Da reportagem
O vice-prefeito de Tatuí e secretário da Educação, professor Miguel Lopes Cardoso Júnior, esteve em Sorocaba, na terça-feira, 13, oficializando a participação do município no programa de educação paralímpica do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com o Conselho Regional de Educação Física da 4ª Região (CREF4/SP).
De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, a iniciativa prevê a capacitação de professores da rede municipal de ensino, particularmente de educação física, para ampliar a inclusão dos estudantes nas atividades esportivas.
Além do vice-prefeito de Tatuí, estiveram na cerimônia o vice-prefeito de Sorocaba, Fernando Martins; o vice-prefeito de Araçoiaba da Serra, Adilson Domingues; o secretário dos Esportes de Salto de Pirapora, Doni Júnior; e o coordenador do programa “Educação Paralímpica”, David Farias Costa.
A parceria entre a prefeitura de Tatuí e o comitê foi iniciada no dia 24 de junho deste ano, pelo secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, em solenidade na cidade de Itapetininga, que reuniu 25 municípios da região, além do presidente do CPB, Mizael Conrado de Oliveira.
A entrega do convênio em Sorocaba foi o segundo passo para mostrar o interesse do município em oferecer a capacitação aos professores. Conforme Cardoso, agora, resta ao CPB assinar o documento para oficializar a parceria, para, enfim, a capacitação ter início em Tatuí.
“Quero ressaltar a importância deste programa para Tatuí, que estará capacitando nossos professores de educação física para que eles possam estar preparados para atender todas as crianças e jovens com deficiência, tornando nosso ensino inclusivo em todas as áreas de formação”, afirmou o secretário municipal da Educação.
Todos os cursos são organizados pela Academia Paralímpica Brasileira (APB), lançada em 2010 pelo CPB. A APB tem como finalidade a formação, capacitação e atualização de profissionais para atuarem nas diversas áreas do esporte paralímpico, como gestão esportiva, comunicação e marketing, classificação funcional, arbitragem, treinamentos e outras áreas de interesse.
Há ainda um setor da APB responsável pela coordenação, elaboração e execução dos programas e projetos na área de ciência e tecnologia.
A previsão do comitê é capacitar cem mil professores para o esporte paralímpico até 2025. Atualmente, já estão habilitados 30 mil. Todos os cursos vinculados à instituição são de graça.
De acordo com Vade Manoel Ferreira, membro do CMDPD (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e esportista da modalidade atletismo ACD (atleta com deficiência), a qualificação dos profissionais é muito importante para o futuro da pessoa com deficiência dentro do esporte tatuiano.
A O Progresso, Ferreira apontou a falta de capacitação dos profissionais em trabalhar com pessoas com deficiência como um fator responsável pelo baixo número de atletas que representam o município em competições da categoria ACD.
“Quando o educador físico faz a faculdade, em geral, ele aprende a trabalhar com pessoas sem nenhum tipo de deficiência e, quando ele recebe demandas relacionadas às pessoas com deficiência, às vezes, surgem dúvidas de trabalhar ou desenvolver o atleta”, observou o esportista.
Segundo ele, ter profissional capacitado para entender a forma de trabalhar e o desenvolvimento da pessoa com deficiência “pode fazer com que os atletas que já fazem parte de equipes melhorem o rendimento e ainda pode despertar o interesse de outras pessoas para praticarem o esporte”.
“Esta qualificação é muito importante para o futuro da pessoa com deficiência dentro do esporte na nossa cidade. Até porque, geralmente, as pessoas com deficiência são aquelas que mais trazem medalhas em jogos regionais e em jogos abertos, mas também é um público que precisa de uma atenção diferenciada”, concluiu o esportista.