Cidade recebe 61 notificações de Sarampo

De acordo com VE, mais de 95% das crianças já foram vacinadas contra o sarampo em Tatuí

Nos quatro meses recentes, 61 casos de sarampo foram notificados à Vigilância Epidemiológica de Tatuí. Segundo relatório divulgado pela pasta na sexta-feira da semana passada, 25 de outubro, do total, 29 casos foram descartados pelo IAL (Instituto Adolfo Lutz) e outros 16 aguardam resultado.

O documento ainda aponta que, em 21 dias, houve aumento de seis novos casos confirmados. Até o dia 4 de outubro, o IAL havia constatado a doença em dez crianças, e, agora, o diagnóstico atinge 16 pessoas.

Entre os novos casos, estão dois jovens de 24 anos, um residente no bairro Donato Flores e um morador do bairro Inocoop. Ainda segundo informativo da VE, estes foram os primeiros casos confirmados em adultos.

Os outros quatro novos casos afetaram meninos de cinco a dez meses de idade: um de cinco meses, no Jardim Thomas Guedes; um de oito meses, no bairro dos Mirandas; um de nove meses, no Jardim San Raphael; e um de dez meses, no bairro Jardins de Tatuí.

No total, os pacientes confirmados com sarampo já somam seis meninas e oito meninos, entre três meses e dez anos de idade, que haviam tomado apenas uma dose da vacina.

Entre os bairros que mais registraram infecções por sarampo, estão o Jardim Santa Rita de Cássia, com cinco diagnósticos da doença, e o Jardim Donato Flores, com dois casos.

Ainda foram diagnosticados moradores do Residencial Astória, Mirandas, Jardim San Raphael, vila Angélica, vila Brasil, Inocoop, Jardim Thomas Guedes, Jardins de Tatuí e vila Santa Adélia, com uma confirmação em cada bairro.

De acordo a coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, todos os pacientes receberam acompanhamento médico e já não apresentam mais nenhum sintoma da doença. Ela ainda ressalta que, em todos os casos, foram adotadas as medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde.

“As ações no combate à doença incluem afastamento social dos casos suspeitos durante o período de transmissibilidade e, ainda, a identificação e bloqueio vacinal das pessoas que tiveram contato com outras tidas como casos suspeitos”, contou a coordenadora.

Mesmo com novos casos da doença, Rosana afirma que as medidas tomadas pelo município ainda seguem com foco na prevenção, por meio de atualização vacinal, capacitação dos profissionais de saúde e bloqueio vacinal, quando há casos suspeitos.

A coordenadora reforça que a vacina tríplice viral (que protege, também, contra a rubéola e a caxumba) é a única forma de se proteger contra a doença. Ela pode ser encontrada gratuitamente em todas as unidades de saúde.

Devem ser vacinados bebês que tenham entre seis e 11 meses de vida (dose extra). As doses válidas devem seguir o Calendário Nacional de Vacinação, determinado pelo Ministério da Saúde, que envolvem crianças entre 12 e 15 meses de vida.

Adolescentes e jovens até 29 anos devem ter duas doses da vacina de sarampo e os adultos de 30 até 59 anos, pelo menos uma dose, comprovada na carteira de vacinação.

Rosana lembra que os pais e responsáveis que ainda não levaram os filhos para receber a dose de rotina, ou que tenham dúvidas sobre a aplicação dela, podem procurar a sala de vacinas da unidade de saúde mais próxima à residência. É obrigatório levar a caderneta de vacinação da criança.

A vacina está disponível em todas as unidades de saúde urbanas e na Casa do Adolescente, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 16h. No bairro dos Mirandas, na área rural, o atendimento é de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 13h.

“Os pais devem levar a carteira de vacinação das crianças, e as equipes avaliarão caso a caso a necessidade de vacina. Crianças menores de seis meses não devem ser vacinadas. O mesmo vale para quem teve reações alérgicas a doses anteriores da vacina”, explicou Rosana.

Ela destaca que este tipo de imunização não é recomendado para mulheres grávidas, devido ao risco de danos ao feto. Já mulheres que desejam ter filhos devem evitar a gravidez por 30 dias após a vacina.

Rosana aponta que pessoas com imunodeficiências congênitas ou adquiridas também não devem se vacinar. Já pessoas em uso de corticosteroides em doses imunossupressoras devem ser vacinadas com intervalo de pelo menos um mês após a suspensão da droga.

Além disso, ela lembra que pessoas em uso de quimioterapia antineoplásica só devem ser vacinadas três meses após a suspensão do tratamento. E transplantados de medula óssea devem se vacinar com intervalo de 12 a 24 meses após o transplante para a primeira dose.

“É de extrema importância levar a carteira de vacina para ser avaliada. Somente assim saberemos quem ainda não recebeu as doses necessárias do calendário vacinal e poderemos garantir a proteção à doença”, salientou a enfermeira.

