Da reportagem
A Unimed Tatuí adotou novos protocolos de atendimento em todas as unidades da rede privada e criou um plano de contingenciamento e enfrentamento ao coronavírus para garantir a segurança para clientes, cooperados, funcionários e visitantes.
Todas as unidades de atendimento possuem fluxo definido para atendimento de casos suspeitos. Essas providências seguem recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Nesta quinta-feira, 19, a O Progresso, Binho Vieira, coordenador de marketing da cooperativa, afirmou que manter o sistema operante e em condições seguras é prioridade.
Conforme ele, a Unimed soma mais de 20 mil clientes na cidade, sem contar os outros conveniados e de fora da cidade que também são atendidos.
“São pessoas que utilizam toda a nossa estrutura, e nós temos que tomar ainda mais cuidado com elas. Já tínhamos um protocolo de segurança e higiene com todos os pacientes, mas vamos reforçar ainda mais, além de outras medidas diversas”, frisou o coordenador.
O médico infectologista da Vigilância Epidemiológica, Marcos Vinicius Landim Stori Milani, explicou que o hospital da Unimed criou um fluxo com diversas ações, sendo que a principal delas é de atendimento diferenciado para casos suspeitos de coronavírus.
“Desde a entrada, já temos uma profissional capacitada que já faz uma triagem para poder direcionar os pacientes que chegam à unidade. Se é um caso suspeito, a pessoa já é encaminhada para uma sala especifica, com todos os cuidados, e a avaliação médica é imediata”, detalhou o profissional.
As medidas visam evitar a aglomeração de pacientes na recepção e, consequentemente, o risco de contágio e transmissibilidade da doença.
“Todos estão usando os EPIs (equipamentos de proteção individual) necessários, como avental, luvas, máscara, óculos de proteção, tudo como está sendo orientado pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria do Estado”, acrescentou Milani.
Ele ressaltou que, se o caso não se configura como grave, mas é suspeito devido aos sintomas e se encaixa nos parâmetros de definição estabelecidos pelo MS, a orientação do hospital está sendo feita como em qualquer outro lugar.
“O paciente tem que ir para casa com as medidas necessárias de prevenção, evitar locais aglomerados, usar apenas de antitérmicos como dipirona e paracetamol para reduzir os sintomas e ficar na casa, pois ainda não existe remédio nem vacina contra a doença, apenas tratamentos alternativos para a redução dos sintomas”, orienta o médico.
O infectologista ainda salienta que o hospital também está tomando medidas para que o paciente mantenha vínculos com a equipe de saúde, mesmo que de forma remota, para que o estado de saúde e a evolução do caso sejam observados.
“Estamos dando assistência por meio de contato telefônico, e consultas serão agendadas para reavaliação depois de determinados dias, conforme a necessidade ou desaparecimento dos sintomas”, completa Milani.
No hospital, também foram tomadas outras medidas, como a restrição de visitas aos pacientes internados, com suspeita ou não da doença. A intenção é evitar o contato e que o visitante acabe levando o vírus ao doente.
A médica reumatologista Rita de Cássia Beltrami enfatiza que, por ser um vírus ainda novo, as mudanças nos parâmetros de atendimento ocorrem todos os dias. Mas, segundo ela, todos os profissionais estão atentos e seguindo à risca as determinações impostas pelos órgãos de saúde.
Rita antecipou que, atualmente, a Unimed está preservando todos os tipos de atendimento no hospital e nos ambulatórios – embora alertando para que as pessoas tenham consciência e procurem o hospital apenas em casos necessários -, mas há previsão de mudanças e redução de alguns serviços.
“Nós estamos preparados, e todos os nossos clientes vão continuar sendo assistidos em todas as situações: com coronavírus, hipertensos, diabéticos, lúpicos, com HIV positivo, entre outros. Esses pacientes precisam de acompanhamento, e nós vamos continuar atendendo”, acentuou a médica.
Rita apontou que alguns medicamentos não são indicados em caso de coronavírus, como os que contêm Ibuprofeno e corticoides, contudo, alertou que pacientes com doenças crônicas e imunossuprimidos, que já têm acompanhamento médico, não parem com nenhuma medicação.
“O organismo dessas pessoas precisa estar equilibrado. Por isso que nós, médicos, precisamos estar perto dos nossos pacientes. Nós é que vamos dar orientação sobre o que continuar tomando ou não”, asseverou.
Ela explicou que os imunossuprimidos, por exemplo, “não podem, de forma alguma, parar com nenhum medicamento”. A interrupção do tratamento pode fazer com que a doença já existente e, antes controlada pelos medicamentos, entre em atividade. Nestes casos, a chance de o coronavírus ser letal é maior, conforme a médica.
Rita afirmou que, para esses pacientes, é necessário ainda mais cuidado e que, por isso, a Unimed está fazendo visitas residenciais periódicas para avaliar caso a caso. Ela acrescenta que qualquer suspensão de medicamento deve ser discutida com um médico.
A profissional ainda reforça que a indicação geral é de que as pessoas fiquem em casa e evitem o contato social. Para tirar dúvidas, sem que a pessoa precise procurar hospitais, também está previsto o lançamento de uma linha telefônica do tipo 0800, que irá fornecer orientações sobre sintomas, prevenção da doença e outras informações sobre o vírus.
“Quanto mais o paciente ficar em casa, mais ele vai respeitar o próximo. Isso é importante”, aponta. Rita ponderou, contudo, que isso não significa que o paciente que tenha sintoma de outra doença deva deixar de ir ao hospital.
“O que for rotina e que ele sabe que é rotina, é melhor ficar na casa, se cuidar e ficar à distância de um metro e meio das pessoas, mesmo que do seu ente querido, sem abraços e sem beijos. Isso não é só para os nossos clientes, é para toda a população”, reitera a médica.