Da reportagem
Novos dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito no Estado de São Paulo) mostram que, nos nove primeiros meses do ano, o número de acidentes e fatalidades de trânsito segue em queda em relação ao mesmo período do ano passado, mesmo com a reabertura gradual das atividades.
As estatísticas, divulgadas nesta segunda-feira, 19, pelo “Respeito à Vida”, programa do governo de São Paulo gerenciado pelo Detran.SP, com dados do mês de setembro, apontam redução de 7,14% nos casos de óbitos na análise do acumulado de janeiro a setembro.
Neste ano, foram 13 fatalidades, contra 14 pessoas mortas em acidentes no mesmo período de 2019. O índice representa uma vida preservada, apesar de identificado número equivalente de casos em setembro, com uma morte em 2019 e uma em 2020.
O óbito ocorrido em setembro é de um motociclista. João Costa Oliveira, ajudante de pedreiro de 46 anos, faleceu no início da madrugada do dia 2 de setembro, após chocar-se com a motocicleta em uma árvore. O acidente aconteceu à 0h30, na rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto, a SP-141.
Além de Oliveira, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) socorreu um homem de 41 anos, que estava na garupa da moto. Ele fraturou o fêmur da perna esquerda e foi encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”.
Conforme o boletim, os dois estavam trabalhando no condomínio residencial Colina das Estrelas e, enquanto retornavam, a traseira da moto balançou em uma curva, fazendo com que Oliveira perdesse o controle e colidisse contra a árvore.
Nos nove primeiros meses, as mortes contabilizam vítimas que se envolveram em ocorrências tanto no perímetro urbano – dentro do município – como nas rodovias, que estão fora da zona urbana, mas no limite territorial.
O secretário municipal da Mobilidade Urbana, José Roberto Xavier da Silva, reiterou que o índice se deve às determinações de isolamento social e à consequente redução de veículos em trânsito, contudo, ressalta ter continuado as ações de fiscalização e manutenção de sinalização nas ruas, buscando a redução de acidentes e mortes.
Segundo ele, a queda nos índices também se deve às campanhas educativas realizadas em anos anteriores e às mudanças realizadas no trânsito, por meio do Departamento de Mobilidade Urbana, durante todo o ano.
“Temos realizado, em todos os anos, diversas campanhas no município que reforçam a importância da conscientização dos condutores e contribuem para a redução das mortes, principalmente no mês de setembro, em que é celebrado o mês do trânsito”, destacou o secretário.
“Além disso, mesmo com a pandemia, continuamos com todos os nossos serviços de orientação para o motorista, fiscalização e sinalização viária, visando reduzir cada vez mais o índice. São ações que deram resultado, visto que a maioria das mortes por acidente ocorreu em rodovias”, completou Silva.
O Infosiga SP mostra que as mortes em rodovias subiram. Neste ano, o índice de fatalidades nas estradas representou 69,23% do total dos óbitos, contra 30,77% dentro do perímetro urbano.
No ano passado, as rodovias representam 35,71% das mortes e as vias municipais, 50%. Outros 14,29% ocorrem em locais não especificados, conforme o relatório da base de dados do órgão estadual.
Segundo as estatísticas do sistema de informações, nos dois anos, morreram mais homens que mulheres vítimas do trânsito. Neste ano, entre janeiro e setembro, 12 homens perderam a vida no trânsito, representando 92,31%. As mulheres representam 7,69%, com uma única vítima.
Das 14 pessoas que faleceram em 2019 em decorrência de acidentes envolvendo veículos leves, motocicletas, ônibus, caminhões e atropelamentos, duas eram mulheres (14,29% dos óbitos) e outras 12, homens – o que corresponde a 85,71% do total de mortes no período.
Quanto à idade das vítimas, nos dois anos, os indicadores do Infosiga apontam predominância de óbitos entre os mais jovens.
Em 2020, a maior incidência aconteceu entre pessoas na faixa de 25 a 29 anos, com três falecimentos. Em seguida, aparecem as faixas de 18 a 24 anos, 40 a 44 e 60 a 64, com dois óbitos cada, e ainda: 35 a 39 (um), 45 a 49 (um), 70 a 74 (um) e não definido (um).
Nos nove primeiros meses de 2019, o Infosiga registrou três mortes de pessoas entre 18 e 24 anos. Os demais acidentes vitimaram pessoas com idades entre 25 e 29 anos (duas mortes), 30 e 34 (uma), 35 e 39 (duas), 40 e 44 (uma), 45 e 49 (uma), 65 e 69 (uma), 70 e 74 (uma) e não identificado (uma).
Entre os modais, o considerado mais perigoso continua sendo a motocicleta. Conforme o Infosiga, sete das 13 pessoas que perderam a vida neste ano envolveram-se em acidentes com motocicleta (53,84%). Três ocorrências vitimaram pedestres e três ocupavam automóvel.
No ano passado, cinco motociclistas morreram em decorrência de acidentes – o que representa 35,71%. Os outros 64,29% envolveram pedestres (três mortes), automóveis (dois), outros não identificados (três) e caminhão (um).
As colisões vitimaram mais pessoas nos dois anos, com sete óbitos de janeiro a setembro deste ano e quatro no mesmo período do ano passado. O número de mortes por atropelamento aparece em seguida, com três em 2020 e quatro em 2019.
As mortes por choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) registrou dois casos neste ano e três no ano passado.
Já os óbitos provocados por “outros tipos” de acidentes (capotamento, tombamento e quedas) registraram uma morte em 2020 e três em 2019.
Já os acidentes não fatais tiveram uma redução de 18,76% entre os meses de janeiro a setembro, com relação ao mesmo período do ano passado, caindo de 634 para 515 ocorrências.
A maioria dos casos não fatais foi registrada nas tardes de segunda-feira e nas noites de sexta-feira. Mais da metade dos acidentes (52,13%) refere-se a colisão e 83,68% ocorreram dentro do perímetro urbano.
Os dados do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações encaminham informações do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que reúne dados de acionamento de viaturas para atendimento.
Os números seguem a tendência estadual de redução de fatalidades. No estado de São Paulo, houve redução de 9,5% no número de acidentes com vítimas fatais. Nos primeiros nove meses deste ano, 3.644 mortes foram registradas, enquanto no mesmo período de 2019 foram 4.028.