Da redação
O 62º Campeonato de Voo a Vela do Sudeste está adiado. Em decisão conjunta, a FBVP (Federação Brasileira de Voo em Planadores) e o Aeroclube de Tatuí optaram pela não realização do evento que seria sediado no município a partir desta sexta-feira, 21, a quarta-feira, 26.
A decisão foi anunciada no início da tarde de segunda-feira, 17. Conforme nota divulgada pela FBVP, “o cancelamento se deve às condições meteorológicas previstas, a baixa adesão nas inscrições e o alto risco de não validar o campeonato. A decisão visa poupar recursos dos pilotos para futuras competições com melhores possibilidades de aproveitamento”.
Ainda segundo a nota, a FBVP e o Aeroclube de Tatuí buscam uma nova data para a realização do evento, que é uma das etapas do Campeonato Brasileiro de Voo a Vela. O município sediaria a competição de planadores pelo segundo ano consecutivo.
Após receber uma etapa nacional em 1990, no ano passado, o município voltou a ter competições aéreas. Em 2019, por meio do aeroclube local, Tatuí foi palco do 61º Campeonato de Voo a Vela do Sudeste e do 7º Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea.
Na disputa entre planadores no ano passado, o piloto Eduardo Costa Rodrigues conquistou o título da classe “kw1/clube” ao Aeroclube de Tatuí. Neste ano, ele tentaria o bicampeonato representando o município, assim como o pai dele, o piloto Bruno Nogueira Rodrigues.
Conforme adiantado pelo presidente do Aeroclube, Alexandre Simões de Almeida, no final de janeiro, os organizadores haviam optado pela realização da competição em cinco dias, uma vez que ao menos três provas teriam de ser aprovadas pelo júri técnico para que a FBVP validasse a disputa.
“O número de provas válidas depende da meteorologia. Fevereiro é um mês chuvoso, mas, ao mesmo tempo, de muita estabilidade e térmica”, avaliou, na oportunidade.
“São dias que se iniciam quentes e a chuva cai ao final das tardes. Ao mesmo tempo que é muito bom, pode fazer com que os competidores não completem as provas por conta da instabilidade meteorológica”, completou o presidente.
A meteorologia prevê chuva na cidade nos próximos dias. De acordo com o Climatempo, as chances de precipitação chegam a 90% entre o período em que ocorreriam as disputas.
Além da chuva, os ventos poderiam dificultar os sobrevoos e, caso a organização entendesse que poderiam resultar em riscos para os pilotos, a etapa seria suspensa. Sem os três dias, o evento não seria validado e nem contaria como realizado.
De acordo com Almeida, a previsão meteorológica para a atividade de voo a vela tem de ser muito precisa para garantir a segurança, além do número mínimo de provas.
“A previsão se mostrou com um baixo potencial para uma condição atmosférica necessária para validar três dias de prova e muitos pilotos optaram por não arriscar. Com isso, decidimos por transferir o campeonato para uma nova data, que ainda estamos estudando”, explicou.
O presidente aponta ser comum o cancelamento de campeonatos pelo mesmo motivo. Ele argumenta que, “por tratar-se de um esporte de alto nível técnico, a meteorologia de atividade térmica intensa e duradoura é fundamental para o sucesso de longas provas de navegação”.