Da reportagem
O número de mortes por causas naturais aumentou 43,10% em fevereiro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado. Já no comparativo entre janeiro e fevereiro de 2021, houve queda de 2,35%.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
Estatísticas do portal (consultadas às 17h desta sexta-feira, 5) apontavam um total de 83 óbitos declarados em fevereiro deste ano, enquanto, em janeiro, 85 pessoas perderam a vida por causas naturais. Já em fevereiro do ano passado, 58 óbitos foram registrados.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Sobre o impacto da Covid-19 no total de registros, os dados apontam que, entre suspeitas e confirmações, os cartórios emitiram 21 certidões de óbito em fevereiro. Sem as mortes pela doença, o primeiro mês do ano teria 62 mortes.
Além das mortes por suspeita ou confirmação de Covid-19, sete foram por pneumonia, o que representa queda de 22,22% em relação ao ano passado, quando foram registradas nove declarações desta causa de morte.
Mortes por septicemia aparecem em sete certidões de óbito, 12,5% a menos que em 2020, quando oito casos foram registrados. Já a insuficiência respiratória levou cinco pessoas à morte – número igual ao registrado no ano passado.
Em fevereiro de 2020 e de 2021, nenhuma pessoa teve o registro de morte como “causa indeterminada”. Neste caso, quando é ligada a doenças respiratórias, mas não conclusiva.
Também não houve registro de mortes por SRAG em fevereiro, nos dois anos pesquisados. Óbitos relacionados às causas respiratórias representaram 19 registros no segundo mês de 2021, contra 22 em 2020, uma redução de 13,63%.
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta queda de 28,57% nas mortes por AVC, passando de sete em fevereiro de 2020 para cinco no mesmo mês de 2021.
Em contrapartida, houve salto de 200% nos casos de mortes por infarto, passando de dois para seis; crescimento de 25% nos óbitos por causas vasculares inespecíficas, de quatro para cinco; e aumento de 23 para 27 óbitos relacionados a outros tipos de doenças.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. A atualização pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.
As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Números da Covid-19
Pelos dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, fevereiro foi o segundo mês em que a Covid-19 causou mais mortes na cidade desde o início da pandemia.
De acordo com os boletins diários, foram confirmadas 20 mortes pela doença entre os dias 1º e 28 do mês passado– até então, o pior mês, em número de mortes, havia sido agosto, com 19 casos. Ao todo, até fevereiro, a cidade somou 140 óbitos positivos por Covid-19.
O terceiro pior mês em número de óbitos foi junho, com 15 registros, seguido de dezembro (14), julho (12), setembro (12), maio (10), outubro (10), e novembro (8).
O levantamento da VE ainda mostra uma curva de contaminação ascendente nos nove meses da pandemia em Tatuí, com 5 casos positivos em março, 14 em abril, 138 em maio, 294 em junho, 703 em julho, 772 em agosto e 821 em setembro.
No mês de outubro, o índice caiu para 442 casos. Contudo, as infecções voltaram a subir em novembro, com 718 confirmações da doença (mais 62,4% em relação ao mês anterior), em dezembro, com 1.049 casos (aumento de 46,10% na comparação com novembro) e em janeiro, com 1.392 positivos (salto de 32,69%).
Já nos 28 dias de fevereiro, o número de infecções caiu para 694 (redução de 28,57% em relação ao número de casos positivos do mês anterior).