Em 15 de outubro de 1827, D. Pedro I, imperador do Brasil, baixou um decreto que criou o “Ensino Elementar” no Brasil e dizia que todas as cidades deveriam ter escolas com esse tipo de ensino.
Este decreto também falava sobre as matérias básicas, sobre como os professores deveriam ser remunerados e sua importância para o desenvolvimento do país.
Se esse decreto tivesse sido cumprido na sua essência até os dias atuais, o professor seria muito mais valorizado, respeitado, e ser um professor seria um grande motivo de orgulho, como deveria ser.
Enfim, gostaria de fazer uma homenagem a todos os professores e escolhi uma historinha bem humorada, de um autor desconhecido, que mostra como seria o “Sermão da Montanha” em uma versão brasileira bem atual.
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e pediu aos seus discípulos que se aproximassem. Ele os preparava para serem os futuros educadores, capazes de transmitir a boa-nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
“Em verdade, vos digo: felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles…”
Pedro o interrompeu: “Mestre, vamos ter que saber isso de cor?”.
André perguntou: “É para copiar?”.
Felipe lamentou: “Esqueci meu papiro!”.
Bartolomeu quis saber: “Vai cair na prova?”.
João levantou a mão: “Posso ir ao banheiro?”.
Judas Iscariotes resmungou: “O que a gente vai ganhar com isso?”.
Judas Tadeu defendeu-se: “Foi o outro Judas que perguntou”.
Tomé questionou: “Tem uma fórmula para provar que isso está certo?”.
Tiago Maior indagou: “Vai valer nota?”.
Tiago Menor reclamou: “Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente”.
Simão Zelote gritou nervoso: “Mas por que não dá logo a resposta e pronto?”.
Mateus queixou-se: “Eu não entendi nada! Ninguém entendeu nada!”
Um dos fariseus, que nunca tinha ensinado nada a ninguém, perguntou a Jesus: “Isso é uma aula? Onde está seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?”.
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus: “Exijo a aprovação da maioria da turma, para que os índices de aprovação comprovem os resultados de nosso ensino de qualidade”.
E foi nesse momento que Jesus disse: “Pai, por que me abandonastes?”
* Colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: “As Sete Portas”, “Ariane”, “A Palavra Perdida” e o mais recente “A Tumba do Apóstolo” (www.facebook.com/celio.pezza).