a pesquisar e fazer testes para a criação de produtos que pudessem ajudar os pais a manter o vírus longe dos pequenos, assim ela criou um dos vários produtos que a empresa desenvolve para o combate da Covid-19, o “supersabonete”.
“O que eu fiz foi desenvolver uma fórmula de sabão que não agredisse a pele, que realmente lavasse a sujeira do corpo, porque esse é o objetivo de um sabonete, que tivesse perfume agradável e que fosse bactericida. Então, para dar o efeito de assepsia, adicionei a clorexidina”, explica a engenheira química.
Segundo a especialista, a diferença entre o “supersabonete” e os demais do mercado é o princípio ativo clorexidina. “O ativo utilizado na composição do ‘supersabonete’ é bastante conhecido e utilizado na área hospitalar. A clorexidina tem uma ação residual que permite que a proteção antiviral e bactericida dure mais tempo”, explica Fernanda.
Outro diferencial do “supersabonete” é que ele tem uma coloração verde que permite visualizar áreas da pele que, por alguma razão, não foram devidamente lavadas. Assim, os pais conseguem ter um controle maior da assepsia.
Além disso, o ativo permite que qualquer micro-organismo que esteja no ar, ao encostar na área tratada com o produto, morra, seja bactéria, fungo ou vírus, evitando a contaminação hospitalar. É um mecanismo do próprio ativo, por isso a eficácia contra o coronavírus.
A startup também desenvolveu outros produtos que ajudam a combater a Covid-19, como o spray Microbac, que, em princípio, foi criado para impedir o desenvolvimento de fungos e bactérias em tecidos e ajudar pessoas alérgicas, acabou também se mostrando útil contra o coronavírus, assim é utilizado para higienizar as máscaras de pano.
Quando aplicado na roupa, especialmente na máscara, ainda que a pessoa entre em contato com bactérias e vírus, os tecidos não vão se contaminar, é o que explica a engenheira.
“Isso porque o spray tem uma substância química que cria uma camada de milhões de nanopartículas desinfetantes. Quando os microrganismos encostam no tecido, eles morrem, ficam inativos”.
Segundo Fernanda Checchinato, o spray elimina 99% das bactérias e vírus e a proteção pode durar até dois meses, se a peça não for lavada.
Como cuidar dos pequenos
- Lavar bem as mãos com frequência, usando água e sabão;
- Limpar e lavar brinquedos, incluindo bichinhos de pelúcia, conforme orientação do fabricante;
- Usar máscara de proteção (crianças maiores de dois anos também devem fazer uso de máscaras ao sair de casa);
- Fazer uso de produtos que ajudem na assepsia como, por exemplo: álcool em gel e spray antibactericidas;
- Limpar as superfícies e objetos de uso comum da casa como, por exemplo: maçanetas, mesas, controle remoto e interruptores etc.);
- Evitar locais como parques, shoppings e cinemas, onde há muita gente;
Importante: crianças menores de dois anos, o uso de máscaras não é recomendado porque existe o risco de asfixia.