Conforme o Ministério da Saúde, vacinar contra o sarampo é importante para evitar complicações como cegueira e infecções generalizadas, que podem levar a óbito. As crianças são mais suscetíveis às complicações da doença.

No Brasil, 14 mortes pela doença foram confirmadas nos últimos 90 dias, sendo sete em menores de cinco anos de idade, três na faixa etária de 20 a 29 anos e quatro em adultos maiores de 40 anos. Foram 13 óbitos registrados em São Paulo e um em Pernambuco.

O MS ainda antecipou que o próximo boletim epidemiológico de sarampo, que deve ser publicado na quarta-feira, 6, trará como registro, dos últimos 90 dias, 5.660 casos confirmados. Dezenove estados estão na lista de transmissão ativa da doença e 90,5% dos casos confirmados estão concentrados no estado de São Paulo.

Vacinação

De acordo com a VE, mais de 95% das crianças já foram vacinadas contra o sarampo em Tatuí. As informações foram divulgadas pela prefeitura, no dia 22 de outubro, após a realização do “Dia D”, pela campanha nacional, que aconteceu no dia 19.

Na ocasião, tendo como público-alvo a faixa etária de seis meses a menores de cinco anos, unidades de saúde urbanas e rurais receberam 334 crianças. Todas tiveram as cadernetas de vacinação verificadas e 14 (que não estavam em dia) receberam a dose.

A enfermeira responsável do Setor de Imunização da VE, Elis Diniz, explica que a vacina faz parte do calendário vacinal do MS, é de rotina e, por este motivo, a maioria das crianças tatuianas já recebeu as duas doses necessárias, com um ano e com um ano e três meses de idade, e está com a carteirinha em dia.

De acordo com Elis, soma-se a essa cobertura vacinal o trabalho de intensificação realizado pela Secretaria de Saúde, com campanhas e busca ativa, que estão sendo feitas há mais de dois meses no município.

No Dia D, ao todo, 85 profissionais estiveram distribuídos em 17 equipes nas unidades de saúde. “Com isso, Tatuí já atingiu mais de 95% da cobertura vacinal contra o sarampo para crianças nesta faixa etária priorizada pela campanha”, enfatizou Elis.

O Brasil também atingiu a meta de vacinação de sarampo de 2019, com 95% de cobertura vacinal em crianças de um ano a 14, e estados superaram o índice. Outros 12 estados e o Distrito Federal ainda precisam buscar a meta para evitar a doença.

O anúncio foi feito na terça-feira, 29 de outubro, em Brasília (DF), durante o balanço das ações do MS da primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo, quando crianças de seis meses a menores de cinco anos tiveram a caderneta avaliada.

Em nota à imprensa, o secretário de Vigilância em Saúde do MS, Wanderson de Oliveira, ressaltou que “é importante manter a população vacinada, pois, mesmo que seja erradicado, o sarampo pode voltar ao país por meio de pessoas que ficam doentes em outros países”.

“Estamos trabalhando para retomar o certificado de eliminação do sarampo, que foi perdido em fevereiro deste ano em decorrência de um surto que começou em 2018, bastante importante na região Norte do Brasil”, disse ele.

O secretário ainda afirmou que o surto atual, mais presente em São Paulo, não tem relação com o surto registrado em fevereiro. “Nós conseguimos controlá-lo em meados de maio. A introdução deste novo vírus se deu a partir de viajantes provenientes da Noruega e de Israel”, informou.

Os estados que atingiram a meta de vacinação são: Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Sul, Tocantins, Goiás, São Paulo e Paraíba.

Em relação aos municípios, 34,5% (1.923) precisam reforçar os esforços para atender à meta de vacinação. A partir de 18 de novembro, a segunda etapa da campanha se inicia. Um novo grupo, composto por adultos de 20 a 29 anos que não estão com a caderneta de vacinação em dia, terão a oportunidade de se vacinarem até 30 de novembro, quando termina a campanha.

O MS fez levantamento de 6,5 milhões de registros da situação vacinal de crianças para análise. Os dados são de crianças de seis meses a menores de cinco anos. Na lista, consta o quantitativo de doses aplicadas da tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, de cada registro.

Segundo o órgão, o documento servirá para que os gestores locais definam estratégias para a realização de busca ativa das crianças com o esquema vacinal incompleto.

“O objetivo, além de aumentar a cobertura vacinal, é estimular que os gestores atualizem suas bases de dados de vacinação, que precisa ser feita de forma completa pelos profissionais de saúde”, ressalta o MS.

O relatório foi disponibilizado na plataforma “e-Gestor Atenção Básica”, espaço que reúne informações sobre os sistemas e programas da “Atenção Primária”, permitindo a comunicação entre o Ministério da Saúde e os gestores locais.

Os dados da lista foram levantados pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e cruzados com os da estratégia e-SUS da Atenção Primária (e-SUS AB).