José Renato Nalini *
Em 2020, o Natal será diferente de todos os outros. O ano que está prestes a se encerrar surpreendeu a pretensiosa humanidade e mostrou a ela que planejar, programar, contar com resultados previsíveis, pode se converter em frustração.
Poucos haviam prestado atenção à possibilidade de novas epidemias, resultantes de inúmeras causas, mas todas intrincadas com a devastação da natureza. A Covid-19 chegou e mostrou sua cara. Entrou em inúmeros lares e não houve espaço terreno a ela imune.
Estados Unidos e Brasil são os campeões na letalidade causada pela peste. Não é por acaso que se espera deles uma reação compatível com o grau da calamidade.
Essa reação pode estar numa celebração natalina que recupere o verdadeiro sentido dessa festa da cristandade. Queira-se ou não, o Natal é a comemoração do aniversário de Jesus Cristo, o judeu que nasceu em Belém e que mudou a História com sua mensagem de amor, de paz e de confiança num Criador de infinita bondade.
O Natal de 2020 deve observar as cautelas dos ainda não imunizados, que são praticamente todos os humanos. Pouca proximidade física, uso de máscara e higienização constante, principalmente das mãos.
Atitudes que fazem o vivente refletir sobre sua fragilidade, sua pequenez, sua insignificância diante dos mistérios que envolvem esta aventura que um dia se encerrará, pois todos estamos rumo ao desconhecido.
Um Natal de meditação, de reflexão, de oração. De sentimentos fraternos, de gratidão pelo dom da vida, nossa e daqueles que já foram levados para o etéreo. Lembrar que o aniversariante nos fez todos irmãos, filhos do mesmo Pai, e que nos quer unidos, em abraço virtual despido de ódio, de ira, de ressentimento ou de qualquer outra pequenez humana.
Natal de esperança em 2021, com o legítimo anseio de que, debelada a pandemia, voltemos a nos alegrar, a nos abraçar e a nos dizermos, reciprocamente, o quanto nos amamos.
* Reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras – 2019-2020.