Da reportagem
O número de contratos de trabalho formalizados em Tatuí no mês de janeiro superou o de demissões. Dados do Caged (Cadastro Gerald e Empregados e Desempregados) mostram 195 novos postos abertos no mercado formal no primeiro mês de 2021.
O órgão da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, divulgou o resultado de janeiro na terça-feira, 16. Conforme a pasta, o atraso ocorreu devido à necessidade de atualização da base de referência utilizada para cálculo do estoque de trabalhadores formais.
“Este procedimento é realizado a partir do cruzamento de outras bases de dados, como a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e a base cadastral da Receita Federal”, informou a pasta.
Segundo o ministério, neste ano, foi necessário um tempo maior de processamento, na medida em que os sistemas foram adaptados para recepção também dos dados do eSocial.
Inicialmente, os números do Caged de janeiro seriam divulgados na terça-feira, 9. O ministério informou ainda o calendário das próximas divulgações do Caged prevendo para o dia 29 de março, os resultados de fevereiro de 2021 e para 28 de abril, os dados referentes ao mês de março.
Conforme o cadastro de empregados e desempregados, Tatuí obteve 920 admissões e 725 demissões no primeiro mês do ano. O resultado é o melhor para o mês de janeiro desde 2013, quando a cidade chegou a criar 209 vagas. Em 2014, o mercado de trabalho formal gerou 14 novos postos, já nos últimos seis anos (entre 2015 e 2020), janeiro fechou no vermelho.
O diretor do trabalho e desenvolvimento econômico, Gustavo Grando, classificou o resultado positivo como uma “boa surpresa para o município” – que assim como todo o mundo, enfrenta os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
“Estamos muito felizes com o resultado, ainda mais por ser a primeira vez em seis anos que voltamos a fechar o mês de janeiro no azul e por estar em meio uma pandemia. É um número muito bom e, com isso, as expectativas são de novos saldos positivos nos próximos meses”, declarou o diretor.
No primeiro mês de 2021, quatro dos cinco setores analisados pelo órgão criaram empregos formais. A estatística liderada pela indústria, com a abertura de 142 vagas, advindas de 330 admissões e 188 desligamentos.
O setor industrial é o segundo maior empregador do município, com o estoque de 8.033 funcionários formalizados, 29,82% do total. O Caged aponta ter 26.930 trabalhadores no mercado formal, com carteira assinada.
O saldo foi alavancado pela indústria de transformação, responsável por 327 contratações e 179 desligamentos, resultando em 148 novas vagas, enquanto três admissões e nove demissões ocorreram na indústria de extrativas.
Grando informou que a maior parte das contratações do primeiro mês ocorreu por meio do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador). Segundo ele, a indústria é o setor que mais utiliza os serviços do órgão municipal e houve aumento na demanda.
“Nós estávamos vindo com uma alta nas contratações do comércio, mas, no mês de janeiro a indústria deu um gás nas contratações. Tivemos muitas empresas contratando por meio do PAT e a maioria do setor industrial”, apontou o diretor.
O segundo setor com maior geração de vagas no mercado de trabalho formal em janeiro é o comércio com 39 novos postos de trabalho advindos de 308 contratações para 269 desligamentos.
A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 7.465 funcionários, o que representa 27,72% do total do estoque contabilizado até janeiro deste ano.
Entre os subsetores, o comércio por atacado (exceto recuperação de veículos automotores e motocicletas) aparece no topo da lista dos que geraram empregos, com mais 22 novas vagas, advindas de 74 contratações para 52 demissões.
Em seguida, vem o setor varejista, com geração de 18 novos postos, resultado de 211 admissões e 193 desligamentos, e, por último, o comércio de recuperação de veículos automotores e motocicletas, com menos uma vaga (23 contratações para 24 demissões).
Em terceiro lugar na lista dos que mais geraram empregos em janeiro, está o setor de serviços, com saldo positivo de 16 novos postos de trabalho – resultado de 252 admissões para 236 demissões.
A atividade econômica é a maior empregadora da cidade e concentra 34,26% do estoque de empregos de janeiro, com 9.228 trabalhadores formalizados.
Na análise entre os subsetores, o relatório mostra os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras (imobiliárias e administrativas), primeiro lugar na lista dos que mais abriram postos de trabalho. Foram 26 vagas, advindas de 75 contratações e 49 desligamentos.
Em seguida, aparecem os serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 12 postos (85 contratações para 73 demissões) e outros tipos de serviços com três novos postos (15 admissões e 12 desligamentos).
Outros dois subsetores da atividade fecharam o mês de janeiro com saldo negativo: sendo quatro vagas fechadas nos serviços de alojamento e alimentação – resultado de 38 contratações para 42 demissões; e menos 21 vagas nos serviços de transporte, armazenagem e correio, com 39 admissões e 60 demissões.
A quarta atividade com saldo positivo é agropecuária. O grupo, que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, gerou seis novas vagas no primeiro mês, com 11 admissões e cinco desligamentos.
A atividade econômica é a quarta maior contratadora do município e concentrou 5,38% do estoque de empregos contabilizado no primeiro mês do ano, com 1.450 funcionários formalizados.
Completa a lista dos setores a construção civil, a única com saldo negativo no mês de janeiro. O setor fechou oito vagas de emprego formal – resultado de 19 contratações e 27 desligamentos. A atividade concentra 2,79% da mão de obra contratada, com 754 trabalhadores formalizados.
Na área de construção de edifícios, foram fechadas três vagas, mesmo número de postos perdidos na atividade de serviços especializados da construção civil. Já o setor de construção de edifícios fechou dois postos de trabalho.
“Podemos considerar o resultado de janeiro como uma grande vitória por estar no meio de uma pandemia e estamos confiantes de como melhorar ainda mais já que, sentimos que o PAT continuou a atender empresas em busca de mão de obra”, reforçou o diretor.
O saldo de Tatuí segue tendência nacional. Conforme o balanço do órgão do Ministério da Economia, o Brasil fechou o mês de janeiro de 2021 com um saldo positivo de 260.353 empregos formais.
O saldo nacional é o melhor da série histórica para o mês de janeiro e é resultado de 1.527.083 admissões e 1.266.730 desligamentos. O numero também é maior do que o registrado em dezembro de 2020, quando a geração de empregos ficou em 142.690 postos de trabalho.
Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 39.623.321 vínculos, o que representa uma variação de 0,66% em relação ao estoque do mês anterior.
Os números mostram que, no mês de janeiro, todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo no país, também com destaque para o setor da indústria, com a geração de 90.431 novos postos de trabalho formais.
Para o conjunto do território nacional, o salário médio de admissão em janeiro deste ano foi de R$ 1.760,14. Comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 20,06 no salário médio de admissão.
Ainda segundo o Caged, no mês de janeiro de 2021, apenas três, dos 27 estados não registraram saldos positivos: Alagoas, com menos 198 empregos; Paraíba, com menos 174 e Rio de Janeiro, com saldo negativo de 44 empregos.
Entre os estados que mais geraram vagas, o destaque fica com São Paulo, com 75.203 novos postos. Santa Catarina, com 32.077, e Rio Grande do Sul, com 27.168, foram outros estados com maior geração de empregos formais.